sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A Rena Poli

         Pronta para mais um dia, a aldeia dos brinquedos despertava lentamente.
         Na rua Bengala, vários duendes entravam ordenadamente na fábrica dos brinquedos e começavam a trabalhar.
         Divididos por várias bancadas, cada um fazia as suas tarefas e desse modo criavam novos brinquedos.
         Durante a criação de uma boneca, o duende Moncas perguntou ao colega:
         - Zimi, viste os cabelos que eram para esta boneca? À pouco estavam aqui e agora não os encontro.
         Zimi respondeu:
         - Acho que o Rengas precisou deles para fazer uns iguais.
         Moncas disse:
         - Então, daqui a pouco já os tenho.
         Ao acabar de falar, Moncas ouviu um barulho e rapidamente olhou para Songas que dizia:
         - Estou farto disto. Logo agora que estava a acabar a prenda para a pequena Margarida, a rena Poli teve que vir aqui e estragar tudo.
         Rapidamente, o colega Bergas perguntou:
         - Mas, o que aconteceu?
         Songas respondeu:
         - A Poli partiu as peças que estava a utilizar e eram as únicas que tinha.
         Bergas perguntou ainda:
         - Mas porque é que fez isso?
         Songas respondeu:
         - Não faço ideia. Só sei é que agora não posso realizar o desejo da menina.
         Pouco depois, apareceu Dingas que disse:
         - A Poli está insuportável. Acabou de me estragar o carro que estava a fazer.
         Com toda aquela agitação, o pai natal apareceu e perguntou:
         - Que se passa aqui?
         Moncas respondeu:
         - A Poli anda aqui de um lado para o outro e já estragou algumas coisas que precisamos para fazer os presentes.
         Paciente, o pai natal perguntou:
         - Mas, sabem porque está assim?
         Songas respondeu:
         - Ninguém sabe. Ontem ajudou-me a embrulhar umas prendas mas hoje, quando se levantou começou logo a fazer asneiras.
         Querendo saber mais, o pai natal perguntou:
         - O que aconteceu?
         Bergas explicou:
         - Quando estávamos a tomar o pequeno-almoço, ela foi lá e estragou tudo. Entornou o leite em cima das panquecas e deixou cair para o chão o bolo que fizemos ontem.
         Então, o pai natal disse:
         - Vou falar com ela e tentar saber o que aconteceu?
         Saindo da fábrica, o pai natal chamou Poli e perguntou-lhe:
         - Que se passa para andares a impedir que os teus colegas duendes façam as prendas?
         Com algumas lágrimas nos olhos, Poli respondeu:
         - Todos recebem prendas e andam coloridos, menos eu que estou sempre na mesma.
         Percebendo a sua tristeza, o pai natal disse:
         - Vem comigo.
         Depois de andarem alguns metros, chegaram á cabana dos enfeites e o pai natal foi buscar duas caixas.
         Abrindo-as, tirou de lá bolinhas, azevinho e coloridas fitas que colocou em Poli. Agora, já colorida e brilhante, Poli estava muito feliz quando o pai natal lhe perguntou:
         - Gostas dos teus enfeites?
         Com um enorme sorriso, Poli respondeu:
         - Adoro.
         Agora sorridente, Poli sentia-se a mais bonita de todas.
         Pouco depois, Poli aproximou-se dos amigos e com muito cuidado, começou a ajudá-los no fabrico dos brinquedos. 

         Assim, com o trabalho e a ajuda de todos, foi possível realizar os desejos das crianças e espalhar a magia do natal.