domingo, 7 de setembro de 2025

O Mundo dos Animais

 Numa pequena casa da aldeia Tartaga, Rita de 9 anos estava pronta para ir dormir.
Poucos segundos após fechar os olhos, ouviu algo a bater no vidro da sua janela e ao olhá-lo, viu um cavalinho muito colorido. Aproximando-se, abriu-a e o cavalinho entrou no quarto.
Ao olhá-lo com mais atenção, viu que tinha oito cores bonitas e brilhantes. Aproximando-se lentamente, Rita tocou-lhe e sorriu.
- Como te chamas? - perguntou o cavalinho.
- Sou a Rita – respondeu ela.
- Eu sou o cavalinho das 8 cores mas, chamam-me Colorido.
- Como consegues ter tantas cores?
- Quando nasci, um arco-íris deu-me um pouco das suas cores e, é por isso que sou assim.
- Adoro o arco-íris.
- Queres ir passear comigo?
- Sim.
- Então, sobe para as minhas costas.
Subindo para as costas de Colorido, Rita não imaginava o que ia acontecer.
Então, uma nuvem cor de rosa apareceu e transportou-os para a margem de um lago onde diversos peixes nadavam e saltitavam felizes.
- Tão bonitos!
- Não fales e tenta ouvir o som que eles fazem.
Atenta e calada, Rita ouviu uma melodia suave.
- São eles que fazem?
- Sim, são.
- Como!?
- Aqui tudo é possível e, os peixes são mágicos.
- Pensei que isso só acontecia nas histórias.
- O nosso mundo é diferente. Todos somos especiais.
- Especial, como?
- Já vais descobrir.
Aproximaram-se de um grande plátano e, encontraram lá um esquilo que apressado, apanhava avelãs.
- Olá Lupi.
- Olá Colorido. Já à muito tempo que não te via.
- Pois. Tenho andado ocupado.
- Quem é esta menina?
- É a Rita, uma amiga a quem ando a mostrar o nosso mundo.
- Posso ir também?
- Claro que sim.
Após alguns passos, chegaram perto de um abeto e encontraram lá dois coelhos brancos muito fofinhos na erva.
- Olá Bicas. Olá Catas.
- Olá.
- Que têm feito?
- Estamos a arranjar as nossas tocas. Estavam muito estragadas por causa das irmãs toupeiras que, só nos sabem chatear.
- E estragam tudo.
- Olhem. Quero vos apresentar a Rita.
- Olá.
- Olá.
- Trouxe-a cá e ando a mostrar-lhe o nosso mundo.
- O vosso mundo é muito diferente do meu.
Nesse momento, Colorido olhou para o sol durante alguns segundos.
- Vamos. Está na hora da nossa lição.
Em fila indiana, todos os animais seguiram Colorido, tal como Rita.
- Para onde vamos?
- Vamos ao mocho Rupas. Ele é muito sábio e ensina-nos.
Após alguns metros, chegaram perto de um plátano onde, num ramo existia uma casinha de madeira. Bicas subiu o tronco e ao bater à porta da casinha, um mocho castanho e com óculos apareceu.  
- Olá. Comecem-se a preparar pois eu já vou.
Ordenadamente, todos os animais e também Rita se sentaram.
- Hoje a nossa lição vai ser especial. Vamos falar de medos.
- Eu tenho medo de dragões.
- Eu tenho de trovoadas.
- E eu, é de relâmpagos.
- Muito bem. Todos nós temos medos mas, temos que aprender a enfrentá-     -los. Eu, quando era pequeno era muito medricas e até tinha medo da minha sombra.
- O que fizeste para deixar de ter esse medo?
- Uma manhã acordei e decidi que tinha de vencer esse medo. Ao principio não foi fácil mas, com força, consegui vencê-lo.
Atenta, Rita escutava tudo.
- E tu Rita!? De que tens medo?
- Eu tenho medo de bruxas.
Aproximando-se, Lupi encostou uma pata às mãos de Rita.
- As bruxas não existem e, não podemos ter medo.
De um momento para o outro, Rita esfregou os olhos e quando os abriu, viu que já estava no seu quarto. Ao sentar-se na cama, viu que ao seu lado estava um peluche igual a Colorido.
A partir desse dia, Rita perdeu o medo das bruxas e viveu feliz, recordando aquela noite fantástica.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

