sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A Fábrica De Chocolates

         Nas margens do rio Bonga, a aldeia Cocada era a mais bela de todos os arredores.
         Amigos desde os primeiros anos de vida, Hugo, Nicole e Tiago adoravam brincar à beira rio e todos os momentos eram aproveitados para a diversão.
         Com a chegada do Outono, os amigos programavam as atividades para o fim de semana que se aproximava.
         - Podíamos ir ver o moinho – disse Hugo.
         - Ou ir às ruínas do castelo – disse Nicole.
         - E, em vez de irmos pela estrada, podemos ir pelo Monte Das Velhas – disse Tiago.
         - Sim – disse Hugo.
         Felizes, os amigos esperaram por sábado e começaram o passeio. Ao chegarem perto do abeto centenário, viram vários caminhos que podiam seguir e confusos, olharam uns para os outros.
         - Por onde vamos? – perguntou Tiago.
         - Não sei – respondeu Nicole.
         - Vamos por um qualquer – disse Hugo.
         Depois de escolherem o caminho, os amigos começaram a andar e alguns metros depois ouviram um barulho esquisito parecido com um assobio. Surpresos, olharam para vários locais e, ao olharem para umas árvores distantes viram um fumo esquisito atrás delas.
         Com atenção viram que este era cor de rosa e que largava no ar um delicioso aroma a chocolate.
         Curiosos e sem saberem qual a sua origem, os amigos olharam-se em silêncio.
         - Que fumo tão esquisito – disse Tiago.
         - Pois é. Mas, o seu cheiro é muito bom. Parece Chocolate – disse Nicole.
         - Vamos tentar descobrir o que é? – perguntou Hugo.
         - Vamos! – responderam os amigos.
         Durante o trajeto, os amigos viram que o fumo parecia estar enfeitado com flores.
         Alguns metros á frente, apareceu o esquilo Cholas que não parava de saltar e de agitar a cabeça.
         - Só a mim é que isto acontece. Agora, eu é que vou ter que resolver o problema – disse Cholas.
         Sem imaginarem qual era o problema, os amigos continuaram a observá-lo.
         - Estou tramado! Estou tramado! – repetia Cholas.
         - Os meus colegas estão doidos e devem pensar que eu sou o esquilo maravilhas – respondeu Cholas.
         - Mas, o que aconteceu? – perguntou Nicole.
         - Eles distraem-se com tudo e depois culpam-me – respondeu Cholas.
         - Porque dizes isso? – perguntou Hugo.
         - Os chocolates estavam quase prontos mas, eles distraíram-se e durante a noite o pior aconteceu – respondeu Cholas.
         - Que chocolates? – perguntou Nicole.
         - Os chocolates que estávamos a preparar – respondeu Cholas.
         - Mas, onde é que os estavam a preparar? – perguntou Tiago.
         - Na nossa fábrica – respondeu Cholas.
         - Qual fábrica? – perguntou Nicole.
         - A fábrica de chocolates – respondeu Cholas.
         - Onde é? – perguntou Hugo.
         - Venham comigo que eu levo-vos lá – disse Cholas.
         Seguindo Cholas, os amigos atravessaram um pequeno riacho e, atrás de um pequeno monte, viram a fábrica que era enorme. Abrindo o portão, Cholas deixou os amigos entrar e sorriu.
         - Entrem e deliciem-se com este cheiro maravilhoso – disse Cholas.
         - Obrigado – agradeceram os amigos.
         Enquanto observavam os outros esquilos a preparar o chocolate, o castor Chunga apareceu e, com um ar bastante carrancudo aproximou-se de Cholas.        
         - Encontraste o que te pedi? – perguntou Chunga.
         - Encontrei. E também encontrei estes amigos. O Hugo, a Nicole e o Tiago – respondeu Cholas.
         - Antes de mais, vai entregar o ingrediente à cozinha pois está a ser preciso – disse Chunga.
         - Posso levar os meus novos amigos? – perguntou Cholas.
         - Podes. Mas, vai lá depressa – respondeu Chunga.
         Feliz, Cholas foi até à cozinha e os amigos acompanharam-no. Já lá, viram uma gatinha a mexer um caldeirão e Cholas entregou-lhe o que trazia consigo.
         - Colly, não foi fácil de encontrar mas, consegui – disse Cholas, sorridente.
         - Só falta isto para tudo ficar perfeito – disse Colly.
         Nesse momento, Colly viu os amigos e sorriu-lhes.
         - Venham mais perto e ajudem-me a mexer o caldeirão – disse Colly.
         Sorridentes, os amigos aproximaram-se e, no momento em que pegaram nas colheres usadas para mexer o caldeirão, todo o espaço se encheu de um fumo cor de rosa, igual ao que tinham observado atrás das árvores.

         Maravilhados, os amigos regressaram às suas casas e todos os dias recordavam aquele dia que tinha sido o melhor de sempre.