A Quinta Pedagógica
Felizes
com a chegada das férias, os irmãos André e Dânia estavam ansiosos pela
diversão. Com 12 anos, André adorava saltar à corda enquanto a sua irmã com 10
anos, preferia correr e apanhar flores.
Naquela manhã, o sol estava brilhante e
depois de se equiparem com bonés e óculos de sol, os irmãos foram brincar para
o jardim. Lá, depois de se divertirem um bocado, regressaram a casa onde
encontraram a avó Custódia que logo os abraçou.
- Tão crescidos que vocês estão – disse
ela.
- Que bom que a avó nos veio visitar –
disse André.
- Já tinha saudades – disse Dânia.
- Eu também. E, como já estão de férias
vim fazer-vos um convite – disse a avó.
- Que convite? – perguntaram os irmãos.
-
Querem ir uns dias para minha casa? – perguntou a avó.
- Sim!!! – responderam os irmãos.
- Então, vão preparar o que querem
levar – disse a mãe Letícia.
A correr, os irmãos foram para os
quartos e escolheram algumas roupas. Já prontos, viram a mãe e a avó
aproximarem-se com dois sacos.
- Que é isso? – perguntou André.
- É o calçado de que vão precisar –
respondeu a avó.
Depois das despedidas, entraram no
carro da avó e felizes, começaram o percurso. Alguns minutos depois, chegaram à
casa e correram até junto do avô Chico que silencioso, lia o jornal.
- Olá, avô – disseram os irmãos.
- Olá netos – disse o avô.
- Como te tinha dito, eles aceitaram
logo o convite – disse a avó.
- Ainda bem. Quando virem o que
preparámos, vão adorar – disse o avô.
- Tenho a certeza que sim – disse a
avó.
Segundos depois, a empregada Francelina
apareceu e trazia consigo uma travessa cheia de bolinhos coloridos.
- Trago-vos uma prenda para adoçarem a
boca – disse Francelina, pousando a travessa em cima da mesa.
- Obrigado – responderam os irmãos.
Entre brincadeiras e palhaçadas,
comeram alguns e durante o resto do dia, divertiram-se nos baloiços e a brincar
com outras crianças.
Durante o jantar, Francelina
aproximou-se.
- Já está tudo pronto para amanhã – segredou,
a Custódia.
- Ainda bem. Obrigado – agradeceu
Custódia.
- O que vai acontecer amanhã? –
perguntou André.
- Vai ser surpresa – respondeu a avó.
- Vá lá. Conta – pediu André.
- Nada disso. Aguentem a curiosidade –
disse a avó.
Algum tempo depois já no quarto, os
irmãos conversavam.
- O que achas que vai ser a surpresa? –
perguntou Dânia.
- Não faço ideia. Mas, com tanto
mistério espero que seja alguma coisa de que gostemos – respondeu André.
- Então, vamos dormir – disse Dânia.
Na manhã seguinte ao acordarem, os
irmãos prepararam-se e foram para junto dos avós.
- Bom dia, dorminhocos – disse
Custódia.
- Bom dia - disseram os irmãos.
- Estão preparados para o dia de hoje?
– perguntou o avô.
- Sim! – responderam os irmãos.
- Então, tomem o pequeno almoço – disse
a avó.
Apressados, beberam o leite e pouco
depois, já esperavam pela avó que apareceu equipada com botas de borracha.
- Onde vamos? – perguntou André.
- Primeiro, calcem as botas e ponham os
chapéus – disse a avó.
- Já está – disseram ambos, depois de
calçados.
- Agora, vamos para o carro – disse a
avó.
A correr, entraram no carro com a
curiosidade cada vez a aumentar mais.
- Avó! Para onde vamos? – perguntou,
mais uma vez André.
- Vamos visitar uma quinta pedagógica –
respondeu a avó.
- O que é uma quinta pedagógica? –
perguntou Dânia.
-
Uma quinta pedagógica é um espaço onde podemos passear, ver os animais e ainda,
experimentar a vida no campo – respondeu a avó.
- E o que vamos lá fazer? – perguntou
André.
- Vamos conhecer o local e fazer outras
atividades – respondeu a avó.