O Urso Deni

 Numa pequena casa da rua Suspiro, morava Mariana de 8 anos e os pais.
   Uma manhã, Mariana acordou e enquanto tomava o pequeno almoço, a mãe Efigénia foi buscar uma encomenda. De regresso, entregou um grande e fofo embrulho a Mariana que o abriu imediatamente. Lá dentro, estava um urso de peluche branco muito bonito e brilhante.
   - Esta prenda foi a tia Leonilde que te enviou – disse Efigénia.
   - É lindo! Tão fofo – disse Mariana.
   Durante o resto do dia, Mariana esteve sempre a brincar com o urso.
   À noite, pouco antes de se deitar, Mariana olhou para o urso e fez-lhe uma festa no focinho. Nesse momento, ele começou a abrir e a fechar os olhos e mexeu uma das patas.
   Assustada, Mariana largou-o em cima da cama e levantou-se rapidamente.
   - Olá – disse o urso.
   - Olá – respondeu Mariana com medo.
   - Não tenhas medo. Eu não faço mal – disse o urso.
   - Como te chamas? – perguntou Mariana.
   - Chamo-me Deni. E tu? – perguntou Deni.
   - Eu sou a Mariana e tenho 8 anos- respondeu Mariana.
   - Eu não sei quantos anos tenho – disse Deni.
   Já mais calma, Mariana adormeceu e sonhou com princesas e castelos.
   No dia seguinte, Mariana foi para o jardim com Deni e começaram a brincar. Enquanto se divertiam, Deni estava muito contente e sentia-se o urso mais feliz do mundo.
   Sentados na relva, Deni e Mariana viram uma linda borboleta branca voar e ficaram a vê-la.
   - Pensava que os animais só falavam na televisão – disse Mariana.
   - Eu sou diferente dos outros animais – disse Deni.
   - Diferente, como!? – perguntou Mariana.
   - Vou-te contar um segredo. Mas, tem que ser mesmo segredo – disse Deni.
   - Eu não conto a ninguém – disse Mariana.
   - Quando nasci, um raio de sol iluminou a caverna onde eu estava e, a partir daí comecei a falar – disse Deni.
   - E o que aconteceu depois? – perguntou Mariana.
   - Depois, todos os outros animais me expulsaram e tive que abandonar a floresta – respondeu Deni.
   - Foram muito maus contigo – disse Mariana.
   - Pois foram. Mas, eu já não me importo – disse Deni.
   - A partir de agora, és o meu melhor amigo e, vamos fazer muitas coisas juntos – disse Mariana.
   Mostrando um bonito e brilhante sorriso, os olhos de Deni iluminaram-se de felicidade.
   Durante o resto do dia, Mariana e Deni brincaram muito e divertiram-se imenso.
   Ao anoitecer, quando se preparavam para regressar a casa, Deni apanhou uma margarida e deu-a a Mariana.
   - Toma Mariana – disse Deni, entregando-lhe a flor.
   - Obrigado – agradeceu Mariana.
   Ao entrar em casa, Mariana pegou Deni ao colo e foi para o quarto.
   Os dias foram passando e, a amizade entre ambos era cada vez maior.
   Numa tarde cinzenta e estranha, os amigos ficaram no alpendre e, de um momento para o outro, Deni começou a chorar.
   - Que se passa? Porque choras? – perguntou Mariana.
   - Lembrei-me que, um dia vou ter que ir embora – respondeu Deni.
   - Porquê!? – perguntou Mariana.
   - Porque, quando cresceres já não me vais querer – respondeu Deni.
   Acabando de falar, Deni afastou-se um pouco e Mariana viu-o parar junto a uma palmeira.
   Alguns segundos depois, regressou e  trazia consigo um ramo de coloridas e variadas flores.
   - São para ti – disse Deni, entregando-as a Mariana.
   - Obrigado – agradeceu Mariana.
   Feliz, Deni abraçou Mariana e nesse momento, uma chuva de pétalas de flores começou a cair e, um maravilhoso cheiro a rosas invadiu o ar.
   De seguida, Mariana olhou para Deni mas, no seu lugar, apenas viu um peluche igual ao amigo.
   Ao apanhá-lo, olhou para o céu e viu o nome Deni escrito pelas nuvens.
   De regresso a casa, já no seu quarto, Mariana deitou o peluche na sua cama.
   A partir daí, Mariana dormia todas as noites com o peluche e recordava os momentos que tinham vivido juntos.  


