sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A casa do arco-íris

        Uma manhã, enquanto os raios de sol furavam as nuvens, Mili de 9 anos escolhia a boneca com que iria brincar. Depois de escolher, levou-a para o sofá e começou a brincar.
Algum tempo depois, a mãe Elisa aproximou-se.
- Filha. A avó Custódia está a fazer umas mudanças e pediu para a ires ajudar – disse Elisa.
- Iuppi!!! Já tenho saudades da avó – disse Mili.
Feliz, Mili saiu a correr e começou o trajeto que a levaria até casa da avó.
Ao chegar à praça Chililica, Mili viu uma casa muito bonita com as cores do arco-íris. Sem saber a quem pertencia, Mili ficou a observá-la muito curiosa.
Algum tempo depois, a porta abriu-se e saíram de lá três anões, muito sorridentes a cantar.
Estes, ao verem Mili a observá-los, aproximaram-se.
- Olá – disseram todos.
- Olá – respondeu Mili.
- Como te chamas? – perguntou um.
- Eu chamo-me Mili. E vocês? – apresentou-se ela.
- Eu sou o Golas – disse o primeiro.
- Eu, o Dumpa – disse o segundo.
- E eu sou o Tocas – disse o terceiro.
- Moram aqui à muito tempo? – perguntou Mili.
- Não. Estamos cá à uma semana – respondeu Golas.
- A vossa casa é muito bonita – disse Mili.
          - Obrigada. É a casa arco-íris – disse Dunga.
- Tenho que ir embora. A avó Custódia está à minha espera – disse Mili.
Já em casa da avó, Mili ajudou-a a arrumar diversas coisas e no regresso a casa, parou novamente em frente à casa dos anões. Segundos depois, ouviu um barulho parecido com as ondas do mar e foi para casa.
Dias depois, Mili voltou a passar em frente à casa dos anões e eles felizes cantavam.
Pulamos e saltamos
        Corremos e dançamos
        Rimos felizes
        Parecemos uns petizes.
        Mili fazia os possíveis para ir todos os dias à casa mas, às vezes isso era impossível o que a entristecia.
Num fim de semana, após alguns dias sem conseguir ir à casa do arco-íris, Mili decidiu ir até lá. Ao chegar à praça Chililica, Mili olhou para a casa mas esta estava igual a todas as outras. Sem imaginar a causa do arco-íris ter desaparecido, Mili aproximou-se e bateu à porta.
Alguns segundos depois, Dumpa abriu-a.
- Olá – disse ele.
- Olá – disse Mili.
- Para onde foi o vosso arco-íris? – perguntou ela.
- Não sei – respondeu Dumpa.
No momento em que Dumpa acabou de falar, um grande pássaro preto pouso no telhado da casa e começou a agitar as asas.
- Que assustador!!! – exclamou Mili.
Dumpa começou a agitar os braços tentando afastar o pássaro mas, foi tudo em vão pois ele continuou no telhado.
Minutos depois, ouviu-se um grande barulho semelhante a uma explosão e o pássaro levantou voo apressado.
A tremer, Mili olhou para Dumpa e viu-a a chorar.
- Tem calma. Não chores – disse Mili.
- O pior está a acontecer. A feiticeira tinha razão quando disse que a nossa vida ia mudar – disse Dumpa a chorar.
- Que feiticeira!? – perguntou Mili.
- A feiticeira que foi morar para a nossa antiga casa – respondeu Dumpa.
- Conta isso melhor – pediu Mili.
- Foi assim. À uns dias, quando estávamos todos divertidos a brincar, uma bruxa apareceu e disse que tínhamos que sair da casa. Nós não queríamos mas, ela olhou-nos furiosa, disse umas palavras esquisitas e riu-se. A seguir, disse que a nossa vida ia mudar e que íamos deixar de ser amigos – disse Dumpas.
Nesse momento, o anão Rupas apareceu a correr.
- Dumpa!!! O Golas está a discutir com o Jita – disse ele.
- Porquê!? – perguntou Dumpa.
- Desapareceu a concha que ele tem como amuleto e ele pensa que foi o Jita que a escondeu – respondeu Rupas.
- Tenho que lá ir resolver o problema – disse Dumpa.
- Também posso ir? – perguntou Mili.
- Podes – respondeu Dumpa.
Ao entrarem na casa, Mili viu um grande caixote cheio de roupas de variadas cores.
- Que roupas tão coloridas – disse Mili.
Descendo as escadas, Golas segurava outro caixote.
- Não quero as roupas do Jita no meu quarto – disse Golas atirando o caixote para o chão.
Sentado no sofá, Jita chorava.
  - Isto tem que se resolver. Golas e Jita, venham aqui para conversarmos – disse Dumpa.
Aproximando-se aos encontrões, Golas e Jita sentaram-se em frente de Dumpas.
- Vamos resolver isto. Nós sempre fomos amigos e não podemos deixar que um amuleto nos estrague a amizade – disse Dumpas.
Enquanto olhavam uns para os outros, o anão Tocas apareceu.
- Estava a arrumar alguns livros e encontrei lá esta concha. É vossa? – perguntou Tocas.
Rapidamente, Golas levantou-se e pegou na moeda, feliz.
- Pensei que tinha perdido o amuleto para sempre – disse ela.
Olhando para Jita, Golas aproximou-se dele e deu-lhe um grande e forte abraço.
- Estão a ver. A nossa amizade é tão grande que, não podemos deixar que acabe – disse Dumpas.
