O Pequeno Veado
Um novo dia começava e os
primeiros raios de sol furavam as nuvens.
Lentamente, toda a aldeia Cascudo
despertava e começava o seu ritmo habitual.
Numa modesta casa da rua Xilofrasco, os
irmãos Dânia de 10 anos e Daniel de 12, tomavam o pequeno-almoço. Enquanto
isso, a mãe Clarice aproximou-se, sorrindo.
- Bom dia, filhos – disse ela.
- Bom dia – responderam os irmãos.
- O que vão fazer hoje? – perguntou a
mãe.
- Vamos brincar – respondeu Daniel.
- A tia Anita telefonou a convidar-vos
para irem brincar com o Carlitos – disse a mãe.
- Que bom – disseram os irmãos.
Depois de se prepararem, correram até à
casa da tia Anita.
Lá, com a companhia de Carlitos,
correram, brincaram e divertiram-se muito.
A meio da tarde, quando já não sabiam
como se divertir, foram ver televisão.
Minutos
depois, Carlitos sorriu.
- Já sei o que podemos fazer – disse
ele.
- O quê!? – perguntaram os irmãos.
- Podemos ir ao bosque ver os esquilos.
Já devem ter nascido mais e eles, são tão bonitos – respondeu Carlitos.
- Está bem – responderam os irmãos.
Rapidamente prepararam-se e saíram de
casa. Ao longo do caminho, as brincadeiras e as risadas eram muitas.
Minutos depois, chegaram à margem do
lago Póni e aproximaram-se de umas árvores com os troncos muito grossos.
Enquanto observavam os esquilos a
entrar e sair das suas tocas, Dânia olhou para um arbusto e viu-o abanar.
- Daniel! Carlitos! Olhem para aquele
arbusto – disse ela.
Ao olharem, também eles o viram abanar
rapidamente.
- Vamos lá ver – disse Daniel,
começando a correr.
Já ao pé do arbusto, viram um pequeno
veado deitado a mexer-se muito e, com um pouco de medo, aproximaram-se.
Enquanto o observavam, só conseguiam pensar em qual seria a razão para toda
aquela agitação mas, continuaram a observá-lo.
- Olhem ali! – exclamou Dânia,
apontando para uma das patas do veado.
Ao olharem, Daniel e Carlitos viram que a pata estava suja de sangue.
Agora, Já com o veado deitado, aproximaram-se mais um pouco e, enquanto
Carlitos lhe fazia festas, Dânia e Daniel observavam melhor a pata ferida.
Após alguns segundos, Carlitos levantou-se.
- Vou a casa, buscar o estojo dos primeiros - socorros – disse ele,
afastando-se a correr.
Enquanto esperavam, Dânia e Daniel continuaram a tocar no veado.
Algum tempo depois, Carlitos regressou
e, com muito cuidado, desinfetaram- - lhe a pata e depois de a terem coberto
com mercúrio, envolveram-na com uma ligadura.
De regresso a casa da tia Anita, os
irmos estavam muito contentes.
Nos dias que se seguiram, os irmão e
Carlitos continuaram a ir tratar do veado e, aos poucos e poucos a pata ia
ficando curada.
Uma manhã, enquanto brincavam um pouco
nos arredores da casa, viram o pequeno veado a observá-los.
Depois de se aproximarem, o veado deu
uns pulitos e levantou uma das patas.
- Que giro – disse Daniel.
- Acho que está a mostrar que já está
bom – disse Dânia.
- Só pode ser isso – concordou Daniel.
- E veio cá mostra-nos – disse Dânia.
Sorridentes, os irmãos brincaram com o
veado que, pulava feliz.
- Temos que lhe dar um nome – disse
Daniel.
- Pois temos. Mas, tem que ser um nome
bonito como ele – disse Dânia.
- O que achas de Boli? – sugeriu Daniel
- É bonito – disse Dânia.
- E tu? Gostas? – perguntou Daniel,
olhando para o veado.
O veado, abanou o rabo e levantou uma
das patas.
- Parece que ele também gosta – disse
Dânia.
- Então está decidido. É o nosso Boli –
disse Daniel.
Continuando a brincar com Boli, os
irmãos divertiram-se muito.
A partir desse dia, as visitas de
Carlitos eram frequentes e assim, a amizade que os unia era cada vez maior.
Comentários
Postar um comentário