sábado, 23 de agosto de 2025

Os amigos Xexé e Chiclete

        O sol já brilhava com muita força e quando o relógio marcava as 8:50, Diogo de 9 anos acordou.
- Mãe! Pai! Venham cá!
No quarto ao lado, Custódia e Adriano acordaram e foram até ao quarto do filho.
- O que se passa!?
- Dói-me muito a barriga!
- Não chores. Veste-te para irmos ao médico.
Diogo vestiu-se com alguma dificuldade e foi para o carro. Durante o caminho, Diogo continuava a queixar-se e a chorar.
Ao chegarem à pediatria, Diogo e os pais foram encaminhados para um gabinete onde o doutor Filipe os esperava.
- Bom dia.
- Bom dia.
- Dói-me muito a barriga.
- Indica com a tua mão onde dói.
Diogo apontou para a região inferior da barriga e o médico observou-o.
Depois de o auscultar e de tocar na região indicada por Diogo, o médico pegou no telefone.
- Tenho aqui um caso de apendicite e preciso de um bloco disponível.
Após desligar o telefone, o dr. Filipe olhou para Diogo.
- Já sei porque é que tens tantas dores.
- Porquê!?
- Estás com apendicite.
- E agora!?
- Agora a única solução é tirar o apêndice.
Nesse momento, Diogo olhou para a mãe.
- E quando vai ser a operação?
- Estou à espera que me indiquem um bloco e uma equipa que esteja disponível para avançar já.
Minutos depois, o telefone do gabinete tocou.
- Sim. Estou a perceber. Preciso então de um quarto e de um comprimido para as dores.
Terminado o telefonema, o médico começou a escrever e pouco depois, uma enfermeira bateu à porta do gabinete.
- Sim!?
- Aqui está o comprimido que pediu.
- Dê-o a este rapaz. Já prepararam o quarto?
- Sim. É o 123.
- Então, no fim de tomar o comprimido, acompanho-o até lá.
Diogo olhou para o comprimido azul e tomou-o.
- Uiii! Sabe mal!
- Mas faz bem. De certeza que ficas melhor.
Sorrindo, a enfermeira levou Diogo até ao quarto 123.
Ao entrarem, Diogo viu três camas e uma, estava ocupada por um rapaz de cabelos ruivos encaracolados.
- Este vai ser o teu quarto e ficas na cama 10, ao lado deste rapaz.
- Está bem.
- Tens aqui um pijama para vestir e depois, podes-te deitar.
- A minha mãe?
- A tua mãe já vem. Só ficou no corredor a fazer um telefonema.
- Está bem.
Depois da enfermeira sair, Diogo vestiu o pijama e deitou-se.
Segundos depois, a mãe aproximou-se.
- Como estão as dores?
- Já não dói tanto.
- Ainda bem.
- Pois é.
Enquanto isso, Custódia virou-se para a cama do lado e sorriu.
- Olá.
- Olá.
- Como te chamas?
- Gonçalo.
- O que tens?
- O médico disse que era apendicite.
- O mesmo que o meu filho, o Diogo.
Gonçalo olhou para Diogo.
- Olá.
- Olá.
- Sou o Gonçalo.
- Eu sou o Diogo.
- Quantos anos tens?
- Tenho 9. E tu?
- Eu tenho 10.
Custódia aproximou-se da cama do filho.
- Como estás?
- Estou melhor. Já não dói tanto.
- Ainda bem.
- Pois é.
Nesse momento, ouviu-se um apito parecido com o dos comboios.
“U-uuu”
- O que foi isto!?
Instantaneamente, Diogo e Gonçalo olharam para a entrada do quarto e viram lá duas pessoas. Uma, tinha vestida uma bata florida, calçava chinelas com pompons coloridos e no cabelo, tinha vários ganchos em forma de borboletas. Enquanto isso, a outra vestia um macacão azul claro, decorado com peixes coloridos e na cabeça, tinha um chapéu com várias bandeiras também coloridas.
“- Podemos entrar?”
- Sim.
“- Viemos conhecer o novo doente do quarto 123.”
- Sou eu.
“- É o eu!??? Mas que nome mais esquisito!”
“- Os nossos também são esquisitos. Eu sou a Chiclete.”
“- E eu sou o Xexé.”
- O meu nome não é eu! É Diogo.
“- Ahhhhh!!! Assim está bem!
- Quem são vocês?
  “- Somos os enfermeiros mais divertidos do hospital.”
