A costureira
Numa tarde de primavera,
as amigas Inês e Miriam de oito anos passeavam pelo parque Preguiça, espantados
com tanta beleza.
No caminho de regresso, as amigas
passaram pela praça Codorniz e ao olharem para uma casa antiga, viram alguns
vestidos atrás de uma janela. Curiosas, foram até lá e espreitaram para dentro
da casa.
Lá, viram uma senhora sentada ao pé
de uma máquina de costura e muitos tecidos espalhados pelo chão. Com uma grande
vontade de visitar tudo aquilo, Inês disse:
- Podíamos lá ir e pedir para ver os
vestidos.
Miriam olhou para a amiga e disse:
- Será que a senhora não se importa?
Os vestidos parecem de princesas.
Sem esperar mais, Inês bateu à porta
e alguns segundos depois a senhora abriu-a e disse:
- Olá!
Inês respondeu:
- Olá!
Envergonhada, Miriam disse:
- Estávamos a passar aqui e vimos
que, ao pé da janela estão uns vestidos muito bonitos.
A senhora sorriu e disse:
- Eu sou a costureira Cremilde e
aqueles são os vestidos que faço. Entrem e venham vê-los!
Felizes pelo convite, Inês e Miriam
entraram e viram vestidos parecidos com os de princesa.
No dia seguinte, as amigas foram
novamente a casa de Cremilde que, andava muito inquieta a procurar uns botões
cor-de-rosa. Querendo ajudar, Miriam disse:
- Vamos procurar também.
Depois de procurarem em vários
sítios, Inês disse:
- Miriam! Vamos ver debaixo destes
tecidos.
Começaram a levantá-los e ao verem
um baú, Miriam disse:
- Não estarão aqui dentro!? Se
calhar estão cá guardados.
Vendo que as amigas talvez tivessem
razão, Cremilde disse:
- Podem abri-lo.
Miriam e Inês abriram-na e
espantadas, viram lá dentro frascos cheios de uns pós de várias cores. Curiosas,
perguntaram:
- Que pós são estes!?
Cremilde respondeu:
- Estes pós são aquilo que faz os
vestidos tão brilhantes e bonitos. São pós mágicos.
Depois de algum tempo, Miriam disse:
- Estão aqui uns botões cor-de-rosa.
Vendo-os, Cremilde disse:
- Eram mesmo estes que andava à
procura. Pensei que eles tinham mesmo desaparecido e que não podia acabar o
vestido da bebé.
Outro dia, enquanto as amigas
ajudavam Cremilde a medir um tecido, uma menina com um vestido muito sujo e
roto passou na rua e ficou quase hipnotizada a olhar os vestidos. Inês viu-a e
disse para Cremilde:
-Aquela menina tem as roupas tão
estragadas.
Bondosa, Cremilde disse:
- Chamem-na. Pode ser que lhe
arranje um vestido melhor.
Miriam e Inês chamaram-na e mesmo
envergonhada, a menina entrou.
Cremilde
aproximou-se e disse:
- Olá!
Com uma voz muito baixa, a menina
disse:
- Olá.
Miriam perguntou-lhe:
- Como te chamas?
Ainda envergonhada, a menina
respondeu:
- Eu sou a Tânia.
Inês perguntou:
- Quantos anos tens?
Tânia respondeu:
- Tenho oito.
Sorrindo, Miriam disse:
- Eu sou a Miriam e também tenho
oito anos.
Inês disse:
- E eu sou a Inês e também tenho
oito anos.
Cremilde tirou um vestido
cor-de-rosa de um cabide e levou-o à máquina de costura. Lá, fez alguns ajustes
e cozeu um lindo e brilhante laço.
Enquanto isso, Miriam, Inês e Tânia
viam as outras roupas.
Quando Cremilde acabou de preparar o
vestido, chamou Tânia e disse-lhe:
- Tânia, veste este vestido e diz se
gostas.
Tânia experimentou o vestido e, ao
ver-se ao espelho disse:
- Que bonito!
Miriam disse:
- Pareces uma princesa.
Inês aproximou-se e disse:
- Uma princesa de encantar.
Sorrindo, Tânia só conseguiu dizer:
- Obrigado!
Feliz por ver Tânia contente,
Cremilde olhou para Miriam e para Inês e disse:
- Venham comigo! Também tenho ali
uns vestidos que vos vão transformar numas princesas.
Contentes, as amigas seguiram-na e
numa grande sala, viram muitas roupas bonitas. Depois de vestirem os vestidos,
as amigas ficaram ainda mais felizes.
A partir daí, Miriam e Inês ficaram
amigas de Tânia e, sempre que podiam iam visitar Cremilde, ajudando-a a criar
vestidos ainda mais fascinantes.
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