Um novo dia estava a começar e, a aldeia Ping Pong começava a acordar. Às 8:00, o senhor Camilo abria o seu café, o Pingado e esperava os seus clientes. Alguns minutos depois, chegou o apressado Zacarias.
- Bom dia.
- Bom dia.
- Quero um café curtinho e rapidinho.
- E para comer?
- Para comer é um croissant de avelã.
- É para já.
Segundos depois, Camilo regressou e pousou na mesa os produtos.
- Pode já fazer a conta pois, tenho que ir ao quiosque antes da minha mulher se levantar.
- Então, porquê!?
- Se ela se levanta e não vê a revista pousada em cima da mesa ao lado do café, tenho o caldo entornado para o meu lado.
- É a vida.
- E que vida! Mas, tenho que ir. Até logo.
- Até logo.
Algum tempo depois, os amigos Simão e João chegaram e sentaram-se na esplanada.
- Bom dia, rapaziada.
- Bom dia senhor Camilo.
- Então!? O que fazem?
- Combinámos encontrar-nos aqui com a Mariana e com a Liliana.
- Elas devem estar quase a chegar.
- Espero que sim. Não gosto nada de esperar.
- Ninguém gosta.
- Isso é verdade.
Pouco depois, as amigas chegaram muito sorridentes.
- Bom dia.
- Bom dia. Desculpem o atraso mas, foi pequeno.
- Está bem. Está bem.
- Pessoal! Ontem à noite fui a casa do ti Gastão e vi lá um programa muito divertido. Era uma corrida onde os participantes tinham que levar um bolo nas mãos.
- Oh! Isso é fácil.
- O pior é que, durante a corrida tinham que saltar por cima de obstáculos e, o vencedor era aquele que chegasse primeiro, com o bolo ainda inteiro.
- Já estou a imaginar bolos a cair uns atrás dos outros.
- Havia de ser uma doçaria pegada.
Enquanto os amigos conversavam, a Liliana estava muito pensativa.
- O que se passa?
- Estava a pensar e, tive uma ideia engraçada.
- Qual ideia?
- Podíamos fazer aqui na aldeia uma corrida igual.
- Como!?
- Convidava-mos as pessoas a participar e, elas só tinham que trazer o bolo.
- Essa ideia já me está a deixar com água na boca.
- Com água não sei mas, estou a imaginar bolos e tortas a voar.
- Então!? O que acham da ideia?
- Eu aprovo.
- Eu também.
- E eu só pergunto, quando começamos?
- Começamos agora. Eu e o Simão vamos falar com o presidente do clube recreativo e vocês, podem começar a pensar em cartazes para espalhar pela aldeia.
- Ok. Vamos passar na loja do Paga Pouco ver o que é que ele lá tem que sirva para fazer os cartazes.
- À tarde, encontramo-nos aqui para falarmos melhor.
Felizes, Liliana e Simão foram até à casa do presidente Felismino que, os recebeu sorridente.
- Olá, caros eleitores. Precisam de alguma coisa?
- Olá sr. presidente. O nosso grupo de amigos pensou em fazer aqui na aldeia uma engraçada corrida de obstáculos.
- Engraçada como!?
- A ideia era que, cada participante levasse um bolo e que, fizesse o percurso sempre com ele nas mãos..
- Ganhava quem atravessasse a meta com o bolo nas mãos e inteiro.
- Isso é uma excelente ideia. Misturar diversão com competição. Têm todo o meu apoio e autorização.
- Muito obrigado, senhor presidente.
- Senhor presidente, não. Para os amigos é só Felismino.
- Vamos já dizer aos nossos amigos.
- Se precisarem de alguma coisa, venham ter comigo.
- Obrigado.
- Não fui obrigado a nada.
- Vamos lá então.
Enquanto isso, Mariana e João escolhiam as cartolinas e outros materiais na loja.
À tarde, os amigos reuniram-se novamente e começaram a preparar os cartazes.
- João. Tu que tens jeito para desenhar, podias fazer uns bonecos com bolos nas mãos.
- Sim. E também uns obstáculos no caminho.
- É isso mesmo o que vou fazer.
Enquanto o João desenhava, a Mariana bateu com a mão na mesa.
- Esperem!
- O que foi?
- Estamos a esquecer-nos do prémio. O que pode ser?
Alguns segundos depois, a Liliana levantou os braços rapidamente.
- Já sei!
- Então!?
- Como vai ser uma corrida sem vencedor nem vencidos, o prémio podia ser um piquenique para todos. O que acham?
- Acho uma ótima ideia.
- E, até podemos pedir ao B.P. para lá pôr umas músicas.
- Isso era mesmo espetacular.
- Amanhã de manhãzinha, eu vou falar com ele e depois digo-vos alguma coisa.
- Ok! Até amanhã!
- Cháu!!!
Depois de se despedirem, cada amigo foi para a sua casa, ansioso pelo próximo dia.
Na manhã seguinte, encontraram-se na esplanada do café Pingado.
- Já falei com o B.P. e ele, adorou a ideia e o convite. Aceitou logo e disse que ia fazer o melhor que conseguisse. Só precisa saber qual é o dia.
- Daqui a duas semanas temos um feriado. Podia ser nesse dia.
- É isso. Vamos então marcar para esse dia, às 11:30.
- Fica decidido.
- Fixe!
- Vamos pensar que obstáculos vamos utilizar.
- Podemos usar uns bocados de madeira e uns pneus.
- E prender umas fitas para os concorrentes terem que saltar ou se baixarem.
- E ainda, podemos pedir ao Frederico a máquina de fazer bolhas de sabão.
- É isso. Vou já falar com ele.
Enquanto o Simão se afastava, os amigos começaram a arranjar o material necessário.
Depois de terem os cartazes prontos, a Mariana, o João e a Liliana foram distribuir os cartazes.
Os dias foram passando e os amigos andavam ansiosos pelo grande dia.
Na manhã do dia 8, os amigos encontraram-se e, foram distribuir os obstáculos.
Quando o relógio da igreja bateu as 10:00, muitas pessoas começaram a aproximar-se. Chegaram pessoas de aldeias vizinhas e, entre participantes e espectadores, Ping Pong estava toda lá.
Às 11:28 os participantes e os seus bolos foram para a linha da partida e, ao ouvirem o apito, começaram a correr e, a diversão começou também.
Entre tropeções, escorregadelas e encontrões, muitos bolos acabaram no chão mas, a diversão continuava.
Já perto da meta, André e Daniel continuavam o percurso.
Quando André cruzou a meta, B.P. aumentou a música, Frederico ligou a máquina das bolhas de sabão e todos bateram palmas, felizes.
De seguida, o presidente pegou no microfone.
- E agora que a corrida está acabada, vem a melhor parte. Como não houve nem vencedor nem vencidos, vamos todos festejar num piquenique aqui mesmo.
Então, todos os habitantes de aldeia e arredores, participaram naquele piquenique que, estava cheio de doçura e muita, muita gulosice.
Tanta guloseima!
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