“- Pois é. E temos o poder de transformar qualquer dor, seja de barriga ou de unha encravada, numa grande risada.”
Nesse momento, o médico entrou no quarto e trazia um xarope.
- Finalmente chegou o xarope para o Gonçalo. Tens que o tomar 2 vezes por dia mas, os enfermeiros dão-to.
- Mais xaropes!? Eles sabem tão mal.
- Eu sei mas, tens que tomar.
Instantaneamente, Xexé aproximou-se de Gonçalo, pegou no frasco do xarope e elevou-o acima da sua cabeça.
“-Xaropi, xaropá, vai prá barriga do Gonçalo já!”
De seguida, Xexé deu o copo ao Gonçalo que o bebeu a fazer caretas.
- Yuck!!
“- Só custa esta vez. Vais ver que já passa.”
Enquanto isso, Custódia aproximou-se da filho.
- Tenho que ir embora. Sabes que não posso deixar o teu pai muito tempo sozinho senão, vai logo para casa do vizinho.
- Eu sei.
- E para mais, ficas bem acompanhado.
- Está bem.
- Então, adeus.
- Adeus mãe.
Depois da mãe se ir embora, Diogo olhou para Gonçalo e percebeu que ele estava a chorar.
- Porque estás a chorar?
- Por nada.
- É por alguma coisa. Diz-me.
- Não te importes.
- Tu é que sabes.
No dia seguinte logo de manhãzinha, alguns enfermeiros levaram Gonçalo do quarto. Enquanto isso, outra enfermeira media a temperatura ao Diogo. Pouco depois, o termómetro apitou.
- A temperatura está boa e, daqui a pouco vai ficar tudo ainda melhor.
- Porquê?
- Neste momento, o Gonçalo está a ser operado e depois és tu.
Quando Diogo ia para fazer uma pergunta à enfermeira, ouviu novamente o barulho do apito do comboio e olhou instantaneamente para a porta. Lá, Chiclete e Xexé olharam para a enfermeira e sorriram.
“-Bom dia.”
- Bom dia. Entrem e venham ajudar-me.
“- Se for para dar injeções vai o Xexé. Eu só sei dar palmadas meigas.”
- Não é preciso nada disso. Mas se quiserem, podem esperar juntos.
“- Eu não gosto de esperar.”
“- Nem eu.”
“- Já sei o que podemos fazer.
“- O quê!?”
“- Podemos fazer palhaçadas.”
- Boa ideia. Assim, tenho a certeza que o tempo vai passar a voar.
“- Eu não quero voar! Posso bater contra alguma nuvem e depois é o cabo dos trabalhos.”
“- Nem eu. Dorminhoco como sou, ainda adormecia no ar.”
“- Sim. E depois, tenho a certeza que acertavas em todos os postes.”
“- Em todos e mais alguns.”
“- Já para não falar nos coitados dos pássaros.”
“- Pois é.”
“- É melhor não pensarmos nisso.”
“ Ah! Ah! Ah!
Pouco depois, os enfermeiros regressaram com Gonçalo e levaram Diogo para a operação.
Algum tempo depois, Diogo regressou ao quarto e já acordado, viu coloridos balões espalhados pelo quarto. Viu também a mãe e Chiclete que, o olhavam silenciosos.
“- Olá Diogo.”
- Olá.
- Como estás?
- Estou bem.
“- Foi difícil?”
- Não sei. Estava a dormir.
“- Pois é. Os médicos apanham-nos sempre a dormir e então é que fazem estas coisas. Eu e o Xexé estivemos a trabalhar. Enchemos tantos balões que, já não consigo soprar.”
Segundos depois, chegou Xexé que vinha a espreguiçar-se.
“- Que rica sesta! Estes cinco minutos a dormir, deram-me força.”
- Força para quê!?
“- Força para alegrar a rapaziada.”
Diogo sorriu e olhou para Gonçalo que, estava a acordar.
- Olá Gonçalo. Como estás?
- Estou mole.
- É o efeito da anestesia.
- Pois é.
Nesse momento, Gonçalo viu os balões.
- O que é isto?
- O Xexé e a Chiclete enfeitaram o quarto com balões.
- Que giro.
- Pois está.
À tarde, Gonçalo recebeu a visita dos pais e ficou muito feliz, o que também alegrou Diogo.
Dois dias depois, quando se preparavam para regressar a casa, Xexé e Chiclete despediram-se de Diogo e de Gonçalo que, ficaram muito amigos. 