Minutos depois, chegaram ao portão da
quinta onde, duas estátuas com a forma de flamingo pareciam guardar o local.
- Chegámos à Quinta dos Flamingos –
disse Custódia.
Alguns metros depois, o carro parou
perto de um repuxo e viram uma senhora aproximar-se.
- Bom dia, Custódia – disse a senhora.
- Bom dia, Teresa – disse Custódia.
- Então!? Vens fazer-me uma visita? –
perguntou Teresa.
- Vim mostrar aos meus netos o que é
uma quinta pedagógica e como funciona – respondeu Custódia.
- Fizeste bem. De certeza que eles vão
adorar – disse Teresa.
- Será que nos orientar na visita? –
perguntou Custódia.
- Claro que sim – respondeu Teresa.
- Boa!!! – exclamaram os irmãos.
- Vamos começar por visitar o Malaquias
– disse Teresa.
- Quem é o Malaquias? – perguntou André.
- O Malaquias é o burro aqui da quinta
– respondeu Teresa.
- Nunca vi um burro – disse Dânia.
- Então, venham comigo – disse Teresa.
Depois de andarem um bocado, chegaram a
uma cerca onde viram Malaquias deitado.
- Está doente? – perguntou André.
- Não. O Malaquias é muito preguiçoso e
não gosta de se levantar. Às vezes, até come deitado – disse Teresa.
- Vou chamar-lhe Malaquias Preguiçoso –
disse André.
- E eu também – disse Dânia.
- Fazem bem. Pode ser que ele assim
perceba que tem que mudar – disse Teresa.
|
- Tão bonitos! – exclamou a Dânia.
- Querem dar uma volta, montados neles?
– perguntou Teresa.
- Sim!!! – exclamaram os irmãos.
Já no interior da cerca, subiram para
os póneis e o passeio começou. Felizes, sentiam-se livres e capazes de voar.
Terminado o passeio, pulavam de alegria.
- Foi espetacular – disse André.
- Pois foi – concordou Dânia.
- Eu pensava que os póneis só existiam
nas histórias – disse Dânia.
- Mas, não. Os póneis existem e são
muito carinhosos – disse Teresa.
- E são muito bonitos – disse André.
Momentos depois, aproximou-se uma senhora
com um colorido avental.
- Dona Teresa, o que preparo para o
almoço? – perguntou a senhora.
- Francelina. Hoje temos visitas e por
isso, prepara o que achares mais indicado – respondeu Teresa.
- Então, vou preparar uma salada fresca
e colorida – disse Francelina.
- Podemos ajudar? – perguntou Dânia.
- Claro que sim. Se quiserem, podem ir
à horta comigo – respondeu Francelina.
Ao chegarem à horta, os irmãos olharam
surpreendidos para as variadas plantas e as suas cores.
Equipada com um cesto, Francelina
começou a apanhar tomates, pepinos, cenouras e por fim alfaces. De regresso à
cozinha, lavaram os vegetais e começaram a trabalhar. Cortaram a alface, alguns
tomates e dois pepinos e orgulhosos, olhavam para o que tinham ajudado a fazer.
- Para ficar mesmo perfeito, faltam
algumas nozes e amendoins – disse Francelina ao entrar na cozinha.
De regresso à cozinha, pousou os frutos
secos em cima da mesa e começaram todos a prepará-los. Terminada a salada,
arrumaram a cozinha.
Nesse momento, entrou na cozinha um
senhor com um grande chapéu de palha na cabeça que, trazia consigo um cesto com
variadas frutas.
- E para acompanhara salada, vamos
fazer um batido de frutas – disse Teresa.
- Boa! – exclamaram os irmãos.
Seguindo as indicações de Francelina,
picaram algumas maçãs, bananas, pêssegos e morangos e juntamente com água,
colocaram tudo no liquidificador. Acrescentando um pouquito de açúcar,
ligaram-no. Depois do batido estar pronto, distribuíram-no por copos e
acrescentaram algum gelo.
De seguida, Teresa aproximou-se.
- Venham comigo pois, o almoço está
pronto – disse ela.
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Enquanto almoçavam, um gato castanho aproximou-se.
