O Presente Cor De Rosa
Alguns dias antes do natal numa manhã cinzenta, Bia de 8 anos
foi acordada pela mãe Sónia.
- Filha. Tenho que ir com o pai fazer as últimas compras para
a ceia de natal – disse Sónia.
- Posso ir? –
perguntou Bia.
- Se te despachares,
podes – respondeu Sónia.
Bia preparou-se
rapidamente e, segundos depois já estava pronta para a viagem.
Ao chegarem ao
centro comercial, Bia ficou maravilhada com toda a decoração natalícia.
- Que bonito!
Adoro o natal! – exclamou Bia.
Seguindo a mãe e o
pai, Bia estava muito feliz e sorria cheia de alegria.
No momento em que
se aproximavam do carro prontos para regressar a casa, viram uma menina sentada
no chão a segurar uma velha e rota boneca de trapos.
- Mãe! Olha para
aquela menina – disse Bia.
Sónia viu a menina
e de seguida olhou para a filha que não conseguia desviar o olhar.
- Em que estás a
pensar? – perguntou Sónia.
- Estou a pensar
que, ela se calhar não recebe bonecas no natal – respondeu Bia.
- Se calhar, não –
concordou Sónia.
Regressando a
casa, Bia foi para o quarto dos brinquedos e entre jogos e brincadeiras, o dia
terminou.
Na manhã seguinte,
enquanto tomavam o pequeno almoço, Bia estava muito pensativa.
- Que se passa? –
perguntou Sónia.
- Quando vamos
outra vez ao centro comercial? – perguntou Bia.
- Não sei. Talvez
um dia destes – respondeu a mãe.
- Porque queres lá
ir outra vez? – perguntou o pai Eusébio.
- Enquanto estava
a brincar, lembrei-me da menina que lá estava e, escolhi uma das minhas bonecas
para lhe dar – disse Bia.
Sensibilizada com
as palavras da filha, Sónia não conseguiu falar.
- Mãe. Podes
ajudar-me a fazer um embrulho bonito? – perguntou Bia.
- Claro que sim –
respondeu Sónia.
- Eu vou buscar o
papel – disse Bia.
Depois de escolher
um cor de rosa muito bonito, Bia entregou-o à mãe.
- Este foi o mais
bonito que encontrei – disse Bia.
Enquanto
preparavam o embrulho, Bia só conseguia tentar imaginar como é que a menina
reagiria.
- Mãe. Ainda falta
uma coisa – disse Bia.
- O quê!? – perguntou
Sónia.
- Eu vou buscar e
já vês – respondeu Bia.
Alguns minutos
depois, Bia regressou trazendo na mão um chocolate com a forma do pai natal.
- Era isto que
faltava – disse Bia, entregando-o à mãe.
Sónia guardou tudo
num saco muito colorido e o dia terminou.
No dia seguinte,
Bia, Sónia e Eusébio foram novamente ao centro comercial e viram a menina que,
continuava no mesmo local.
- Olá – disse Bia.
- Olá- respondeu a
menina.
- Como te chamas?
– perguntou Bia.
- Chamo-me Adriana
– respondeu a menina.
- Eu sou a Bia. E,
tenho uma prenda para ti – disse ela.
Depois de lhe
entregar o presente, Bia ficou a ver a felicidade de Adriana em desembrulhar o
presente. Ao ver a boneca, Adriana ficou muito feliz e sorriu.
- Gostas? –
perguntou Bia.
- É linda –
respondeu Adriana.
- É a tua prenda
de natal – disse Bia.
- Nunca recebi
nenhuma prenda – disse Adriana.
- Como passas o
natal? – perguntou Bia.
- Eu não tenho
natal – respondeu Adriana.
- Não o passas com
a tua família ao pé da lareira? – perguntou Bia.
- Onde moro, não
temos lareira – respondeu Adriana.
- Onde moras? –
perguntou Bia.
- Moro numa casa
muito velha – respondeu Adriana.
Assistindo a tudo,
Sónia aproximou-se.
- Como estamos
numa época de partilha, quero convidar-te a ti e á tua família para irem passar
o natal connosco – disse Sónia.
- Obrigada. Vou
dizer à minha mãe – agradeceu Adriana.
No dia seguinte,
Bia e Sónia regressaram ao centro comercial e lá, Adriana segurava feliz a sua
nova boneca. Ao vê-las, aproximou-se a sorrir.
- A minha mãe
disse que podemos ir – disse Adriana.
- Ainda bem –
disse Bia.
Na noite de natal,
depois de estar tudo preparado, Bia, Sónia e Eusébio ouviram a campainha tocar
e, ao abrirem a porta viram Adriana e a sua mãe Letícia.
- Peço desculpa em
incomodar – disse Letícia.
- Entrem – disse
rapidamente Bia.
Já no interior da
casa, Adriana ficou a saber o que era o natal e, a partir desse dia, nasceu
entre as duas uma amizade forte e verdadeira.
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