quinta-feira, 26 de junho de 2025

O quarto trancado

O sol espreitava por entre as nuvens e aos poucos, os irmãos Diogo e Simão de 10 e 11 anos acordavam com muita preguiça. Minutos depois, levantaram-se e o gato deu um mio. 
 - Bom dia Ginjas. 
Depois de se prepararem, foram até à cozinha onde a mãe Matilde preparava o pequeno-almoço. 
 - Bom dia rapaziada. 
 - Bom dia, mãe. 
 - Tomem o pequeno almoço que, eu tenho que ir a casa da tia Julieta. 
 - Para quê!? 
 - Vocês sabem que a tia às vezes tem ideias malucas e hoje, às 6:00 da manhã telefonou a dizer que tinha que limpar e arrumar os armários da sala.
 - Mas, porquê!? 
 - O porquê não sei. Mas, sei que ela, quando mete uma ideia na cabeça, não à quem lha tire. 
 - Podemos ir e ficar no pátio a brincar com as engenhocas do tio Bartolomeu? 
 - Claro que podem. Mas, têm que se despachar. 
 - Eu já acabei. 
 - Eu também. 
 - Então, vamos. 
Alguns minutos depois, ao chegarem perto da casa, viram o tio Bartolomeu a mexer num velho guarda-chuva enferrujado. 
 - Olá tio. 
 - Olá sobrinhos. 
 - O que está a fazer? 
 - Estou a tentar arranjar uma armadilha para afastar uns cães que à noite, vêm cá e espalham as minhas ferramentas. 
 - Não era mais fácil se o tio as arrumasse dentro da oficina. 
 - Até podia ser mas, eu já estou tão habituado a não ter nada arrumado que, depois ainda ia ser mais difícil lembrar-me dos sítios onde estavam. 
 - Está bem. O tio é que sabe. 
 Entrando em casa, Diogo e Simão aproximaram-se da tia. 
 -Olá sobrinhos. 
 - Olá tia. 
 -Tenho na cozinha um bolo acabado de sair do forno e que vos está a chamar. Vão até lá e provem-no.
 - Obrigado. 
Enquanto iam para a cozinha, ouviram um estrondo parecido com o de vidros a partir. Olharam para todos os lados mas, só viram uma grande cortina encostada à parede. Curiosos, arredaram-na e viram uma porta de madeira preta. Tentaram abri-la mas, a maçaneta não rodou nem um milímetro. Pouco depois, a mãe e a tia aproximaram-se. 
 - O que se passa? 
 - Ouvimos um barulho parecido com o de vidros a partir mas, só aqui está esta porta trancada. 
 - Não deve ter sido nada de importante. 
 - Tia, mas o barulho veio mesmo daqui. 
 - Então, não vamos mesmo saber o que foi. 
 - Porquê!? 
 - Desde que me lembro de ser gente, esta porta nunca foi aberta. Quando era mais nova, procurei a chave mas, nunca a encontrei. 
 - Oh! 
 - Pois é. 
 - Podemos procurar a chave? 
 - Poder podem. Mas, não se entusiasmem muito pois, cá para mim, a chave não existe. 
 - Que estranho. 
 - É mesmo.
 Depois de a tia se afastar, os irmãos começaram a procurá-la. Viram nos armários, nas louças, nas estantes de livros e até abanaram as almofadas, não estivesse a chave lá dentro mas, nada. Já um pouco desanimados, os irmãos sentaram-se. 
 - Será que a porta não tem mesmo chave? 
 - Para que queriam uma porta se não a abriam!? 
 -Vamos ao pé dela. 
 - Sim. Pode ser que as chaves apareçam por magia. 
 - Já agora, caíam do teto. 
 - Não gozes. 
 - Era uma ideia. 
 - Ok. Vamos lá. 
 Ao chegarem à porta, olharam para todos os cantos, recantos mas, nada. Com o desânimo a aumentar, Simão encostou-se à parede e sem querer, tocou num quadros de madeira que, caiu. No momento em que se baixavam para o apanhar, viram que preso à moldura, estava uma chave de ferro. Sorridente, Diogo apanhou-a e experimentou abrir a porta com ela. Depois de rodar a chave, a fechadura fez um “click” e abriu-se. Os irmãos entraram no espaço e, com a ajuda da luz dos telemóveis, viram vários vestidos muito bonitos. Saíram do espaço e foram ter com a tia Julieta. -Tia! Conseguimos abrir a porta! - Abriram a porta!? 
 - Sim. 
 - Vamos lá. 
 - É melhor levarmos uma lanterna. 
 - Tenho ali uma. Vou buscá-la.
 Entraram e, com a luz da lanterna, viram os vestidos maravilhosos e, vidros no chão. 
 - Olhem os vidros que ouvimos partir. Parece que foi um candeeiro. 
 - Sim. E olhem também para estes vestidos que parecem de princesas. 
 - Estou agora a lembrar-me de uma conversa que ouvi em pequena. 
 - Que conversa!? 
 - Um dia, os meus pais contaram-me uma história onde havia uma princesa que não era vaidosa e que, deu os seus melhores vestidos à sua melhor amiga, como agradecimento pela amizade. 
 - Quem era a melhor amiga? 
 - Pelo que estou a perceber agora, a melhor amiga era a minha avó, vossa bisavó. 
 - Como é que ela se chamava? 
 - Ela era a Bernardina e, sempre me disse que ter amigos é uma das maiores riquezas do mundo. 
 - E é mesmo. 
 - Não ter amigos é muito triste. 
 - Por essa razão, não os abandonem nem afastem pois, os amigos são aqueles que confiam em nós e, em quem podemos confiar os nossos maiores segredos.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

