domingo, 7 de setembro de 2025

O Mundo dos Animais

 Numa pequena casa da aldeia Tartaga, Rita de 9 anos estava pronta para ir dormir.
Poucos segundos após fechar os olhos, ouviu algo a bater no vidro da sua janela e ao olhá-lo, viu um cavalinho muito colorido. Aproximando-se, abriu-a e o cavalinho entrou no quarto.
Ao olhá-lo com mais atenção, viu que tinha oito cores bonitas e brilhantes. Aproximando-se lentamente, Rita tocou-lhe e sorriu.
- Como te chamas? - perguntou o cavalinho.
- Sou a Rita – respondeu ela.
- Eu sou o cavalinho das 8 cores mas, chamam-me Colorido.
- Como consegues ter tantas cores?
- Quando nasci, um arco-íris deu-me um pouco das suas cores e, é por isso que sou assim.
- Adoro o arco-íris.
- Queres ir passear comigo?
- Sim.
- Então, sobe para as minhas costas.
Subindo para as costas de Colorido, Rita não imaginava o que ia acontecer.
Então, uma nuvem cor de rosa apareceu e transportou-os para a margem de um lago onde diversos peixes nadavam e saltitavam felizes.
- Tão bonitos!
- Não fales e tenta ouvir o som que eles fazem.
Atenta e calada, Rita ouviu uma melodia suave.
- São eles que fazem?
- Sim, são.
- Como!?
- Aqui tudo é possível e, os peixes são mágicos.
- Pensei que isso só acontecia nas histórias.
- O nosso mundo é diferente. Todos somos especiais.
- Especial, como?
- Já vais descobrir.
Aproximaram-se de um grande plátano e, encontraram lá um esquilo que apressado, apanhava avelãs.
- Olá Lupi.
- Olá Colorido. Já à muito tempo que não te via.
- Pois. Tenho andado ocupado.
- Quem é esta menina?
- É a Rita, uma amiga a quem ando a mostrar o nosso mundo.
- Posso ir também?
- Claro que sim.
Após alguns passos, chegaram perto de um abeto e encontraram lá dois coelhos brancos muito fofinhos na erva.
- Olá Bicas. Olá Catas.
- Olá.
- Que têm feito?
- Estamos a arranjar as nossas tocas. Estavam muito estragadas por causa das irmãs toupeiras que, só nos sabem chatear.
- E estragam tudo.
- Olhem. Quero vos apresentar a Rita.
- Olá.
- Olá.
- Trouxe-a cá e ando a mostrar-lhe o nosso mundo.
- O vosso mundo é muito diferente do meu.
Nesse momento, Colorido olhou para o sol durante alguns segundos.
- Vamos. Está na hora da nossa lição.
Em fila indiana, todos os animais seguiram Colorido, tal como Rita.
- Para onde vamos?
- Vamos ao mocho Rupas. Ele é muito sábio e ensina-nos.
Após alguns metros, chegaram perto de um plátano onde, num ramo existia uma casinha de madeira. Bicas subiu o tronco e ao bater à porta da casinha, um mocho castanho e com óculos apareceu.  
- Olá. Comecem-se a preparar pois eu já vou.
Ordenadamente, todos os animais e também Rita se sentaram.
- Hoje a nossa lição vai ser especial. Vamos falar de medos.
- Eu tenho medo de dragões.
- Eu tenho de trovoadas.
- E eu, é de relâmpagos.
- Muito bem. Todos nós temos medos mas, temos que aprender a enfrentá-     -los. Eu, quando era pequeno era muito medricas e até tinha medo da minha sombra.
- O que fizeste para deixar de ter esse medo?
- Uma manhã acordei e decidi que tinha de vencer esse medo. Ao principio não foi fácil mas, com força, consegui vencê-lo.
Atenta, Rita escutava tudo.
- E tu Rita!? De que tens medo?
- Eu tenho medo de bruxas.
Aproximando-se, Lupi encostou uma pata às mãos de Rita.
- As bruxas não existem e, não podemos ter medo.
De um momento para o outro, Rita esfregou os olhos e quando os abriu, viu que já estava no seu quarto. Ao sentar-se na cama, viu que ao seu lado estava um peluche igual a Colorido.
A partir desse dia, Rita perdeu o medo das bruxas e viveu feliz, recordando aquela noite fantástica.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

