O sol já brilhava com muita força e quando o relógio marcava as 8:50, Diogo de 9 anos acordou.
- Mãe! Pai! Venham cá!
No quarto ao lado, Custódia e Adriano acordaram e foram até ao quarto do filho.
- O que se passa!?
- Dói-me muito a barriga!
- Não chores. Veste-te para irmos ao médico.
Diogo vestiu-se com alguma dificuldade e foi para o carro. Durante o caminho, Diogo continuava a queixar-se e a chorar.
Ao chegarem à pediatria, Diogo e os pais foram encaminhados para um gabinete onde o doutor Filipe os esperava.
- Bom dia.
- Bom dia.
- Dói-me muito a barriga.
- Indica com a tua mão onde dói.
Diogo apontou para a região inferior da barriga e o médico observou-o.
Depois de o auscultar e de tocar na região indicada por Diogo, o médico pegou no telefone.
- Tenho aqui um caso de apendicite e preciso de um bloco disponível.
Após desligar o telefone, o dr. Filipe olhou para Diogo.
- Já sei porque é que tens tantas dores.
- Porquê!?
- Estás com apendicite.
- E agora!?
- Agora a única solução é tirar o apêndice.
Nesse momento, Diogo olhou para a mãe.
- E quando vai ser a operação?
- Estou à espera que me indiquem um bloco e uma equipa que esteja disponível para avançar já.
Minutos depois, o telefone do gabinete tocou.
- Sim. Estou a perceber. Preciso então de um quarto e de um comprimido para as dores.
Terminado o telefonema, o médico começou a escrever e pouco depois, uma enfermeira bateu à porta do gabinete.
- Sim!?
- Aqui está o comprimido que pediu.
- Dê-o a este rapaz. Já prepararam o quarto?
- Sim. É o 123.
- Então, no fim de tomar o comprimido, acompanho-o até lá.
Diogo olhou para o comprimido azul e tomou-o.
- Uiii! Sabe mal!
- Mas faz bem. De certeza que ficas melhor.
Sorrindo, a enfermeira levou Diogo até ao quarto 123.
Ao entrarem, Diogo viu três camas e uma, estava ocupada por um rapaz de cabelos ruivos encaracolados.
- Este vai ser o teu quarto e ficas na cama 10, ao lado deste rapaz.
- Está bem.
- Tens aqui um pijama para vestir e depois, podes-te deitar.
- A minha mãe?
- A tua mãe já vem. Só ficou no corredor a fazer um telefonema.
- Está bem.
Depois da enfermeira sair, Diogo vestiu o pijama e deitou-se.
Segundos depois, a mãe aproximou-se.
- Como estão as dores?
- Já não dói tanto.
- Ainda bem.
- Pois é.
Enquanto isso, Custódia virou-se para a cama do lado e sorriu.
- Olá.
- Olá.
- Como te chamas?
- Gonçalo.
- O que tens?
- O médico disse que era apendicite.
- O mesmo que o meu filho, o Diogo.
Gonçalo olhou para Diogo.
- Olá.
- Olá.
- Sou o Gonçalo.
- Eu sou o Diogo.
- Quantos anos tens?
- Tenho 9. E tu?
- Eu tenho 10.
Custódia aproximou-se da cama do filho.
- Como estás?
- Estou melhor. Já não dói tanto.
- Ainda bem.
- Pois é.
Nesse momento, ouviu-se um apito parecido com o dos comboios.
“U-uuu”
- O que foi isto!?
Instantaneamente, Diogo e Gonçalo olharam para a entrada do quarto e viram lá duas pessoas. Uma, tinha vestida uma bata florida, calçava chinelas com pompons coloridos e no cabelo, tinha vários ganchos em forma de borboletas. Enquanto isso, a outra vestia um macacão azul claro, decorado com peixes coloridos e na cabeça, tinha um chapéu com várias bandeiras também coloridas.
“- Podemos entrar?”
- Sim.
“- Viemos conhecer o novo doente do quarto 123.”
- Sou eu.
“- É o eu!??? Mas que nome mais esquisito!”
“- Os nossos também são esquisitos. Eu sou a Chiclete.”
“- E eu sou o Xexé.”
- O meu nome não é eu! É Diogo.
“- Ahhhhh!!! Assim está bem!
- Quem são vocês?
“- Somos os enfermeiros mais divertidos do hospital.”
