quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A Máscara de Carnaval

         Pronto para mais um dia de escola, Hugo de 8 anos aproximou-se da porta da sala e aguardou a chegada da professora.
         Enquanto isso, viu um cartaz muito colorido que lhe despertou logo a atenção. Aproximando-se, leu que a escola ia fazer uma festa de carnaval e que todos estavam convidados a participar.
         Pouco depois, uma professora apareceu e já dentro da sala, disse:
         - Olá meninos. Sou a Joana e vou ser a vossa professora enquanto a Dra. Mariana está doente. Hoje vamos fazer as máscaras para o desfile de carnaval.
         Felizes, os alunos exclamaram:
         - Boa!!!
         Joana olhou os alunos e sorrindo, disse:
         - Comecem por escolher um molde e copiem-no para a cartolina que preferirem.
         Rapidamente todos se levantaram e foram escolher o que preferiam.
         Enquanto isso, Hugo demorava um pouco mais o que fez com que o colega Fábio dissesse:
         - És mesmo uma lesma. Ainda nem começaste a máscara e nós já estamos quase a meio.
         Nesse momento, Joana aproximou-se e disse:
         - Fábio, vai-te sentar e continua a trabalhar.
         Olhando para Hugo e vendo-o quase a chorar, Joana disse-lhe:
         - Não chores.
Hugo respondeu:
         - Eu não consigo fazer as coisas tão depressa como eles. Sou sempre o último em tudo.
         Tentando tranquilizá-lo, Joana disse:
         - Não te preocupes que tudo tem solução.
         Depois de verificar o que os outros alunos estavam a fazer, Joana foi para a sua mesa e com mais calma leu todo o processo de Hugo. Lá, leu que ele sofria de uma doença que lhe provocava mobilidade reduzida na mão, assim como algumas dores.
         Percebendo que era essa a causa porque Hugo demorava mais tempo nas tarefas, Joana esperou pelo intervalo e durante este preparou tudo para a continuação da aula.
         Quando o intervalo terminou, os alunos entraram na sala e continuaram a preparação das máscaras. Algum tempo depois, Joana aproximou-se do quadro e disse:
         - Sei que alguns de vocês já terminaram as máscaras e que agora estão sem fazer nada. Por isso, quero que vão ajudar os colegas que ainda não terminaram.
         Então, quem já tinha terminado foi ajudar os colegas e Laura foi até Hugo e perguntou-lhe:
         - Precisas de ajuda?
         Um pouco envergonhado, Hugo respondeu:
         - Sim. Ainda não fiz quase nada e não vou conseguir acabá-la.
         Iniciando o trabalho, Laura copiou o desenho para o cartão e depois de o recortar, começou a pintar e a enfeitá-lo como Hugo preferia.
         Depois de mais uns retoques, Laura perguntou:
         - E agora? Queres que faça mais alguma coisa?
         Hugo respondeu:
         - Sim. Mas, apesar da minha dificuldade vou tentar ser eu a fazer. Dá-me uma folha e um lápis.
         Laura entregou-lhe o que tinha pedido e viu-o desenhar um símbolo mesmo com dificuldade. Terminado o desenho, Hugo pintou-o razoavelmente e entregou-o a Laura, pedindo:
         - Corta-o e cola-o num sítio bem visível.
         Com cuidado, Laura fez o que o amigo tinha pedido e no final entregou-lhe a máscara. Ao vê-la, Hugo disse:
         - A minha máscara está muito bonita.
         Percebendo o que Hugo queria dizer ao ter desenhado o símbolo da igualdade, Joana disse a todos:
         - Olhem para a máscara do Hugo, vejam este desenho e entendam o que ele quer dizer.
         A partir desse dia, todos os alunos começaram a tratar Hugo com igualdade e perceberam o valor de TODOS DIFERENTES TODOS IGUAIS.