O sol furava lentamente as nuvens e aos poucos, um novo dia começava.
Também a pequena aldeia Cochichos começava a despertar e, alguns dos seus moradores já passeavam pelas ruas.
Na praceta Fanico, o senhor Zacarias abria o seu quiosque e, distribuía os jornais0 enquanto assobiava feliz.
Numa casa da rua Chiclas, os irmãos Liliana e Simão de 9 e 11 anos tomavam o pequeno almoço e conversavam acerca do que iriam fazer durante o dia.
- Podíamos ir ao parque ver os gansos.
- Ainda ontem os vimos. De certeza que eles não mudaram de ontem para hoje.
- Tens razão. E se, fôssemos ao armazém do Dani ver o que é que ele tem andado a inventar?
- Vamos. Mas primeiro, passamos por casa da Mariana e do André e perguntamos se querem ir connosco.
- Boa ideia.
Depois de saírem de casa, os irmãos andaram um bocado e, ao chegarem a casa dos amigos, tocaram à campainha. Segundos depois, a dona Dalila abriu a porta, sorridente.
- Bom dia. Tudo bem?
- Bom dia, dona Dalila. Sim, está tudo bem.
- Precisam de alguma coisa?
- Podemos falar com o André e com a Mariana?
- Claro que sim. Eles estão na sala a ver televisão.
- Obrigada.
- Não fui obrigada a nada. Vão até lá.
Simão e Liliana foram então até à sala.
- Olá pessoal. Bom dia.
- Bom dia.
- O que estão a ver?
- Estamos a ver uma corrida onde, os participantes têm que correr e levar um bolo nas mãos.
- É muito giro pois, os participantes quase sempre os deixam cair logo ao principio.
- Deve ser engraçado.
- E é. Sentem-se e vamos continuar a ver.
Os amigos então sentaram-se e juntos, viram o resto do programa. No final, enquanto todos comentavam o que tinham visto, Liliana estava calada e pensativa.
- Então e tu, Liliana. Gostaste?
- Gostei e, acho que sei o que podemos fazer para animar a aldeia.
- O quê!?
- O que acham de uma corrida como esta?
- Ia ser fixe!
- Eu gosto da ideia.
- Sim. Já estou a imaginar bolos a voar e chantilly a escorregar.
- Exatamente. Vamos falar com o senhor Filipe o presidente do clube desportivo para ele autorizar.
- Quando formos para casa, eu e a Liliana vamos até à casa dele e, conversamos.
- Mas, depois telefonem para nos dar a resposta.
- Está bem.
- Então, vá. Vamos andando para não demorarmos muito.
Simão e Liliana saíram e, ao chegarem a casa do presidente, viram-no sentado no alpendre.
- Bom dia sr. Filipe.
- Bom dia, pessoal. Tudo bem?
- Sim, tudo.
- O que fazem?
- Podemos falar consigo?
- Claro que sim. Entrem.
Felizes, os irmãos foram até ao alpendre e começaram a conversar.
- À pouco, quando fomos a casa dos nossos amigos, vimos um programa na televisão que, nos deu uma ideia para fazermos aqui na aldeia.
- Qual foi a ideia?
- É muito fácil. A ideia é, uma corrida onde todos os participantes levem um bolo e, não o podem deixar cair.
- Isso é uma ótima ideia.
- Sim. E ganhava quem chegasse ao fim com o bolo nas mãos e inteiro.
- Adorei e, acho que vai ser um sucesso.
- Podemos avançar com a ideia?
- Podem. E, têm todo o meu apoio.
- Vamos já começar a pensar no que temos que fazer.
- Estejam à vontade. Se precisarem de fazer cartazes, vão ao clube pois, à lá muito material que podem utilizar.
- Muito obrigado. Vamos já começar.
De regresso a casa, Liliana telefonou logo para os amigos.
- Estou!? Já falámos com o presidente e ele, adorou a ideia. Podemos avançar e, se quisermos fazer alguns cartazes, só temos que ir ao clube e, utilizar o material que lá está. Amanhã, venham cá a casa para planearmos tudo.
Ansiosos pelo dia seguinte, os amigos dormiram felizes.
De manhãzinha, os amigos reuniram-se e, depois de irem ao clube recreativo buscar cartolinas, papel cenário e outros materiais, começaram a trabalhar.
- A corrida pode começar na praça Esfregada, passar pela rua Come e Dorme e acabar na praceta Fanico.
- Esse percurso é bom mas, qual vai ser o prémio?
- Com tanta doçura, o prémio pode ser um piquenique com os bolos restantes para toda a aldeia.
- É mesmo isso. Vamos começar.
Depois de fazerem diversos cartazes a anunciar a corrida, foram distribui-los pela aldeia.
Nos dias que se seguiram, o tema principal de conversa na aldeia era a corrida e, os amigos estavam mais que ansiosos.
Chegado o tão esperado dia, a praça Esfregada estava cheia de pessoas. Depois de alinharem todos os concorrentes, a corrida começou assim como a diversão.
Poucos metros depois, os amigos Joana e Sebastião corriam lado a lado e, aproveitavam para fazer caretas um ao outro. No momento em que o Sebastião se preparava para passar à frente da amiga, ela passou-lhe uma rasteira e, ele caiu em cima do bolo de laranja que levava.
Um pouco mais à frente, Benjamim corria com o seu bolo de ananás decorado com coloridas pintarolas e diversas bandeiras de chocolate que, sem olhar para o chão escorregou numa folha de palmeira e, mesmo depois de se ter tentado equilibrar, caiu em cima do bolo.
Cuidadosa, Luísa levava um bolo de maçã e, tentava desviar-se dos outros corredores. Mas, ao descer o passeio, calcou uma pedra que rebolou e a desequilibrou, deixando cair o bolo.
Já com a meta à vista, Vicente com o seu bolo de chocolate sorria feliz e contente. Mas, de um momento para o outro, o amigo Daniel aproximou-se e deu-lhe um encontrão. Vicente inclinou-se para o lado e, no momento em que estava quase a recuperar o equilíbrio, o bolo escorregou-lhe das mãos e caiu.
Ao longo do percurso, vários outros concorrentes deixaram cair os seus bolos mas, continuaram a correr, felizes.
Na praceta Fanico, várias pessoas esperavam pelo vencedor e, quem atravessou a meta primeiro e com o bolo ainda perfeito foi o concorrente Gonçalo.
Depois de uma grande salva de palmas, o sr. Filipe pegou no microfone.
- Amigos! Terminada esta doce corrida, convido-vos a festejar este momento aqui, num piquenique.
Muito felizes, os amigos participaram no piquenique e, festejaram com todos os habitantes da aldeia.
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