O relógio do Pólo Norte começou a bater e o Pai Natal estava muito feliz na cozinha, a preparar umas deliciosas rabanadas. Nesse momento, a rena Trovão aproximou-se:
- Pai Natal! Aconteceu um acidente! – exclamou ela.
- Quente! Pois, as rabanadas ainda
estão quentes – disse o Pai Natal que, já não ouvia muito bem.
- Não é isso! Aconteceu mesmo um
acidente – disse a Trovão.
- Ah! Estás a dizer que fazem mal aos
dentes. Não fazem muito bem mas, se não abusarmos, o problema não é assim tão
grande – disse o Pai Natal.
- Vamos à oficina – disse a Trovão.
- Vamos lá então – disse o Pai Natal.
Ao chegarem à oficina dos brinquedos,
o Pai Natal viu que a rena Corredora estava caída no chão e que, o Rudolfo e a
Raposa estavam a pousar um grande embrulho no trenó.
- O que aconteceu? – perguntou o Pai
Natal aproximando-se da Corredora.
- Ai, Pai Natal – gemeu ela.
- O que se passa? Porque estás assim
no chão? – perguntou o Pai Natal.
- Aquele embrulho pesado, caiu em cima
das minhas patas dianteiras – respondeu a Corredora.
- Como é que isso aconteceu? –
perguntou o Pai Natal.
- Eu e a Empinadora estávamos a
arrumar aqueles presentes e, de um momento para o outro, só ouvi alguém gritar
“Cuidado
Corredora” e, senti alguma coisa a cair em cima das minhas patas –
respondeu a Corredora.
- Quando vi a Corredora no chão, corri
até cá e, com a ajuda do Rudolfo tirámos o caixote de cima das patas dela –
disse a rena Raposa.
- Qual foi o caixote? – perguntou o
Pai Natal.
- Foi aquele que tem as pistas de
carros – respondeu a Trovão.
- Logo esse que é um dos mais pesados.
Mas, vamos lá ver como ficaram as tuas patas – disse o Pai Natal.
Com alguma dificuldade, Corredora
sentou-se no cadeirão do Pai Natal e mostrou-lhe as patas.
- Pelo que estou a ver, por pouco não
se partiram as unhas o que, era muito doloroso. Mas, as patas já estão a inchar
e vão ficar bem pisadas – disse o Pai Natal.
- E como faço para irmos entregar os
presentes? – perguntou a Corredora.
- Se calhar, não podes ir – respondeu
o Pai Natal.
- Mas eu quero ir – disse a Corredora,
a chorar.
- Vou ver se consigo resolver o
problema – disse o Pai Natal.
Depois de pensar durante alguns
minutos, sorriu.
- Já sei! Dançarina, vai chamar o
duende Shinny Upatree – disse ele.
- O Shinny Upatree já está tão
velhote. O que é que ele pode fazer? – perguntou a Dançarina.
- Por ele ser o duende mais velho,
pode saber alguma coisa – disse o Pai Natal.
A correr, Dançarina foi até à casa dos
duendes e, viu Shinny Upatree muito quieto a ver os outros duendes a brincar.
Então, sem fazer barulho, aproximou-se e, no momento em que ia falar, Shinny
levantou-se.
- O que se passa? – perguntou ele.
- A Corredora está com um problema
que, pode complicar em muito a entrega dos presentes na noite de Natal –
respondeu a Dançarina.
- Então!? – perguntou Shinny.
- Enquanto estávamos a arrumar os
presentes que já estão prontos, um caixote pesado, caiu em cima das patas da
Corredora e, ela está com muitas dores. Então, o Pai Natal mandou-me aqui, perguntar-te
se sabes alguma magia para que ela, amanhã possa ir connosco entregar as
prendas – respondeu a Dançarina.
- Espera um pouco – disse Shinny,
afastando-se.
Alguns minutos depois, regressou com
um pacote pequeno na mão.
- Vamos lá – disse ele.
De regresso á oficina do Pai Natal,
Shinny foi até à Corredora e, tirou um pó de dentro do pacote. Enquanto o
largava por cima da pata da Corredora, dizia:
“Pó
dos pezinhos
E
unhas entaladas
Não
demores muito
A
deixar as patas curadas”
Depois
de repetir aquelas palavras três vezes, Shinny olhou para a Corredora.
- Já podes levantar-te e andar – disse
Shinny.
Devagar, a Corredora levantou-se e
começou a andar. Feliz, aproximou-se das outras renas que, pulavam contentes.
- Estou boa! – exclamava ela.
- Ainda bem – disse a Empinadora.
Enquanto as renas pulavam de alegria,
Shinny aproximou-se do Pai Natal.
- Obrigado por salvares o Natal –
disse o Pai Natal.
- Mas, eu não salvei o natal – disse
Shinny.
- Salvas-te sim. Ao curares a pata da
Corredora, a entrega dos presentes está garantida – disse o Pai Natal.
- O que te vou contar tem que ficar em
segredo – disse Shinny.
- Comigo, segredo é sempre segredo –
disse o Pai Natal.
- Então, aqui vai. Eu não sei nenhuma
magia para as patas e, o pó que deixei cair na pata da Corredora, é orvalho –
disse Shinny.
- Mas, como é que o orvalho corou a
Corredora? – perguntou o Pai Natal.
- Não foi o orvalho. Foi sim o desejo
da Corredora em fazer as crianças felizes – explicou Shinny.
- Oh Shinny! Não sei o que teria feito
sem a tua ajuda – disse o Pai Natal.
- O natal é mágico e, todos temos que
ser felizes – disse Shinny saindo e acenando adeus.
Feliz, o Pai Natal fechou a porta e,
com um enorme sorriso foi até à oficina e desejou a todos
Feliz Natal
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