João e o natal
Com
a aproximação do natal, João de 9 anos espera ansioso pela noite do dia 24 e
pela companhia da família.
Numa manhã, João vai à mercearia da
aldeia comprar açúcar e ao fazer o pedido, o vendedor Zeferino oferece-lhe um
chocolate.
Enquanto isso, João olha para a
televisão e vê a publicidade a uns belos brilhantes carros de corda.
Atento á televisão, João só
conseguia imaginar o que podia fazer para conseguir ter um desses carros. No
caminho de regresso a casa, João só pensava no carro e no quanto o gostava de
ter.
Já em casa, João esteve sempre
pensativo e estranhando aquele sossego, a mãe Alberta perguntou:
- Que se passa filho? Porque estás
tão pensativo?
João respondeu:
- Vi na televisão da mercearia um
carro de corda muito bonito e tenho estado a pensar nas corridas que faria se
ele fosse meu.
Percebendo que o filho gostara mesmo
do carro, Alberta foi falar com o marido Peixoto.
- O nosso filho viu na televisão da
mercearia um carro de corda e gostou muito dele.
Peixoto disse:
- Esses carros são muito caros e
sabes que o nosso dinheiro não dá para o comprar.
Olhando atentamente para o marido,
Alberta disse:
- Eu sei mas, acho que temos que lhe
oferecer alguma coisa para o alegrar.
Elevando um pouco a voz, Peixoto
disse:
- Que queres comprar!? Só se for um
carro de linhas!
Depois de pensar uns segundos,
Alberta disse:
- Vou falar com o Pedro carpinteiro
e pode ser que ele consiga fazer alguma coisa com a madeira.
Os dias foram passando e João
ocupava o tempo a brincar com o seu velho pião e com a bola.
Uma tarde enquanto brincava no
jardim da aldeia, João viu um rapaz brincar com um carro igual ao que ele
gostava.
Os dias foram passando e João já
desistira da ideia de ter o carro. Uma noite depois do jantar, João foi ver um
pouco de televisão e viu novamente o carro.
No dia seguinte, véspera de natal,
João ajudou a mãe a preparar a consosada e quando os familiares começaram a
chegar, o carro foi esquecido.
Depois de partilharem os presentes
entre a familia, João só conseguia pensar na prenda que os pais lhe
ofereceriam.
Com tudo terminado, João
aproximou-se dos pais e entregando-lhes um desenho, disse:
- Esta é a minha prenda para vocês.
Emocionados, Alberta e Peixoto
soltaram algumas lágrimas.
Depois disso, Peixoto tirou uma
caixa de um saco e entregando-a ao filho, disse:
- Filho, como sabes não te pudémos
comprar o carro que viste na televisão mas, temos aqui outro para que possas
brincar.
Ansioso por ver o que estava dentro
da caixa, João abriu-a e viu o carro de madeira.
Retirando-o rapidamente da caixa,
João observou-o de várias maneiras e depois de ver como era bonito, começou a
brincar com ele.
Sorrindo, Alberta disse:
- Espero que tenhas gostado.
Parando de brincar, João disse:
- Adorei! É muito mais bonito que o
da televisão.
Felizes por perceberem que o filho
tinha gostado do carro, Peixoto disse:
- Este carro está recheado do amor que
sentimos por ti.
Largando o carro, João abraçou o pai
e a mãe e desse modo percebeu que a magia de natal é a partilha e a troca de
sentimentos.
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