O menino do quarto 17

O sol estava a nascer e aos poucos, furava as nuvens.
Numa casa da rua Rabisco, Simão de 11 anos acordou e quando se começou a vestir, sentiu dores muito fortes perto da barriga.
- Mãe! Estou com dor de barriga.
- Ontem, de certeza que comeste o que não devias e por isso é que estás assim. 
- Não comi nada.
- Então, isso passa.
Simão abraçou a barriga e começou a chorar. Segundos depois, a mãe Dulce encostou a mão à testa do filho. 
- Tens a testa muito quente. Vamos ver se é febre.
Dulce foi buscar um termómetro, colocou-o na axila do filho e esperaram 8 minutos. Passado esse tempo, a mãe tirou-o e viu que marcava 38ºC graus.
- Estás mesmo com febre. Temos que ir às urgências.
- Mas, mãe!? A barriga dói-me muito.
- Vamos lá e o médico vê o que se passa.
- Está bem.
Durante o caminho, Simão continuou a queixar-se.
- Ai, mãe! Dói tanto!
- Já falta pouco.
Pouco depois, chegaram às urgências e Simão entrou logo para o gabinete médico.  Depois de dizer ao médico o que sentia e de este o ter observado, Dulce perguntou:
- Qual é o problema?
- Pelo que consigo perceber, o seu filho está com uma apendicite.
- E agora?
- O mais indicado é retirar o apêndice.
- Quando?
- O mais rápido possível. Só preciso ver se o bloco está a ser utilizado e se não estiver, podemos avançar já com a remoção.
Simão olhou muito sério para o médico que, se levantou e abriu a porta do consultório, saindo.
- Mãe. Vai doer muito?
- Não. Não vais sentir nada e assim, deixas de ter essas dores.
Pouco depois, o médico regressou.
- O bloco estará disponível amanhã de manhã e já marquei a intervenção. O enfermeiro vai acompanhar ao quarto e ajudar no que for necessário.
- Obrigado sr. Doutor.
Segundos depois um enfermeiro entrou no consultório.
- Bom dia. Quem é o paciente que vou acompanhar ao quarto?
- É este rapaz, o Simão.
- Muito bem. Vamos lá então.
Seguindo o enfermeiro, Simão e a mãe andaram alguns metros e chegaram ao quarto número 16.
- Aqui está o quarto. Podes vestir um pijama e deitar-te. Eu já volto com medicação para as dores.
- Obrigado.
Depois do enfermeiro sair, Dulce ajudou o filho e quando ele já estava deitado, deu-lhe um beijo na testa.
Pouco depois, o enfermeiro regressou e aproximou-se da cama de Simão.
- Toma este comprimido e vais ver que ficas melhor.
Simão tomou o comprimido e ficou á espera que fizesse efeito.
- Filho. Eu vou num instante a casa buscar umas roupas. Queres que te traga algum livro?
- Sim. Traz o livro das histórias e o meu peluche.
- Está bem. Vou depressa.
Quando a mãe saiu do quarto, Simão olhou para a cama ao lado da sua e viu lá um rapaz com árias ligaduras na cabeça, a dormir.
Pouco depois, ouviu alguém gritar:
“Não quero! Não tenho fome e isso parece outra coisa!”
Em silêncio, Simão sorriu.
Minutos depois, Dulce regressou e entregou o livro e o peluche ao filho.
- Aqui está o teu peluche e o livro.
- Está bem.
Segundos depois, uma enfermeira aproximou-se.
- Tenho que levar este rapaz para fazer análises.
- Está bem.
Ao sair do quarto, ouviu novamente:
“Já disse que não quero! Não como nada disso!”
Quando passou em frente à porta do quarto ao lado, Simão olhou lá para dentro e viu vários enfermeiros ao pé de uma das camas mas, continuou a andar, seguindo a enfermeira.
Depois de fazer as análises, Simão voltou para o quarto e já deitado, perguntou á enfermeira:
- Porque estão tantos enfermeiros no quarto do lado?
- O menino que lá está, o Daniel, não quer comer nada e os meus colegas estão a tentar que coma.
- Mas, não come porquê!?
- Diz que não tem fome e que não quer nada.
- Se calhar não tem mesmo fome.
- Ele foi internado ontem de manhã e ainda não comeu nada.
- Se calhar, quer é guloseimas. 
- Acertaste. Ele só quer comer doces e coisas que fazem mal.
- Eu também gosto de doces.
- O problema é que ele não faz uma alimentação correta e por isso, está com falta de nutrientes essenciais para o funcionamento do corpo humano. Tem falta das vitaminas A, C, D, E e ferro por isso, está sempre cansado, com dores de cabeça, problemas de visão e outras coisas.
