O Cavalinho Mágico
A manhã começava com o sol a tentar furar as
nuvens e toda a aldeia Pirraça despertava.
Numa pequena casa da rua Rodinhas, Daniel de
9 anos acordou e, preparou-se para ir para a escola. Um pouco mais à frente,
encontrou o amigo João e foram juntos, o resto do caminho.
Durante as aulas, Daniel esteve o mais
atento que conseguiu.
Ao regressar a casa, a mãe Letícia e o pai
Gustavo aproximaram-se com um saco azul, decorado com um bonito laço vermelho.
- O que é isso? – perguntou Daniel.
- É uma prenda que a tia Clarabela enviou
para ti – respondeu Letícia.
Feliz, Daniel abriu rapidamente a prenda e
viu um bonito cavalinho de baloiço branco com algumas estrelas douradas.
Maravilhado, Daniel sentou-se e começou a baloiçar-se. Segundos depois,
apareceu uma nuvem muito bonita e brilhante.
Instantaneamente, Daniel esfregou os olhos e
quando os voltou a abrir, viu o cavalinho de baloiço em pé e de carne e osso.
- Olá Daniel – disse o cavalinho.
- Olá – disse Daniel.
- Queres vir comigo ao Mundo Encantado? –
perguntou o cavalinho.
- Eu não posso. Tenho que fazer os trabalhos
da escola – respondeu Daniel.
- Então, vai fazê-los depressa – disse o
cavalinho.
- Vou já – disse Daniel, correndo para casa.
Algum tempo depois, Daniel regressou para ao
pé do cavalinho.
- Já fiz tudo – disse Daniel.
- Então, podemos ir – disse o cavalinho.
Nesse momento, a nuvem brilhante voltou a
aparecer e envolveu Daniel e o cavalo, transportando-os para a margem de um
lago.
Depois de olhar para os arredores, Daniel
viu o cavalinho caído no chão e a correr, aproximou-se.
- Estás bem? – perguntou ele.
- Sim – respondeu o cavalinho.
- Onde estamos? – perguntou Daniel.
- Estamos no mundo encantado. Aqui, a magia
anda no ar e a alegria está sempre presente – respondeu o cavalinho.
- Quem é que aqui vive? – perguntou Daniel.
- Aqui, vivem todas as personagens das
histórias encantadas – respondeu o cavalinho.
- As
personagens das histórias!? – perguntou Daniel.
- Sim. Se olhares para o lago, vês ali ao
fundo o patinho feio e, atrás daquele monte estão as casas dos três porquinhos
– respondeu o cavalinho.
- Posso ir ver? – perguntou Daniel.
- Claro que sim. Vamos – respondeu o cavalinho.
Começaram então a andar e enquanto subiam o
monte, viram cinco anões a apanhar flores.
- Olá amigos – disse o cavalinho.
- Olá – responderam todos em coro.
- Este é o Daniel e estou-lhe a mostrar o
nosso mundo encantado – disse o cavalinho.
- Nós somos os sete anões, o Zangado, o
Mestre, o Feliz, o Atchim, o Dunga, o Dengoso e eu e estamos a apanhar flores
para a Branca de Neve – disse Soneca.
- Onde está a Branca de Neve? – perguntou o
Daniel.
- Está em casa a preparar um bolo para o aniversário
do Atchim – respondeu o Soneca.
- Quantos anos é que ele faz? – perguntou o
Daniel.
- Não sabemos ao certo. Acho que faz cento e
muitos – respondeu o Dunga.
- Já é muito velho – disse Daniel.
- Neste mundo, a idade não tem importância –
disse o Mestre.
- O Capuchinho Vermelho continua a ser uma
criança mas, já deve ter quase 100 anos – disse o Atchim.
- E o lobo mau!? – perguntou o Daniel.
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- Este
mundo é fantástico. Ninguém fica velho – disse o Daniel.
- Pois não – concordou o Soneca.
Nesse momento, uma menina aproximou-se a
correr.
- O meu irmão está com muitas dores de
barriga – disse ela.
- Onde é que ele está, Gretel? – perguntou o
Dunga.
- O Hansel está atrás do Grande Plátano –
respondeu Gretel.
- Vamos lá – disse Soneca.
Alguns minutos depois, ao chegarem ao Grande
Plátano, viram Hansel a chorar.
- Como estás? – perguntou o Dunga.
- Estou com muitas dores de barriga –
respondeu o Hansel.
- O que comeste? – perguntou o Soneca.
- Comi um bocado da casa de chocolate –
respondeu Hansel.
- A casa de chocolate já é muito velha e por
isso, faz mal à barriga – disse o Mestre.
- Tens que ser menos guloso – disse Gretel.
- Vou tentar – disse Hansel.
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- O que se passa? – perguntou ele.
- É o Ali-Babá que está a fugir dos 40
ladrões – respondeu o cavalinho.
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- Algo me diz que o sapato é da Cinderela –
disse o cavalinho.
- Como é que ela o perdeu? - perguntou
Daniel.
- Ela é muito distraída e deve ter estado aqui
a brincar no lago até que, deve ter ido com tanta pressa para casa que, se
esqueceu – respondeu Soneca.
- Por sorte não passou aqui o Gato das Botas
senão, já o tinha roubado – disse o cavalinho.
Depois de andarem mais uns metros, viram uma
grande caixa de vidro vazia, rodeada de flores.
- O que é isto? – perguntou o Daniel.
- Foi aqui que a Bela Adormecida esteve
deitada antes do príncipe a acordar – respondeu Feliz.
Enquanto olhavam para a caixa, ouviram:
“ Pára!!! Pára!!!”
|
“ Quem quer casar com a Carochinha que é
formosa e bonitinha?”
- A Carochinha continua à espera do noivo –
disse o Atchim.
- Todos os dias são a mesma coisa. Ela
chama, chama mas, põe defeitos em tudo e por isso, não arranja noivo – disse o
Dengoso.
- Qualquer dia encontra alguém – disse
Daniel.
- Ela queria o Patinho Feio que agora está
muito bonito mas, ele não quer nada com ela – disse o Dengoso.
Feliz, Daniel viu que se tinha formado um
arco-íris.
- Tão bonito – disse ele.
- Está na hora de regressarmos a casa – disse
o cavalinho.
Instantaneamente, a nuvem brilhante
reapareceu e, depois de envolver os amigos, levou-os para o quarto de Daniel,
largando-os lá.
Ao abrir os olhos e vendo que já estava no
seu quarto, Daniel olhou para o cavalinho de madeira que lhe piscou o olho
enquanto ainda baloiçava.
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