A partir desse dia, a amizade entre todos ficou ainda mais forte e todos os anões ficaram ainda mais felizes.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A Princesa Samira

        Na longínqua montanha Trivada, o castelo Dourado mostrava toda a sua imponência.
Com uma beleza encantadora, a princesa Samira adorava passear pelos jardins e apanhar flores.
Uma manhã, enquanto Samira olhava as tulipas, o jardineiro David apareceu a começou a arrancar as ervas que estragavam a beleza dos jardins.
- Porque estás a estragar as flores? – perguntou Samira.
- Eu não as estou a estragar. Estou sim a arrancar as ervas más – respondeu David.
- Como sabes que são ervas más? – perguntou Samira.
- Só tenho que ver as suas formas e, em alguns casos as cores – respondeu David.
- Eu adoro flores – disse Samira.
Alguns dias depois, Samira voltou ao jardim e de um momento para o outro começou a chover. Procurando um refúgio, a princesa viu a estufa das flores e correu até lá. Já protegida, viu que também David se tinha lá abrigado.
- Olá – disse Samira.
- Olá – respondeu David.
- Vim para aqui proteger-me da chuva – disse Samira.
- Eu também. Estava a cuidar das flores e também tive que me vir abrigar- disse David.
Olhando para as flores lá existentes, Samira começou a percorrer os corredores da estufa. Aproximando-se, David apanhou uma rosa vermelha como o sangue e entregou-a à princesa.
- Uma pequena flor para a princesa mais bela de sempre – disse David.
- Obrigado – disse Samira, pegando carinhosamente na rosa.
Depois de alguns minutos em silêncio, David começou a regar as flores e a princesa observava-o atenta.
- Posso ajudar? – perguntou Samira.
- Sim – respondeu David.
- O que faço? – perguntou novamente Samira.
- As violetas e as petúnias precisam ser regadas. Se a princesa quiser, pode fazer isso – respondeu David.
Não conhecendo as flores pelos seus nomes, Samira olhou David que percebeu rapidamente o que a princesa estava a pensar.
- Vamos começar pelas violetas – disse David, segurando a mão de Samira.
Já em frente às violetas, Samira regou-as e feliz sorriu para David que a conduziu até às petúnias.
Terminada a tarefa e vendo que a chuva tinha parado, Samira regressou a casa muito sorridente.
- Então, filha!? Onde estiveste? – perguntou a rainha Isabel.
- Estive na estufa a ver as flores – respondeu Samira.
No dia seguinte, Samira voltou à estufa e encontrou-se novamente com David.
Os dias foram passando e durante um jantar, o rei Artur estava muito feliz.
- Tenho uma notícia para vos dar. Amanhã vamos ter cá um baile e, vou pedir para que tudo seja perfeito – disse o rei.
- Que bom! – exclamou Samira.
No dia seguinte, Samira regressou à estufa e viu que David estava muito ocupado.
- Que estás a fazer? – perguntou ela.
- Estou a preparar as flores para o baile do palácio – respondeu David.
- Também vais? – perguntou Samira.
- Não. Eu sou apenas um empregado – respondeu David.
- Vou falar com os meus pais para que também possas ir – disse Samira.
Já durante a tarde, Samira falou com os pais e conseguiu que estes autorizassem a presença de David no baile.
A noite chegou e, aos poucos os convidados foram chegando e o baile começou.
No momento em que começou a ser ouvida uma valsa, a porta do salão de baile abriu-se e entrou um homem vestido de branco que, segurava uma rosa vermelha, igual às da estufa.
Aproximando-se de Samira, o homem deu-lhe a rosa e começaram a dançar. As danças continuaram e, no final do baile, o homem misterioso puxou Samira para um recanto.
- Quem és? – perguntou ela.
- Tenta descobrir – respondeu ele.
Olhando-o fixamente, Samira reconheceu os olhos de David.
- David – disse ela.
- Sim. Sou eu – confirmou ele.
No dia seguinte quando acordou, Samira viu um lindíssimo ramo de rosas vermelhas na sua mesa de cabeceira.
Feliz, foi até à estufa e lá, viu David que pensativo olhava para as rosas.
- Olá – disse Samira.
- Olá – respondeu David, surpreendido.
- O ramo é lindo – disse ela, sorridente.
- A princesa é mais do que todas as flores juntas – disse David.
Sem saber o que dizer, Samira pegou num pequeno malmequer e ficou a olhá- lo.
Em silêncio, David abraçou-a e o primeiro beijo aconteceu. Surpresa e sem saber o que fazer, Samira afastou-se e regressou ao seu quarto onde, ficou a pensar no que tinha acontecido.
Nos dias que se seguiram, Samira não foi à estufa o que entristeceu David.
Numa manhã, David decidiu que tinha que falar com a princesa e, depois de pensar numa maneira para tal, foi até à estufa e apanhou variadas pétalas de flores. De seguida, foi para o jardim mais próximo do quarto da princesa e cuidadosamente, distribuiu-as com a forma do nome Samira.
Terminada essa tarefa, escreveu uma pequena mensagem e foi falar com a aia da princesa, pedindo-lhe para o colocar na mesa de cabeceira.
Mais tarde, quando Samira viu o papel, leu:
“Da janela do quarto, veja as flores ganharem sentido”
Samira foi até à janela e viu o seu nome escrito com flores. Sorridente, saiu a correr do quarto e ao chegar ao jardim, procurou David que estava junto ao repuxo.
- É lindo! – exclamou Samira.
Sem falar, David abraçou a princesa e ofereceu-lhe outra rosa vermelha brilhante.
Dias depois, Samira e David casaram-se e foram felizes para sempre