- Tão bonito! Parece um peluche – disse
Dânia.
- O Tobias é o gato cá da quinta –
disse Teresa.
- Eu não gosto muito de gatos mas, ele
é tão bonito que já gosto dele – disse André.
- Todos gostam do Tobias. Com o pêlo
felpudo e aquelas orelhas arrebitadas, é impossível não gostar dele – disse
Teresa.
Terminado o almoço, Custódia ajudou a
arrumar tudo e os irmãos aproveitaram para brincar com Tobias que parecia
desafiá-los.
- André e Dânia. Venham aqui – disse
Custódia.
- Que foi avó? – perguntou André.
- Querem ir à estufa? – perguntou
Teresa.
- Sim – responderam os irmãos.
A caminho da estufa, viram um senhor a
regar umas alfaces.
- Boa tarde, Simplório – disse Teresa.
- Muito boa tarde – respondeu ele.
- Como vai a horta? – perguntou Teresa.
- Está a precisar de muita rega. O
calor é muito e as plantas precisam de água para crescer – disse Simplório,
recomeçando a regar as alfaces.
- Eu gosto muito de alface – disse
Dânia.
- E fazes muito bem. A alface tem
muitas vitaminas e nutrientes que ajudam o nosso corpo – disse Simplório.
- A alface e outras verduras – disse
André.
- Sim. Como já aprendemos, elas ocupam
um grande espaço na Roda dos Alimentos e devemos respeitar isso – disse Teresa.
- E os frutos também – disse Dânia.
- Exatamente. Os frutos têm muitas
vitaminas e são muito, muito importantes – disse Simplório.
- Eu gosto muito de fruta – disse
Dânia,
- Eu também. Mas, não gosto nada de
espinafres – disse André.
- Porquê!? Os espinafres são tão bons –
disse Simplório.
- Quando era pequeno, via o Popeye e os
espinafres davam-lhe músculos e força. Por isso, estava sempre a chatear a
minha mãe para mos dar – respondeu André.
- E eles deram-te músculos? – perguntou
Simplório.
- Não. Mas, só depois de comer muitos é
que percebi que aquilo só acontecia nos bonecos – respondeu André.
- Os espinafres podem não te ter dado
os músculos como os do Popeye mas, deram-te vitaminas e nutrientes que são
necessários – disse Teresa.
- Pois é – concordou André.
- Netos. Está na hora de regressarmos a
casa – disse Custódia.
- Já!? – perguntaram os irmãos.
- Sim – respondeu a avó.
- Amanhã podemos voltar? – perguntou
Dânia.
- Claro que sim – respondeu Teresa.
De regresso a casa, Dânia e André
estavam muito felizes.
- Adorei passear no pónei – disse
Dânia.
- Eu também – disse André.
- A quinta é muito diferente do sítio
onde vivemos – disse Dânia.
- Pois. Na quinta não estão sempre a
passar carros, não á barulho e até o ar parece que é mais leve – concordou
André.
No dia seguinte, os irmãos acordaram
cedo, ansiosos com o regresso à quinta. Ao chegarem, viram Simplório a mexer em
palha e em algumas roupas velhas.
- Que está a fazer? – perguntou André.
- Estou a fazer um espantalho para
afastar os pássaros – respondeu Simplório.
|
-
Claro que sim – respondeu Simplório.
Depois
de arranjarem as roupas, começaram a enchê-lo com palha e a
pouco
e pouco, o espantalho ia ganhando forma. Terminado o trabalho,
olharam-no
e começaram a rir.
- Está tão giro – disse André.
- Pois está. Parece mesmo uma pessoa –
concordou Dânia.
Pegando nele, Simplório levou-o para o
campo de milho e prendeu-o bem alto.
- Espero que agora os pássaros deixem o
milho crescer – disse Simplório.
Segundos depois, Teresa aproximou-se.
- Que bom que o espantalho já está
pronto – disse ela.
- Se não fosse a ajuda destes meninos,
ainda não tinha conseguido – disse Simplório.
- Então, tenho que agradecer. Obrigado
André. Obrigado Dânia – disse Teresa.
