O Farol Misterioso
Numa
manhã de sol brilhante, toda a aldeia Sapegato despertava para mais um dia de
verão.
Na rua Balelas, moravam os irmãos Mili
de 10 anos e Edu de 11 que, enquanto ajudavam a mãe Tânia, viram o pai Gustavo
aproximar-se.
- A tia Laura acabou de nos convidar
para irmos duas semanas para casa dela. Como sabe que vocês adoram praia,
lembrou-se que iam adorar – disse Gustavo.
- Boa!!! – exclamaram os irmãos.
- Então, temos que preparar os sacos
para levar-mos – disse Tânia.
Depois de estar tudo pronto, Mili e Edu
ficaram muito ansiosos com a viagem e com tudo o que podia acontecer.
Na manhã seguinte durante a viagem,
Mili adorou as paisagens que viu e algum tempo depois, chegaram a casa da tia Laura.
- Olá sobrinhos. Como estão? –
perguntou Laura.
- Estamos bem – respondeu Mili.
- Espero que gostem e que se divirtam. Já
preparei os quartos e os meus sobrinhos preferidos vão ficar no quarto perto do
farol abandonado e que tem o beliche – disse Laura.
- Que bom. Nunca dormimos num beliche –
disse Edu.
Então, Laura mostrou-lhes o quarto que,
para além de grande, era também muito colorido.
- Como sei que a cama de cima é sempre
a preferida, vão lá dormir á vez – disse Laura.
Depois de prepararem tudo, Mili e Edu
foram à praia que era muito pertinho e lá, brincaram muito. Já cansados,
começaram a apanhar conchas e assim, chegaram perto de um pescador.
- Boa tarde – disse Mili.
- Boa tarde – disse o pescador.
- Eu sou o Edu e ela é a minha irmã
Mili – apresentou-se Edu.
- Eu sou o pescador Carlos –
apresentou-se ele.
- Gosta de ser pescador? – perguntou Mili.
- Sim. Adoro o mar e nesta profissão
posso estar pertinho dele – respondeu Carlos.
- Eu não gosto nada de peixe – disse Edu.
- Eu também não – disse Mili.
- Muitas pessoas não gostam – disse Carlos.
- Ser pescador deve ser uma profissão
chata – disse Edu.
- É um bocado. Mas, para quem gosta, não
importa – disse Carlos.
- Eu, quando for grande quero ser
professora – disse Mili.
- E eu quero ser piloto de fórmula 1 –
disse Edu.
- Muito bem – disse Carlos.
- Temos que ir embora. Adeus – disse Mili.
- Adeus – disse Carlos.
De regresso a casa, mostraram as
conchas que tinham apanhado.
- Também conhecemos o pescador Carlos –
disse Edu.
- O Carlos é muito simpático e adora
crianças – disse Laura.
À noite, quando estavam a tentar
adormecer, uma luz forte invadiu o quarto e desapareceu. Poucos segundos
depois, a luz voltou e assim sucessivamente.
Curiosos e ao mesmo tempos assustados,
Mili e Edu aproximaram-se da janela e ao verem que a luz vinha do farol
abandonado, correram a esconder-se debaixo dos lençóis.
No dia seguinte ao acordarem,
recordaram o que tinha acontecido mas, decidiram não contar a ninguém.
À noite, aconteceu a mesma coisa o que
os deixou desejosos de descobrir porque é que aquilo acontecia.
Logo de manhãzinha, Mili e Edu foram até
ao farol e viram que a porta estava fechada com um cadeado. Desiludidos,
afastaram-se e regressaram a casa onde viram televisão.
No dia seguinte, regressaram lá e depois
de percorrerem diversas vezes a base do farol, viram uma pequena janela onde
uma gaivota descansava.
Depois de a afastarem, Edu espreitou e
viu lá diversos caixotes.
- O que têm? – perguntou Mili.
- Não consigo ver – respondeu Edu.
- Temos que tentar descobrir - disse
Mili.
- Vamos ver se conseguimos entrar de
alguma maneira – disse Edu.
