terça-feira, 23 de abril de 2013

Igualdade


Igualdade

           

Numa antiga casa da aldeia Pula Pula, morava um menino chamado Miguel, os pais e o seu cão Fifas.
           Com 6 anos, Miguel não tinha amigos e os seus tempos livres eram passados a brincar com barcos de papel e com as caricas que encontrava na rua.
          Uma tarde em que brincava com as caricas, a mãe disse-lhe:
          - Miguel, amanhã é o teu primeiro dia de escola. Vem para dentro arranjar as coisas.
          Miguel guardou um lápis, uma borracha, uma caneta e um caderno num pequeno saco de plástico e, ansioso esperou pelo próximo dia.
          No dia seguinte, Miguel Chegou à escola e envergonhado observou todos os outros meninos e meninas que vaidosos, mostravam as suas mochilas.
          Sentindo-se envergonhado por não ter uma mochila, Miguel sentou-se numa mesa ao fundo da sala e ficou calado a olhar para o professor que se apresentou:
          - O meu nome é Serafim e vou ser o vosso professor. Espero que aprendam muito e que sejam bem comportados. Como hoje é o primeiro dia, vão apresentar-se uns aos outros.
          Um bocado envergonhados, os alunos foram-se apresentando até que chegou a vez de Miguel.
          - Eu sou o Miguel e tenho 6 anos.
          Acabadas as apresentações, todos os meninos foram para as suas casas prontos para o que iria acontecer.
          Na manhã seguinte, Miguel foi para o seu lugar e atento, ouviu tudo o que o professor ensinava. No intervalo, enquanto os colegas lanchavam e brincavam, Miguel comia o seu pão encostado a um canto.
         Os dias foram passando e continuava tudo igual. Sozinho no seu canto, Miguel via os colegas jogarem à bola e fazerem outras brincadeiras.
         Uma tarde, quando chegava da escola, Miguel vinha muito triste. Preocupada, a mãe perguntou-lhe:
         - Que aconteceu!? Porque vens a chorar!?
         Miguel respondeu:
         - Na escola, ninguém brinca comigo. Estou sempre sozinho num canto e só o professor é que fala para mim.
         Abraçando o filho, Marta disse-lhe:
         - Vais ver que, daqui a uns tempos vão ser tantos amigos que nem vais poder brincar com todos.
         No dia seguinte durante o intervalo, Miguel estava sossegado no seu canto quando viu o seu colega Pedro cair. Depois de os pais o irem buscar, o dia de escola correu como o habitual.
         Dois meses depois, Pedro regressou à escola numa cadeira de rodas e Miguel aproximou-se dele. Conversaram um bocado e depois regressaram ás aulas.
         Nos dias que se seguiram, Miguel e Pedro ficaram amigos e companheiros de brincadeiras.
         Numa tarde em que esperavam pelo transporte, o professor Serafim recebeu um telefonema da mãe de Pedro, a avisar que ia chegar um bocado mais tarde. Depois de contar a Pedro que a mãe se ia atrasar, Miguel disse:
         - Eu fico contigo à espera.
         Adorando a ação de Miguel, o professor disse:
         - Em certos momentos é que percebemos quem são mesmo os nossos amigos.
         Na manhã seguinte, Miguel esteve sempre perto de Pedro e, durante o intervalo os colegas Bruno e David também foram brincar com eles.
         Alguns dias mais tarde, a amizade entre todos era grande e, companheiros partilhavam todos os momentos, mostrando que todos merecemos um amigo.

 

sábado, 13 de abril de 2013

O Comboio Mágico


 

           

Na pequena aldeia Rebola, numa casa amarela, morava uma menina de 7 anos chamada Inês.

Inês adorava brincar com as suas bonecas e com o seu gato Zizzi e, numa noite em que se preparava para ir dormir, ouviu um barulho parecido com uma buzina de bicicleta. Arredando um bocado o cobertor, Inês olhou para a janela e viu uma luz dourada muito brilhante.

Saindo da cama, Inês abraçou Zizzi e com algum medo foi à janela. Lá fora, viu um comboio cor-de-rosa cheio de ursos de peluche e balões.

Enquanto olhava para o comboio, um urso vestido de maquinista viu Inês e disse:

- Vem connosco dar um passeio no comboio mágico.

Antes que pudesse responder, Inês já estava dentro do comboio ao pé dos ursos e dos balões. Sem saber o que fazer, Inês sentou-se e começou a olhar melhor para tudo aquilo. Entretanto, Zizzi aproximou-se e disse:

- Inês, não tenhas medo.

Surpreendida por ouvir o seu gato falar, Inês perguntou:

- Zizzi! Tu falas!?

Sorrindo, Zizzi respondeu:

- Falo. Este comboio é mágico por isso consigo falar.

Abraçando ainda mais Zizzi, Inês disse:

- Nunca tinha visto este comboio. É tão bonito!

Encostando o focinho aos braços de Inês, Zizzi disse:

- Este comboio passa aqui todas as semanas mas, nem todas as pessoas o conseguem ver.

Curiosa, Inês perguntou:

- Porque é que só algumas pessoas o conseguem ver!?

Zizzi explicou:

- Só o conseguem ver, as pessoas que gostam de animais, que brincam com peluches e que têm muitos sonhos.

Inês perguntou:

- E eu, sou dessa maneira?

Zizzi respondeu:

- És.

Enquanto Inês, Zizzi conversavam, o peluche maquinista foi ao pé deles e disse-lhes:

- Bem-vindos ao comboio que é movido pela força dos sonhos. Eu sou o Noqui e espero que gostem da viagem.

Ainda envergonhada, Inês disse:

- Obrigado.

Noqui olhou para Inês e para Zizzi e disse:

- Venham comigo ver como é o comboio.

Inês e Zizzi foram e todos os outros peluches sorriam. Ao chegarem a outra carruagem, viram peluches mais pequenos a brincar e a dormir. Baixando o tom de voz, Noqui disse:

- Aqui é a carruagem dos peluches bebés.

Mudando de carruagem, Noqui, Inês e Zizzi entraram noutra onde vários peluches estavam sentados a ver televisão e a conversar. Tocando em Inês, Noqui disse:

- Esta é a carruagem onde passamos os tempos livres. Aqui, também escolhemos quem é que vem visitar o nosso comboio. Agora, vamos ver as duas carruagens onde guardamos várias recordações.

Entrando na carruagem, Inês viu as fotografias de todos os meninos que já tinham visitado o comboio mágico.

Regressando à carruagem dos peluches bebés, Inês brincou e divertiu-se muito com os novos amigos.

Passado algum tempo, Inês ouviu um barulho muito alto e quando deu por si, estava sentada na sua cama, abraçada a um urso de peluche novo.

Sem perceber se tudo aquilo tinha sido verdade, Inês começou a dar mais atenção aos seus peluches e a tratá-los como amigos.