- Não é preciso agradecer. Foi muito
giro e adorámos – disse André.
- Estou a ver que, quando o Simplório
precisar de ajuda, só tenho que vos chamar – disse Teresa.
- E nós ajudamos – disse Dânia.
Durante o resto do dia, os irmãos
correram, subiram montes e árvores e terminaram com passeios de pónei.
Nos dias seguintes, Dânia e André iam
visitar a quinta sempre que podiam e de cada vez gostavam mais.
Numa manhã, ao chegarem á quinta, viram
uma carrinha branca, parada em frente ao barracão onde estava o Malaquias e, vendo
Simplório lá dentro, aproximaram-se.
- Que se passa? – perguntou André.
- O Malaquias está doente e o
veterinário está a examiná-lo – respondeu Simplório.
Nesse momento, o veterinário saiu.
- Então!? O que é que o Malaquias tem?
– perguntou Simplório.
- O Malaquias deve ter comido demais e
por isso ficou mal disposto – respondeu o veterinário.
- Mas, vai ficar bom? – perguntou
Dânia.
- Vai. Já lhe dei uma injeção e agora,
é só esperar que faça efeito – respondeu o veterinário, indo-se embora.
|
- Então, Malaquias!? Estás melhor? –
perguntou André.
Malaquias soltou um zurro e com
esforço, olhou para André.
- Espero que a injeção faça efeito
depressa – disse Dânia.
Durante a manhã, os irmãos estiveram
sempre perto de Malaquias, à espera que ficasse melhor. À tardinha, Malaquias
conseguiu levantar-se e Dânia deu-lhe algumas folhas que ele comeu
vagarosamente.
Já em casa, contaram à avó tudo o que
tinham feito e sentiam-se muito felizes.
Nos dias que se seguiram, os irmãos iam
sempre visitar Malaquias e aos poucos e poucos, viram-no ficar mesmo bem.
Numa tarde, Custódia e Teresa
aproximaram-se dos irmãos.
- A Teresa fez-me um convite que penso
que vão adorar – disse a avó.
- O que é? – perguntou Dânia.
- Como estão quase a regressar para a
vossa casa, lembrei-me de vos convidar para irem acampar uma noite perto do
lago aqui da quinta – respondeu Teresa.
- Boa! – exclamaram os irmãos.
- À noite, o lago parece que fica
mágico e tenho a certeza de que vão adorar – disse Teresa.
- Então, fica combinado que amanhã,
vamos acampar – disse Carlota.
No dia seguinte, os irmãos pegaram nas
coisas que tinham planeado e foram a correr, ajudar Teresa e a avó Custódia a prepararem
o material que iriam utilizar.
Minutos depois, já na beira do lago,
Dânia e André viram alguns peixes a nadar e sorriam felizes. À noitinha,
observaram as estrelas que pareciam formar flores.
- As estrelas são muito bonitas – disse
André.
- Pois são. Às vezes só apetece apanhar
algumas e guardá-las – disse Dânia.
- A mim também – disse André.
- Mas, se todas as pessoas as
apanhassem para guardar, não acham que a noite ia ficar muito escura? –
perguntou a avó.
- Pois ia – respondeu Dânia.
- Então, ainda bem que ninguém as
consegue apanhar – disse a avó.
- Tens razão, avó – disse André.
- Agora, vamos dormir para recuperar
energias – disse a avó.
Ao acordarem no dia seguinte, André e
Dânia ouviram os pássaros cantar. Felizes, saíram da tenda e olharam para o
lago que parecia feito de cristais.
- Tão bonito! – exclamou Dânia.
Nesse momento, Teresa e Custódia
aproximaram-se.
- Bom dia – disse Teresa.
- Bom dia – responderam os irmãos.
- Então!? Como foi a noite? – perguntou
a avó.
- Foi ótima – responderam os irmãos.
Nesse momento, Tobias apareceu e
começou a miar.
- O Tobias está a dar-vos os bons dias
– disse Teresa.
- Bom dia, Tobias – disseram os irmãos.
“Miau” – respondeu ele.
Com cuidado, Dânia pegou-lhe ao colo e
feliz, Tobias encostou o focinho ao seu braço.