Em frente à porta que continuava
trancada, os irmãos começaram a procurar pistas e, ao levantarem uma pedra encontraram
lá uma chave. Pegaram-lhe rapidamente e regressaram à porta, onde conseguiram
abrir o cadeado.
Após entrarem, abriram um caixote e
viram lá dentro muitas peças de metal e vários livros.
-
Joca, tens que ter muito cuidado. Não te podes esquecer da porta aberta – disse
uma voz.
Ouvindo aquelas palavras, Mili e Edu
esconderam-se e em silêncio, esperaram por novos acontecimentos.
- Mas, Rodolfo. Eu não deixei a porta
aberta – disse Joca.
- Então só pode ter sido obra do outro
mundo – disse Rodolfo.
- Eu não fui de certeza – disse Joca.
- É melhor nos despacharmos pois estou
com um pressentimento esquisito – disse Rodolfo.
- Eu vou buscar a carrinha e tu, leva
as caixas vazias pequenas para perto da porta – disse Joca.
- Ok – disse Rodolfo.
Continuando em silêncio absoluto, Mili
e Edu viram Rodolfo transportar as caixas para a entrada. Segundos depois, Joca
regressou ao farol onde desligou uma chamada.
- O Chico ligou a dizer que já tem mais
produtos para irmos buscar – disse Joca.
- Ele devia começar a pensar em como
nos vamos desfazer do material sem levantar suspeitas – disse Rodolfo.
- Já o ouvi dizer que conseguiu um possível
comprador – disse Joca.
- Só espero é que ele não se esqueça
que, quem fez o trabalho sujo fomos nós. Não me apetece ficar sem nada, depois
de nos termos arriscado tanto durante os assaltos – disse Rodolfo.
- Pois. Nós é que nos arriscámos –
disse Joca.
- Vamos carregar as caixas para irmos
buscar o resto do material – disse Rodolfo.
Depois de carregarem as caixas, Joca e
Rodolfo saíram na carrinha e Mili e Edu puderam também sair do esconderijo.
- E agora!? Como vamos sair daqui? –
perguntou Mili.
- Vamos até à janela onde está a
gaivota. Ela não é muito alta e, depois de partirmos o vidro, saímos e vamos a
correr contar tudo á policia – disse Edu.
Ao chegarem à janela, partiram-na com a
ajuda de uma pedra e felizes saltaram para a rua e correram até ao posto da polícia.
Lá, aproximaram-se de um dos agentes.
- Sr. Agente. O farol está a ser
utilizado para esconder materiais roubados – disse Mili.
- O quê!? – perguntou o agente Sebastião.
- É isso. Estamos em casa da tia Laura
e vimos que, à noite uns homens vão para lá – respondeu Edu.
- Na noite passada, ouvimo-los dizer
que iam buscar mais material – disse Mili.
- Estou a perceber que temos que
planear uma armadilha para os apanhar – disse Sebastião.
Depois de ter chamado e informado outros
agentes, estes entraram nos carros patrulha e levando Mili e Edu, foram para o
farol.
Surpreendidos pelos agentes, os ladrões
não resistiram e foram capturados.
No momento em que estavam a ser
algemados, o telemóvel de Joca tocou e o agente Sebastião pegou nele, colocando-o
em alta voz.
“-Então!? Já descarregaram tudo? –
perguntou Chico.”
- Diga ao seu amigo que precisa da sua
ajuda – sussurrou Sebastião a Joca.
- Estamos com problemas e precisamos de
ajuda – disse Joca.
“- São uns incompetentes! Vou já para aí,
resolver a situação – disse Chico.”
Terminada a chamada, ficaram à espera e
pouco tempo depois, viram outro carro aproximar-se.
Utilizando o elemento surpresa,
algemaram Chico que se tentava libertar de todas as maneiras.
- Que estão a fazer!? Larguem-me! –
berrou Chico.
- O seu plano terminou – disse Sebastião.
Ao ver Joca e Rodolfo já sentados no
carro patrulha, Chico calou-se e em silêncio sentou-se junto dos comparsas.
Já na esquadra, depois de confessarem o
que tinham planeado, foram todos presos sem exceção.
Dias depois, os materiais roubados
foram entregues aos seus verdadeiros donos e tudo terminou bem.
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