O Urso Deni

 Numa pequena casa da rua Suspiro, morava Mariana de 8 anos e os pais.
   Uma manhã, Mariana acordou e enquanto tomava o pequeno almoço, a mãe Efigénia foi buscar uma encomenda. De regresso, entregou um grande e fofo embrulho a Mariana que o abriu imediatamente. Lá dentro, estava um urso de peluche branco muito bonito e brilhante.
   - Esta prenda foi a tia Leonilde que te enviou – disse Efigénia.
   - É lindo! Tão fofo – disse Mariana.
   Durante o resto do dia, Mariana esteve sempre a brincar com o urso.
   À noite, pouco antes de se deitar, Mariana olhou para o urso e fez-lhe uma festa no focinho. Nesse momento, ele começou a abrir e a fechar os olhos e mexeu uma das patas.
   Assustada, Mariana largou-o em cima da cama e levantou-se rapidamente.
   - Olá – disse o urso.
   - Olá – respondeu Mariana com medo.
   - Não tenhas medo. Eu não faço mal – disse o urso.
   - Como te chamas? – perguntou Mariana.
   - Chamo-me Deni. E tu? – perguntou Deni.
   - Eu sou a Mariana e tenho 8 anos- respondeu Mariana.
   - Eu não sei quantos anos tenho – disse Deni.
   Já mais calma, Mariana adormeceu e sonhou com princesas e castelos.
   No dia seguinte, Mariana foi para o jardim com Deni e começaram a brincar. Enquanto se divertiam, Deni estava muito contente e sentia-se o urso mais feliz do mundo.
   Sentados na relva, Deni e Mariana viram uma linda borboleta branca voar e ficaram a vê-la.
   - Pensava que os animais só falavam na televisão – disse Mariana.
   - Eu sou diferente dos outros animais – disse Deni.
   - Diferente, como!? – perguntou Mariana.
   - Vou-te contar um segredo. Mas, tem que ser mesmo segredo – disse Deni.
   - Eu não conto a ninguém – disse Mariana.
   - Quando nasci, um raio de sol iluminou a caverna onde eu estava e, a partir daí comecei a falar – disse Deni.
   - E o que aconteceu depois? – perguntou Mariana.
   - Depois, todos os outros animais me expulsaram e tive que abandonar a floresta – respondeu Deni.
   - Foram muito maus contigo – disse Mariana.
   - Pois foram. Mas, eu já não me importo – disse Deni.
   - A partir de agora, és o meu melhor amigo e, vamos fazer muitas coisas juntos – disse Mariana.
   Mostrando um bonito e brilhante sorriso, os olhos de Deni iluminaram-se de felicidade.
   Durante o resto do dia, Mariana e Deni brincaram muito e divertiram-se imenso.
   Ao anoitecer, quando se preparavam para regressar a casa, Deni apanhou uma margarida e deu-a a Mariana.
   - Toma Mariana – disse Deni, entregando-lhe a flor.
   - Obrigado – agradeceu Mariana.
   Ao entrar em casa, Mariana pegou Deni ao colo e foi para o quarto.
   Os dias foram passando e, a amizade entre ambos era cada vez maior.
   Numa tarde cinzenta e estranha, os amigos ficaram no alpendre e, de um momento para o outro, Deni começou a chorar.
   - Que se passa? Porque choras? – perguntou Mariana.
   - Lembrei-me que, um dia vou ter que ir embora – respondeu Deni.
   - Porquê!? – perguntou Mariana.
   - Porque, quando cresceres já não me vais querer – respondeu Deni.
   Acabando de falar, Deni afastou-se um pouco e Mariana viu-o parar junto a uma palmeira.
   Alguns segundos depois, regressou e  trazia consigo um ramo de coloridas e variadas flores.
   - São para ti – disse Deni, entregando-as a Mariana.
   - Obrigado – agradeceu Mariana.
   Feliz, Deni abraçou Mariana e nesse momento, uma chuva de pétalas de flores começou a cair e, um maravilhoso cheiro a rosas invadiu o ar.
   De seguida, Mariana olhou para Deni mas, no seu lugar, apenas viu um peluche igual ao amigo.
   Ao apanhá-lo, olhou para o céu e viu o nome Deni escrito pelas nuvens.
   De regresso a casa, já no seu quarto, Mariana deitou o peluche na sua cama.
   A partir daí, Mariana dormia todas as noites com o peluche e recordava os momentos que tinham vivido juntos.  


O Mundo dos Animais

 Numa pequena casa da aldeia Tartaga, Rita de 9 anos estava pronta para ir dormir. Poucos segundos após fechar os olhos, ouviu algo a bate...