“- Pois é. E temos o poder de transformar qualquer dor, seja de barriga ou de unha encravada, numa grande risada.”
Nesse momento, o médico entrou no quarto e trazia um xarope.
- Finalmente chegou o xarope para o Gonçalo. Tens que o tomar 2 vezes por dia mas, os enfermeiros dão-to.
- Mais xaropes!? Eles sabem tão mal.
- Eu sei mas, tens que tomar.
Instantaneamente, Xexé aproximou-se de Gonçalo, pegou no frasco do xarope e elevou-o acima da sua cabeça.
“-Xaropi, xaropá, vai prá barriga do Gonçalo já!”
De seguida, Xexé deu o copo ao Gonçalo que o bebeu a fazer caretas.
- Yuck!!
“- Só custa esta vez. Vais ver que já passa.”
Enquanto isso, Custódia aproximou-se da filho.
- Tenho que ir embora. Sabes que não posso deixar o teu pai muito tempo sozinho senão, vai logo para casa do vizinho.
- Eu sei.
- E para mais, ficas bem acompanhado.
- Está bem.
- Então, adeus.
- Adeus mãe.
Depois da mãe se ir embora, Diogo olhou para Gonçalo e percebeu que ele estava a chorar.
- Porque estás a chorar?
- Por nada.
- É por alguma coisa. Diz-me.
- Não te importes.
- Tu é que sabes.
No dia seguinte logo de manhãzinha, alguns enfermeiros levaram Gonçalo do quarto. Enquanto isso, outra enfermeira media a temperatura ao Diogo. Pouco depois, o termómetro apitou.
- A temperatura está boa e, daqui a pouco vai ficar tudo ainda melhor.
- Porquê?
- Neste momento, o Gonçalo está a ser operado e depois és tu.
Quando Diogo ia para fazer uma pergunta à enfermeira, ouviu novamente o barulho do apito do comboio e olhou instantaneamente para a porta. Lá, Chiclete e Xexé olharam para a enfermeira e sorriram.
“-Bom dia.”
- Bom dia. Entrem e venham ajudar-me.
“- Se for para dar injeções vai o Xexé. Eu só sei dar palmadas meigas.”
- Não é preciso nada disso. Mas se quiserem, podem esperar juntos.
“- Eu não gosto de esperar.”
“- Nem eu.”
“- Já sei o que podemos fazer.
“- O quê!?”
“- Podemos fazer palhaçadas.”
- Boa ideia. Assim, tenho a certeza que o tempo vai passar a voar.
“- Eu não quero voar! Posso bater contra alguma nuvem e depois é o cabo dos trabalhos.”
“- Nem eu. Dorminhoco como sou, ainda adormecia no ar.”
“- Sim. E depois, tenho a certeza que acertavas em todos os postes.”
“- Em todos e mais alguns.”
“- Já para não falar nos coitados dos pássaros.”
“- Pois é.”
“- É melhor não pensarmos nisso.”
“ Ah! Ah! Ah!
Pouco depois, os enfermeiros regressaram com Gonçalo e levaram Diogo para a operação.
Algum tempo depois, Diogo regressou ao quarto e já acordado, viu coloridos balões espalhados pelo quarto. Viu também a mãe e Chiclete que, o olhavam silenciosos.
“- Olá Diogo.”
- Olá.
- Como estás?
- Estou bem.
“- Foi difícil?”
- Não sei. Estava a dormir.
“- Pois é. Os médicos apanham-nos sempre a dormir e então é que fazem estas coisas. Eu e o Xexé estivemos a trabalhar. Enchemos tantos balões que, já não consigo soprar.”
Segundos depois, chegou Xexé que vinha a espreguiçar-se.
“- Que rica sesta! Estes cinco minutos a dormir, deram-me força.”
- Força para quê!?
“- Força para alegrar a rapaziada.”
Diogo sorriu e olhou para Gonçalo que, estava a acordar.
- Olá Gonçalo. Como estás?
- Estou mole.
- É o efeito da anestesia.
- Pois é.
Nesse momento, Gonçalo viu os balões.
- O que é isto?
- O Xexé e a Chiclete enfeitaram o quarto com balões.
- Que giro.
- Pois está.
À tarde, Gonçalo recebeu a visita dos pais e ficou muito feliz, o que também alegrou Diogo.
Dois dias depois, quando se preparavam para regressar a casa, Xexé e Chiclete despediram-se de Diogo e de Gonçalo que, ficaram muito amigos.