- Eu só como doces às vezes.
- Fazes muito bem. Não devemos abusar dos doces nem das comidas pré- fabricadas.
- Às vezes como um hambúrguer mas, não é sempre.
- Uma vez de vez em quando não faz mal.
- Pois não.
No dia seguinte logo de manhãzinha, Simão foi operado e já no quarto, ao acordar viu o pai e a mãe.
- Bom dia.
- Bom dia, filho. Como estás?
- Estou bem.
- Tens dores?
- Não. Só uma impressão ao pé da barriga.
- É normal. Mas, tenho a certeza que vai passar depressa.
- Pois vai.
Pouco depois, o enfermeiro entrou no quarto e aproximou-se de Simão, sorrindo.
- Pelo que estou a ver, o nosso doente já acordou.
- Sim.
- E como te sentes?
- Agora já não dói.
- Ainda bem. Senão, tínhamos que voltar a operar.
- O quê!?
- Estou a brincar.
- Ainda bem.
- Quando posso ir para casa?
- Se não houver complicações, podes ir daqui a uns dias.
- E quando é que me posso levantar?
- Daqui a umas horas.
- Ainda bem.
Nesse momento, ouviram:
“- Não quero e não me podem obrigar!”
- O Daniel continua a não querer comer?
- Pois. Os meus colegas tentam de todas as maneiras que ele coma mas não conseguem.
- Quando me levantar, posso ir ao pé dele?
- Podes. Quem sabe se não lhe fará bem conversar com alguém da mesma idade.
- Pois.
Algum tempo depois, os pais foram embora e Simão viu que já eram 11 horas e 30 minutos. Nesse momento, chamou uma enfermeira que veio rapidamente.
- Precisas de alguma coisa?
- Já me posso levantar?
Depois de olhar para o relógio, a enfermeira sorriu.
- Podes. Mas, nada de correrias.
- Está bem.
Com calma, Simão saiu do quarto aproximando-se da porta do quarto número 17 que, estava aberta. Em silêncio, olhou lá para dentro e viu um rapaz sentado na cama. Entrou devagarinho e nesse momento, o rapaz viu-o.
- Quem és tu!?
- Sou o Simão e estou no quarto aqui ao lado.
- O que queres?
- Vim te conhecer e perguntar porque não queres comer.
- Isso não te interessa!
- Pois não. Mas, gostava de saber.
- Eu não gosto desta comida.
- Gostas de quê?
- Batatas fritas, cachorros quentes, hambúrgueres e doces.
- Só comes disso?
- Sim. E aqui não dão nada disso.
- Aqui no hospital dão comida saudável que devemos comer.
- Mas eu não gosto.
Nesse momento, outro enfermeiro entrou no quarto e aproximou-se da cama de Daniel. Trazia numa mão uma seringa e na outra um frasco.
- Para que é isso!?
- Estás com falta de nutrientes e, tenho que te dar uma dose deles.
- Eu não quero.
- Tem que ser.
- Já disse que não quero.
Simão aproximou-se um pouco mais.
- Se comeres, não precisas das injeções.
- Não como!
- Então não há escolha.
O enfermeiro olhou para Simão e depois para Daniel que, estava quase a chorar.
- O que preferes que eu faça? Trago-te a refeição e comes ou, tenho que te dar a injeção mesmo á força?
- Eu como. Mas, pouco.
- Está bem. Vou já buscar.
Enquanto isso, Simão sorriu para Daniel.
Pouco depois, o enfermeiro regressou com a refeição de Daniel.
- Aqui está.
- O Simão pode comer ao pé de mim?
- Se ele quiser.
- Eu não me importo.
Sorrindo, o enfermeiro foi buscar o tabuleiro para Simão e, deixou-o ao lado do de Daniel.
- Vamos então comer.
Daniel olhou para a refeição que era esparguete com carne cozida e fez logo uma expressão de desagrado.
- Nem sei o que isto parece.
- Eu sei.
- O que é que parece?
- Parece um grande prato de esparguete à bolonhesa.
- Não.
- Não é. Mas, se pensares que é, vais ver que parece.
Rindo, Daniel provou o esparguete e depois de o engolir, olhou para Simão.
- Tens razão.
- Pois tenho.
Daniel comeu e no fim, olhou para Simão que também estava a acabar de comer.
- Esse truque resulta mesmo.
- Pois é. É o que faço quando o comer da escola não é nada do que gosto.
No dia seguinte, Simão teve alta médica e regressou a casa, continuando a manter contacto com Daniel que, lhe ficou muito agradecido pela ajuda.





