O Veado Bebé
Numa
manhã de sol, os irmãos Dânia de 8 anos e João de 10 brincavam felizes.
Enquanto se divertiam, a mãe Rute aproximou-se.
- Filhos. A avó Zezinha ligou a
convidar-vos para irem passar uns dias com ela – disse Rute.
- Eu vou. Adoro a avó Zezinha – disse Dânia.
- Eu também – disse João.
- Então, vamos preparar tudo o que têm
que levar – disse Rute.
Enquanto arrumavam as mochilas, os
irmãos estavam muito felizes e animados.
- Adoro ir para casa da avó. Lá,
podemos correr, saltar e muitas outras coisas - disse João.
- Eu também. Adoro os passeios no monte
entre as flores e as árvores – disse Dânia.
Depois de estar tudo pronto, Rute levou
os filhos até casa da avó e deixou-os muito felizes.
- Olá netos – disse a avó Zezinha.
- Olá avó – disseram os netos ao
abraçá-la.
- Como a primavera chegou e sei que,
adoram brincar no monte, decidi convidar-vos para passarem cá uns dias – disse Zezinha.
- Obrigado, avó – disse João.
Durante o resto do dia, Dânia e João
divertiram-se muito e à noite, não conseguiam esconder a felicidade que
sentiam.
- Então, netinhos. O que fizeram? –
perguntou Zezinha.
- Corremos, saltámos e apanhámos estas
flores – disse Dânia, mostrando dois malmequeres e uma papoila.
- São muito bonitas – elogiou Zezinha.
- Pois são – concordou João.
Com a chegada da noite, os irmãos foram
para o quarto e prepararam-se para dormir. A meio da noite, ambos acordaram com
um barulho esquisito parecido com choro.
Assustados, levantaram-se e a correr
foram até ao quarto da avó.
- Avó!!! Que barulho é aquele!? – perguntou
Dânia.
-
Já à algumas noites que se ouve esse barulho mas, não sei de onde vem nem o que
é que o provoca – respondeu Zezinha.
- Podemos dormir contigo? – perguntou João.
- Claro que sim – respondeu Zezinha.
Agora já deitados perto da avó, Dânia e
João adormeceram sem medo.
Na manhã seguinte ao acordarem, os irmãos
lembraram-se do que tinha acontecido durante a noite e foram para o alpendre da
casa, brincar.
À tarde, brincaram perto de um grande
castanheiro e viram algumas borboletas coloridas que pareciam dançar.
Durante a noite, o barulho repetiu-se e
foi tudo igual à anterior.
De manhãzinha ao acordarem, os irmãos
foram prá cozinha e viram a avó a regar as flores.
- Avó. Nós vamos tentar saber o que faz
os barulhos que ouvimos à noite – disse João.
- Vão. Mas, tenham cuidado para não caírem
– disse Zezinha.
Depois de darem algumas voltas à casa
sem encontrarem nada que pudesse provocar o barulho, decidiram ir ao monte. Ao
chegarem lá, recomeçaram a ouvir o barulho.
Guiados pelo som, chegaram a um
amontoado de flores e viram que um veado bebé estava lá deitado. Pegando-lhe
cuidadosamente, os irmãos observaram-no atentamente e viram que uma das patas
estava bastante ferida.
A correr, Dânia regressou a casa e
encontrou a avó sentada num cadeirão.
- Avó! Encontrámos um veado bebé que
está doente – disse Dânia.
- Doente, como!? – perguntou Zezinha.
- Tem uma pata cheia de feridas e não
consegue andar – respondeu João.
-
Vamos até lá – disse Zezinha.
Já ao pé do veado, Zezinha observou a
pata com muita atenção.
- Temos que levar o veado para casa. Ele
precisa de alguns curativos e lá, podemos ajudá-lo – disse Zezinha.
Pegando-lhe cuidadosamente, Zezinha
regressou a casa com os netos. Lá, começaram por limpar e desinfetar as feridas
que estavam cheias de musgo e de outras ervas. Terminada essa primeira parte,
fizeram os curativos o melhor que sabiam e deitaram o veado numa cesta de
palha.
Os dias foram passando e numa manhã, João
e Dânia viram que as feridas do veado estavam curadas.
Recomeçando aos poucos a andar, o veado
estava muito feliz e contente.
Uma tarde, a avó Zezinha aproximou-se.
- Netos. Como sabem, o veado já está
bom e precisa voltar para o seu habitat natural – disse Zezinha.
- Ohhhhhhhh! – exclamaram os netos.
- Tem que ser – disse Zezinha.
- Mas ele está tão feliz aqui – disse Dânia.
- Pois está. Mas, precisa de algumas
coisas que não tem aqui em casa – disse Zezinha.
- O quê!? – perguntou João.
- Precisa de espaço para correr e
saltar, de natureza e o mais importante de tudo é a companhia dos outros
animais – respondeu Zezinha.
Nesse momento, Dânia foi até à caixa de
costura da avó e tirou de lá um bonito laço vermelho que pôs no pescoço do
veado.
- Antes de nos despedirmos, temos que
lhe dar um nome – disse Zezinha.
- O nome é Bani – disse Dânia.
- Sim – concordou João.
No caminho para o monte, os irmãos
tocaram várias vezes em Bani e, chegaram ao local onde o tinham encontrado. Lá,
soltaram-no e ficaram a vê-lo afastar-se livre e feliz.
De regresso a casa, Dânia e João sentiam-se
tristes por Bani por Bani ter ido embora.
- Foi tão bom ter tomado conta do Bani –
disse João.
- Pois foi. Já estou com muitas
saudades – disse Dânia.
No dia do regresso a casa, os irmãos
estavam muito tristonhos.
- Que se passa? Porque estão tão
tristonhos? – perguntou Rute.
- Nunca mais vamos ver o Bani, o veado –
respondeu Dânia.
- Pode ser que sim – disse Rute.
Alguns dias depois, Rute foi ao correio
e tirou de lá um envelope grande. Abrindo-o, tirou de lá uma foto de Bani onde
estava escrito:
“O
Bani está feliz, a crescer e a tornar-se um veado cada vez mais bonito.”
Felizes, os irmãos levaram a fotografia
para o quarto e penduraram-na parede onde a viam todos os dias e recordavam
Bani.
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