- Mãe! Pai! Venham cá!
No quarto ao lado, Custódia e Adriano acordaram e foram até ao quarto do filho.
- O que se passa!?
- Dói-me muito a barriga!
- Não chores. Veste-te para irmos ao médico.
Diogo vestiu-se com alguma dificuldade e foi para o carro. Durante o caminho, Diogo continuava a queixar-se e a chorar.
Ao chegarem à pediatria, Diogo e os pais foram encaminhados para um gabinete onde o doutor Filipe os esperava.
- Bom dia.
- Bom dia.
- Dói-me muito a barriga.
- Indica com a tua mão onde dói.
Diogo apontou para a região inferior da barriga e o médico observou-o.
Depois de o auscultar e de tocar na região indicada por Diogo, o médico pegou no telefone.
- Tenho aqui um caso de apendicite e preciso de um bloco disponível.
Após desligar o telefone, o dr. Filipe olhou para Diogo.
- Já sei porque é que tens tantas dores.
- Porquê!?
- Estás com apendicite.
- E agora!?
- Agora a única solução é tirar o apêndice.
Nesse momento, Diogo olhou para a mãe.
- E quando vai ser a operação?
- Estou à espera que me indiquem um bloco e uma equipa que esteja disponível para avançar já.
Minutos depois, o telefone do gabinete tocou.
- Sim. Estou a perceber. Preciso então de um quarto e de um comprimido para as dores.
Terminado o telefonema, o médico começou a escrever e pouco depois, uma enfermeira bateu à porta do gabinete.
- Sim!?
- Aqui está o comprimido que pediu.
- Dê-o a este rapaz. Já prepararam o quarto?
- Sim. É o 123.
- Então, no fim de tomar o comprimido, acompanho-o até lá.
Diogo olhou para o comprimido azul e tomou-o.
- Uiii! Sabe mal!
- Mas faz bem. De certeza que ficas melhor.
Sorrindo, a enfermeira levou Diogo até ao quarto 123.
Ao entrarem, Diogo viu três camas e uma, estava ocupada por um rapaz de cabelos ruivos encaracolados.
- Este vai ser o teu quarto e ficas na cama 10, ao lado deste rapaz.
- Está bem.
- Tens aqui um pijama para vestir e depois, podes-te deitar.
- A minha mãe?
- A tua mãe já vem. Só ficou no corredor a fazer um telefonema.
- Está bem.
Depois da enfermeira sair, Diogo vestiu o pijama e deitou-se.
Segundos depois, a mãe aproximou-se.
- Como estão as dores?
- Já não dói tanto.
- Ainda bem.
- Pois é.
Enquanto isso, Custódia virou-se para a cama do lado e sorriu.
- Olá.
- Olá.
- Como te chamas?
- Gonçalo.
- O que tens?
- O médico disse que era apendicite.
- O mesmo que o meu filho, o Diogo.
Gonçalo olhou para Diogo.
- Olá.
- Olá.
- Sou o Gonçalo.
- Eu sou o Diogo.
- Quantos anos tens?
- Tenho 9. E tu?
- Eu tenho 10.
Custódia aproximou-se da cama do filho.
- Como estás?
- Estou melhor. Já não dói tanto.
- Ainda bem.
- Pois é.
Nesse momento, ouviu-se um apito parecido com o dos comboios.
“U-uuu”
- O que foi isto!?
Instantaneamente, Diogo e Gonçalo olharam para a entrada do quarto e viram lá duas pessoas. Uma, tinha vestida uma bata florida, calçava chinelas com pompons coloridos e no cabelo, tinha vários ganchos em forma de borboletas. Enquanto isso, a outra vestia um macacão azul claro, decorado com peixes coloridos e na cabeça, tinha um chapéu com várias bandeiras também coloridas.
“- Podemos entrar?”
- Sim.
“- Viemos conhecer o novo doente do quarto 123.”
- Sou eu.
“- É o eu!??? Mas que nome mais esquisito!”
“- Os nossos também são esquisitos. Eu sou a Chiclete.”
“- E eu sou o Xexé.”
- O meu nome não é eu! É Diogo.
“- Ahhhhh!!! Assim está bem!
- Quem são vocês?
“- Somos os enfermeiros mais divertidos do hospital.”
“- Pois é. E temos o poder de transformar qualquer dor, seja de barriga ou de unha encravada, numa grande risada.”