 


sábado, 22 de março de 2025

Amigo Fiel

        A chuva caía e aos poucos, o dia começava a nascer.
No momento em que o grande sino da igreja batia as 8:00, quase toda a aldeia Pimpum despertava. Na rua Cambalhota, Carla acordava o filho Pedro.
- Bom dia. Toca a levantar que, temos que fazer.
- Já, mãe!?
- Sim.
- Está bem.
Com muita preguiça, Pedro levantou-se e depois de se preparar, foi para a cozinha. Enquanto tomava o pequeno-almoço, viu que a chuva tinha parado e um bonito arco-íris coloria o céu.
Enquanto isso, Carla regressou à cozinha e segundos depois, ouviram um apito.
- Vamos que já está na hora.
- Onde?
- A casa do tio Casimiro.
- Oh! Fazer o quê!?
- O tio comprou um carro e precisa de arrumar a garagem. Por isso, pediu para irmos ajudar.
- Está bem.
Durante a curta viagem, Pedro pensou numa garagem cheia de lixo e muito desarrumada. Ao chegarem a casa do tio, viu vários caixotes em frente a garagem.
- Tanta caixa.
- Realmente. Parece que vão mudar de casa.
Pouco depois, a tia Dulce apareceu e trazia mais uns caixotes.
- Bom dia.
- Bom dia.
- O Casimiro só sabe dar trabalho.
- Não faz mal. Nós ajudamos.
- Só vos peço é que tenham paciência com ele. Desde o inicio da semana, anda de uma maneira que, não à quem o ature.
- Isso passa-lhe.
- Espero que passe e depressa.
Enquanto isso, Pedro sentou-se num canto e minutos depois, a tia aproximou-se.
- Precisas de alguma coisa?
- Não.
- Se quiseres, podes ir para o jardim e levar alguns dos livros que estão neste caixote.
- Obrigado.
Pedro escolheu três livros e foi sentar-se no jardim. Pouco depois, um cão aproximou-se e ficou a olhá-lo.
- Também queres ler?
O cão abanou o rabo e deitou-se na relva.
- Mas estes livros não estão escritos na tua língua. Só se quiseres que eu leia em voz alta.
Pedro começou a ler em voz alta e o cão, ouvia-o atentamente.
No dia seguinte, foi para a escola e quando regressou a casa, o cão esperava-o em frente à porta. Durante o jantar, Pedro olhou muito sério para o pai Leonel.
- Pai. Posso ficar com o cão que estava à porta quando eu cheguei da escola?
- Os cães são muito desarrumados e, não precisamos que esburaquem o jardim.
- Mas ele é bem comportado.
- Não! Sabes bem que, quando eu digo não, é mesmo não!
Triste, Pedro foi para o seu quarto e esteve lá durante o resto do dia.
Na manhã seguinte, durante um intervalo da escola, Pedro viu o cão à sua espera no exterior da escola. Sorrindo, aproximou-se das grades de segurança e dividiu com ele o lanche que tinha levado de casa.
Ao regressar a casa, aconteceu o mesmo que no dia anterior e por isso, Pedro continuava triste.
No dia seguinte, Pedro não tinha escola e ao acordar, viu que estava sol. Então, depois de tomar o pequeno-almoço foi até à garagem. Lá, o pai arrumava algumas ferramentas e assobiava.
- Olá pai.
- Olá Pedro. Precisas de alguma coisa?
- Vim só buscar uma bola.
- Está bem.
Depois de a encontrar, Pedro saiu para o jardim e lá, o cão esperava-o abanando a cauda.
- Queres brincar?
“Au, au!”
- Então, vamos lá.
No jardim, Pedro atirava a bola e o cão ia buscá-la feliz. Algum tempo depois, já cansados os amigos deitaram-se na relva. Pouco depois, apareceu uma borboleta e silenciosa, voou por cima da cabeça do cão. Este, levantou-se rapidamente e começou a ladrar e a pular.
Rindo, Pedro observava tudo.
Depois da borboleta ir embora, o cão voltou para perto de Pedro.
- Pensavas que a conseguias apanhar?
“Au, au!”
- Elas são muito leves, voam e são rápidas.
“ Au, au!”
Sentado, o cão mexeu uma das patas dianteiras e tocou em Pedro.
Durante o resto do dia, Pedro e o cão brincaram muito.
À noite, antes de dormir, quando já não se ouviam barulhos, Pedro pegou num papel e numa caneta e escreveu:
“O meu novo amigo.”
De seguida, foi até à janela e largou o papel ao vento, desejando que o pai o deixasse ficar com o cão.
No fim de semana seguinte, Pedro acordou com febre e com dores na garganta.
A mãe, foi a uma farmácia e comprou remédios para Pedro tomar.
No entanto, Pedro deixou de ir à escola e passava os dias deitado ou na sua cama, ou no sofá.
Uma semana depois, o avô Serafim foi visitá-lo e, quando se preparava para entrar, olhou para trás.
- Já vens à muito tempo a fazer-me companhia mas, agora não podes entrar.
  Nesse momento, o cão que o seguia ladrou.
“Au, au, au”
Ao ouvir o ladrar, Pedro reconheceu como sendo o do mesmo cão com o qual tinha convivido antes de adoecer.
Então, levantou-se à pressa e correu até à entrada da casa. Lá, viu o avô e confirmou que era o cão que pensava.
Instantaneamente, o cão correu para Pedro e feliz, abanou a cauda. Sem entender o que estava a acontecer, o avô sorriu.
- Estava cheio de saudades.
“Au, au, au!!!”
- Eu sei que tu também.
  “Au, au, au!!!”
Abraçados, Pedro e o cão estiveram vários minutos quietos o que, surpreendeu o avô.
- Já se conhecem?
- Sim. Antes de eu ficar doente, este cão estava sempre à minha espera quando chegava da escola.
- Então, é teu amigo.
- Pois é.
- Agora tens que cuidar dele como amigo.
- Eu gostava mas, o meu pai não me deixa ficar com ele.
- Acho que, quando ele souber o que aconteceu, vai mudar de ideias.
Nesse momento, o pai aproximou-se e abraçou o filho.
- Pedro. Esquece o que disse acerca do cão. Se ainda quiseres, podes ficar com ele.
Feliz, Pedro abraçou o pai, a mãe, o avô e por fim o cão.
- Agora só temos que lhe dar um nome.
- E eu já sei qual vai ser.
- Então!?
- Vai ser Fiel.
- Bonito nome.
- Sim. E, depois do que aconteceu, é perfeito.
- A partir de agora, o Fiel pertence à família e, vai ser sempre nosso companheiro.
  A partir desse dia, Pedro e Fiel estavam quase sempre juntos e eram muito felizes.


O Mundo dos Animais

 Numa pequena casa da aldeia Tartaga, Rita de 9 anos estava pronta para ir dormir. Poucos segundos após fechar os olhos, ouviu algo a bate...