Segundos depois, Francelina
aproximou-se e trazia consigo dois cestos de palha.
- Vou à horta apanhar alguns legumes.
Querem vir comigo? – perguntou Francelina.
- Sim – responderam os irmãos.
|
- Bom dia – disseram os irmãos.
- Bom dia – disse Simplório.
- As alfaces precisam mesmo de ser
regadas – disse André.
- Pois é. Está muito calor e se não
tiverem água, as alfaces secam – disse Simplório.
- Podemos ajudar? – perguntou Dânia.
- Claro que sim – respondeu Simplório.
- O que fazemos? – perguntou André.
- Como as alfaces já estão regadas,
podem ir ali à frente regar as flores que lá estão – respondeu Simplório.
Equipados com os regadores, os irmãos
regaram as flores e terminada a tarefa, regressaram para junto de Simplório.
- As flores estão muito bonitas – disse
Dânia.
- As flores são como as pessoas. Se as
tratarmos com cuidado e carinho, elas mostram-nos o seu lado mais bonito mas,
se não as cuidarem, elas nem sequer sobrevivem – disse Simplório.
- Eu gosto muito de rosas cor-de-rosa –
disse Dânia.
|
-
Deves estar a falar das estrelícias – disse Simplório.
- Não sei o nome delas – disse André.
- Venham comigo – disse Simplório.
Acompanhando Simplório, os irmãos
chegaram perto de uma grande estufa e ao entrarem, viram muitas flores.
- Vamos até ali – disse Simplório,
começando a andar.
Chegados às últimas flores da estufa,
André viu as flores de que mais gostava.
- São estas – disse André.
- Exatamente. Essas flores são as
estrelícias - disse Simplório.
- São mesmo muito bonitas – disse
Dânia.
- Eu sei – disse André.
Saindo da estufa, os irmãos sorriam de
felicidade e Tobias que os esperava, soltou um mio.
- Parece que o Tobias gosta de vocês –
disse Simplório.
- Pois é – disse André.
Pouco depois, Francelina aproximou-se.
- Se quiserem, venham comigo até ali
atrás encher uns cestos – disse ela.
Rapidamente, os irmãos acompanharam
Francelina e ajudaram-na com os cestos.
|
- O que é isto? – perguntou Dânia.
- Isto são beringelas – respondeu
Teresa.
- Para que servem? – perguntou André.
- As beringelas podem servir para fazer
várias receitas e também batidos – respondeu Teresa.
- Para batidos!? – perguntou Dânia,
admirada.
- Sim. Venham até aqui que eu vou
preparar um com beringela e laranja – respondeu Francelina.
Então, seguindo as orientações de
Teresa, descascaram duas laranjas e cortaram-na em pedaços. A seguir, lavaram
uma beringela e depois de a cortarem também em pedaços, colocaram-na no
liquidificador e juntaram água. De seguida, ligaram-na e depois de pronto,
colocaram o batido no frigorífico.
Nesse momento, Simplório entrou
apressado na cozinha.
- Senhora Teresa! Nasceram os filhotes
da Cornélia – disse ela.
- Que bom! – exclamou Teresa.
- Quem é a Cornélia? – perguntou André.
- A Cornélia é uma das ovelhas que
temos aqui na quinta – respondeu Teresa.
- Podemos ver? – perguntou Dânia.
- Claro que sim – respondeu Teresa.
|
- Tão queridos – disse Dânia.
- Parecem uns peluches – disse André.
Nesse momento, Cornélia olhou para
Dânia e para André e rapidamente escondeu os filhotes debaixo de si.
- A Cornélia pensa que vocês querem
tirar-lhe os filhos e por isso está a protegê-los – disse Simplório.
- Mas nós não lhos queremos tirar –
disse Dânia.
- Eu sei que não. Mas, ela pensa que
sim – disse Teresa.
Alguns minutos depois, Francelina
aproximou-se.
- Dona Teresa. A sua filha Berta está
ao telefone e pediu para falar consigo – disse ela.
- Vou já – disse Teresa, afastando-se.
- Enquanto isso, os irmãos continuavam
à espera do momento em que Cornélia deixasse ver os filhotes, o que não
aconteceu.