Nesse momento, o médico entrou no quarto e trazia um xarope.
- Finalmente chegou o xarope para o Gonçalo. Tens que o tomar 2 vezes por dia mas, os enfermeiros dão-to.
- Mais xaropes!? Eles sabem tão mal.
- Eu sei mas, tens que tomar.
Instantaneamente, Xexé aproximou-se de Gonçalo, pegou no frasco do xarope e elevou-o acima da sua cabeça.
“-Xaropi, xaropá, vai prá barriga do Gonçalo já!”
De seguida, Xexé deu o copo ao Gonçalo que o bebeu a fazer caretas.
- Yuck!!
“- Só custa esta vez. Vais ver que já passa.”
Enquanto isso, Custódia aproximou-se da filho.
- Tenho que ir embora. Sabes que não posso deixar o teu pai muito tempo sozinho senão, vai logo para casa do vizinho.
- Eu sei.
- E para mais, ficas bem acompanhado.
- Está bem.
- Então, adeus.
- Adeus mãe.
Depois da mãe se ir embora, Diogo olhou para Gonçalo e percebeu que ele estava a chorar.
- Porque estás a chorar?
- Por nada.
- É por alguma coisa. Diz-me.
- Não te importes.
- Tu é que sabes.
No dia seguinte logo de manhãzinha, alguns enfermeiros levaram Gonçalo do quarto. Enquanto isso, outra enfermeira media a temperatura ao Diogo. Pouco depois, o termómetro apitou.
- A temperatura está boa e, daqui a pouco vai ficar tudo ainda melhor.
- Porquê?
- Neste momento, o Gonçalo está a ser operado e depois és tu.
Quando Diogo ia para fazer uma pergunta à enfermeira, ouviu novamente o barulho do apito do comboio e olhou instantaneamente para a porta. Lá, Chiclete e Xexé olharam para a enfermeira e sorriram.
“-Bom dia.”
- Bom dia. Entrem e venham ajudar-me.
“- Se for para dar injeções vai o Xexé. Eu só sei dar palmadas meigas.”
- Não é preciso nada disso. Mas se quiserem, podem esperar juntos.
“- Eu não gosto de esperar.”
“- Nem eu.”
“- Já sei o que podemos fazer.
“- O quê!?”
“- Podemos fazer palhaçadas.”
- Boa ideia. Assim, tenho a certeza que o tempo vai passar a voar.
“- Eu não quero voar! Posso bater contra alguma nuvem e depois é o cabo dos trabalhos.”
“- Nem eu. Dorminhoco como sou, ainda adormecia no ar.”
“- Sim. E depois, tenho a certeza que acertavas em todos os postes.”
“- Em todos e mais alguns.”
“- Já para não falar nos coitados dos pássaros.”
“- Pois é.”
“- É melhor não pensarmos nisso.”
“ Ah! Ah! Ah!
Pouco depois, os enfermeiros regressaram com Gonçalo e levaram Diogo para a operação.
Algum tempo depois, Diogo regressou ao quarto e já acordado, viu coloridos balões espalhados pelo quarto. Viu também a mãe e Chiclete que, o olhavam silenciosos.
“- Olá Diogo.”
- Olá.
- Como estás?
- Estou bem.
“- Foi difícil?”
- Não sei. Estava a dormir.
“- Pois é. Os médicos apanham-nos sempre a dormir e então é que fazem estas coisas. Eu e o Xexé estivemos a trabalhar. Enchemos tantos balões que, já não consigo soprar.”
Segundos depois, chegou Xexé que vinha a espreguiçar-se.
“- Que rica sesta! Estes cinco minutos a dormir, deram-me força.”
- Força para quê!?
“- Força para alegrar a rapaziada.”
Diogo sorriu e olhou para Gonçalo que, estava a acordar.
- Olá Gonçalo. Como estás?
- Estou mole.
- É o efeito da anestesia.
- Pois é.
Nesse momento, Gonçalo viu os balões.
- O que é isto?
- O Xexé e a Chiclete enfeitaram o quarto com balões.
- Que giro.
- Pois está.
À tarde, Gonçalo recebeu a visita dos pais e ficou muito feliz, o que também alegrou Diogo.
Dois dias depois, quando se preparavam para regressar a casa, Xexé e Chiclete despediram-se de Diogo e de Gonçalo que, ficaram muito amigos.
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