Com o nascer de novas
flores a primavera começava a despertar e, todos os habitantes da aldeia
Bitoque estavam felizes e animados.
Numa manhã em que o sol brilhava,
Diogo de sete anos jogava à bola com o seu amigo Tiago e, entre gargalhadas e
outras brincadeiras a animação era grande. Enquanto praticavam os passes de
bola, um pontapé mais forte atirou a bola para uma terra próxima, cheia de
ervas altas.
Correndo para a apanhar, Diogo
entrou nas ervas vendo rapidamente a bola. Preparado para a apanhar, deu uns
passos e quando lhe pegou, viu mais à frente um grande e colorido cogumelo. Ao
regressar para junto de Tiago, continuaram a brincar e a divertir-se.
No dia seguinte, Diogo decidiu ir
ver melhor o cogumelo e, tentar perceber porque nascera ali e era tão grande.
Aproximando-se, viu as suas diversas cores assim como os seus inúmeros
círculos. Deslumbrado com tantas cores, Diogo ouviu uma voz que lhe disse:
- Olá!
Olhando para todos os lados e não
vendo ninguém, Diogo perguntou:
- Quem fala?
Alguns segundos depois, a mesma voz
disse:
- Sou eu, o cogumelo.
Ao olhar para o cogumelo, Diogo viu
dois olhos e uma boca sorridente que o observavam fixamente. Sem saber o que
dizer, Diogo ficou calado à espera do que poderia acontecer a seguir. Segundos
depois, o cogumelo disse:
- Não te assustes. Sei que é
estranho falar com um cogumelo mas, se quiseres ouvir a minha história vais
perceber tudo.
Preparado para ouvir a história,
Diogo sentou-se numa pedra e disse:
- Gostava muito de te ouvir.
Começando a falar, o cogumelo
contou:
- Nasci de uma semente de pinheiro
mas, quando estava a começar a furar a terra uns trovões atingiram a minha raiz
e, ao contrário dos pinheiros comecei a crescer depressa mas com a forma de um
cogumelo.
Espantado, Diogo perguntou:
- Mas, como foi isso!?
Sorrindo o cogumelo respondeu:
- Quando esta árvore aqui ao lado me
disse que tinha sido ela a largar a minha semente, eu perguntei-lhe logo porque
era diferente e foi então que ela me contou tudo. Contou-me também que a única
maneira de deixar de ser um cogumelo e ser uma árvore, está na gruta do lago.
Como não posso sair daqui para lá ir, serei sempre um cogumelo gigante.
Percebendo a tristeza do amigo,
Diogo disse:
- Eu vou-te ajudar. Posso ir à gruta
e vou encontrar a solução.
Agradecendo, o cogumelo disse:
- Não imaginas como te agradeço a
ajuda. Mas, parece que existem muitos perigos na gruta. Vários animais já lá
foram mas, nunca conseguiram trazer a poção pois, dizem que está protegida por
uma luz mágica.
Começando a andar em direção à
gruta, Diogo viu diversos cogumelos mais pequenos que marcavam o caminho.
Alguns metros à frente ao chegar à gruta, Diogo entrou e começou a percorrê-la.
Lá dentro, Diogo viu uma luz muito brilhante que iluminava a poção e, ao olhar
para a parede, viu lá desenhada uma imagem esquisita que rapidamente lhe
despertou a atenção.
Curioso, Diogo tocou-lhe e nesse momento
e nesse momento, a luz começou a perder a nitidez, desaparecendo completamente.
Sem dificuldades, Diogo tirou o
frasco da poção e, saíndo a correr foi ter com o amigo cogumelo. Este, ao ver o
frasco, disse:
- Obrigado amigo. Agora é preciso
que me regues com a poção e que ela chegue à minha raiz. Só assim, é que tudo
fica bem.
Decidido a ajudar o amigo, Diogo
regou-o e nesse momento o chão começou a tremer, abrindo um buraco debaixo do
cogumelo que o engoliu e provocou uma enorme nuvem de poeira. Sem conseguir ver
nada, Diogo fechou os olhos durante alguns segundos.
Ao abri-los, viu então uma bonita e
grande árvore assim como, um belíssimo arco-íris. Vendo alguns pássaros
pousados, a cantar nos ramos da amiga árvore, Diogo ouviu:
- Graças a ti, agora sou uma árvore.
Nunca te conseguirei agradecer o que fizeste mas, serei sempre uma amiga com
quem podes falar.
Sorrindo, Diogo disse:
- Obrigado. Amanhã vou trazer cá o
meu amigo Tiago e vamos divertir-nos.
Despedindo-se, Diogo regressou a
casa não contando a ninguém o que tinha vivido naquele dia.
No dia seguinte após se encontrar
com Tiago, Diogo levou-o até à árvore onde contou tudo o que tinha acontecido.
Adorando a ideia de ter uma amiga árvore, Tiago e Diogo ocupavam o tempo livre
com brincadeiras, conversas e risadas com a amiga que tornou aquele espaço um
belo jardim.
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