- A quinta vai receber mais animais –
disse Teresa, aproximando-se.
- Quais animais? – perguntou André.
- Dois cisnes – respondeu Teresa.
- Nunca vi cisnes – disse Dânia.
- Eles devem chagar esta noite e por
isso, amanhã já os podem ver – disse Teresa.
- Que bom! – exclamou Dânia.
Durante o resto do dia, os irmãos
ajudaram Simplório a apanhar várias frutas, alimentaram alguns animais e ainda
ajudaram Francelina a preparar uma sobremesa.
Terminado mais um dia, Dânia e André
regressaram para casa da avó cansados mas felizes.
- Estou a ver que estão muito cansados.
O que fizeram? – perguntou a avó.
- Hoje, ajudámos a apanhar legumes,
fizemos batidos, tentámos ver os filhotes da Cornélia e também apanhámos frutas
– respondeu André.
- E também demos o comer a alguns
animais e ajudámos a Francelina – disse Dânia.
- Quem é a Cornélia? – perguntou
Custódia.
- É a ovelha lá da quinta – respondeu
André.
- E gostaram do dia? – perguntou
Custódia.
- Sim. Foi muito divertido – respondeu Dânia.
- Então, vamos jantar que amanhã espera-nos
um novo dia – disse Custódia.
Depois de jantarem, os irmãos tomaram
banho e foram dormir.
Na manhã seguinte, depois de se
prepararem, tomaram o pequeno-almoço juntamente com a avó.
- Avó! Podemos ir outra vez à quinta? –
perguntou André.
- Claro que sim – respondeu a avó.
- Que bom. Aquilo é tão giro – disse
Dânia, pegando rapidamente no boné.
|
- Bom dia – disseram os irmãos.
- Bom dia – disse Simplório.
Entretanto, também Teresa se aproximou.
- Bom dia meninos – disse Teresa.
- Bom dia – respondera eles.
- Hoje vamos ter um dia diferente –
disse Teresa.
- Porquê!? – perguntou André.
- Vai ser diferente pois daqui a pouco,
vai chegar uma carrinha com crianças que nos vêem visitar – respondeu Teresa.
Minutos depois, a carrinha chegou com
as crianças que, depois de organizadas em pequenos grupos, começaram a visita.
Acompanhando um dos grupos, os irmãos sentiam-se
pessoas crescidas e tentavam ajudar ao máximo.
À noitinha, já em casa da avó, os
irmãos recordaram a aventura desse dia e adormeceram felizes.
Nos dias que se seguiram, Dânia e André
visitavam regularmente a quinta e continuavam felizes.
No entanto, a véspera de regresso
chegou a ela, a tristeza.
Não querendo ir embora sem se
despedirem das pessoas que tinham conhecido na quinta, os irmãos foram até lá
uma última vez e ao verem Teresa, aproximaram-se.
- Olá. Amanhã temos que ir embora e
viemos despedir-nos – disse Custódia.
- Que pena. Isso quer dizer que vou
deixar de ter a vossa ajuda - disse Teresa.
- Pois é – confirmou Dânia.
- Mas, sempre que quiserem vir
fazer-nos uma visita, vamos receber-vos com alegria – disse Teresa.
Depois de se despedirem de Teresa, de
Francelina e de Simplório foram para casa da avó e começaram a preparar as
malas para o regresso a casa.
No dia seguinte, durante a viagem,
Dânia e André só conseguiam recordar a diversão que tinham tido.
De regresso a casa, quando se
preparavam para contar à mãe tudo o que tinham feito, Custódia aproximou-se.
- Netos. A Teresa pediu para vos
entregar duas pequenas recordações – disse a avó entregando-lhes dois pequenos
embrulhos.
Curiosos, os irmãos abriram-nos
rapidamente e encontraram lá, dois lindíssimos azulejos com a imagem da quinta,
gravada.
- São fantásticos! – exclamou André.
- São mesmo – concordou Dânia.
Depois de se despedirem da avó, os
irmãos contaram pormenorizadamente o que tinham feito e sentido e ficaram desejosos
de repetir a experiência.
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