quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

O Ajudante Do Pai Natal


A Lapónia estava uma confusão. O natal estava a aproximar-se e o Pai Natal ainda não tinha recebido as cartas das crianças. Enquanto isso, arrumava a sua oficina e organizava o livro dos comportamentos. Pouco depois, a rena Corredora apareceu.
- Pai Natal! Está um saco de cartas ao pé da porta – disse ela,
- Devem ser as cartas das crianças. Tragam-nas para aqui para eu as começar a ler – disse o Pai Natal.
Segundos depois, já a ler as primeiras cartas, ia anotando no quadro mágico os pedidos das crianças:
*Mariana – Boneca * João - Camião
* Rita – Nenuco * Luís - Bicicleta
* Daniela – Livro * Pedro - Espada
* Inês – Cozinha * Diogo – Pista de Carros
* Sofia – Manicura * Filipe – Carro telecomandado
- Vamos começar por estes presentes. Venham buscar uma carta para não ficar nenhuma prenda esquecida – disse o Pai Natal.
Enquanto distribuía as cartas, a campainha tocou. Aproximando-se da porta, o Pai Natal abriu-a e viu um duende a tremer de frio.
- Posso entrar? – perguntou ele.
- Claro que sim. Entra e vai aquecer-te à lareira – respondeu o Pai Natal.
O duende entrou e, aos poucos começou a aquecer-se e a ganhar alguma cor.
- Que bom! Já nem sentia os dedos das mãos – disse o duende.
- Como te chamas? – perguntou o Pai Natal.
- Eu sou o Tlim Tlim – respondeu ele.
- Queres ajudar-nos a preparar as prendas de natal? – perguntou o Pai Natal.
- Sim – respondeu Tlim Tlim.
- Então, podes ir ao correio ver se já lá estão mais cartas e trazê-las para aqui – disse o Pai Natal.
- Já estou a ir – disse Tlim Tlim saindo para a rua.
Enquanto isso, o Pai Natal foi ajudar as renas a embrulharem os presentes. Terminados os embrulhos, o Pai Natal viu que Tlim Tlim ainda não tinha regressado a casa e, aproximou-se da porta. Ao olhar para a neve, viu Tlim Tlim caído no chão e a mexer-se muito. Aproximando-se, o Pai Natal viu o duende embrulhado em alguns ramos de azevinho.
- Tlim Tlim! O que estás a fazer? – perguntou o Pai Natal.
- Estes ramos estão a atacar-me – respondeu Tlim Tlim.
- Não sejas pateta! Os ramos são inofensivos – disse o Pai Natal.
- Mas eles atacaram-me – disse Tlim Tlim.
- Então, o melhor é irmos para a oficina – disse o Pai Natal.
Já na oficina, o Pai Natal viu que os primeiros presentes já estavam prontos e então, aproximou-se da Corredora.
- Vai com o Tlim Tlim ver se estão mais cartas no correio – disse o Pai Natal.
Corredora saiu com Tlim Tlim e muitos minutos depois, regressaram a correr.
- Estão aqui mais cartas – disse Corredora entregando-as ao Pai Natal.
- Vamos lá então tratar destas prendas – disse o Pai Natal anotando-as no quadro.
* Joana – Barbie * Sílvia - Boneca
* Carlitos – Legos * José - Flauta
* Diana – Pulseira * Rita - Puzzle
* Rafael – Binóculos * Marco – Tambor
Depois de distribuir os pedidos pelos duendes, todos começaram a trabalhar menos Tlim Tlim que, ninguém encontrava.
Terminadas as prendas, o Pai Natal começou a ficar preocupado pois Tlim Tlim não aparecia.
Reunindo-se com os duendes, o Pai Natal estava já assustado.
- Duendes! Vamos todos procurar o Tlim Tlim – disse ele.
A correr, começaram todos a procura-lo mas, ele não aparecia.
Depois de muita e muita procura, ouviram um barulho esquisito, parecido ao de um motosserra. Seguindo o som, chegaram ao espaço onde estavam as caixas dos presentes e, viram Tlim Tlim dentro de uma, a dormir.
- Tlim Tlim!!! – chamou o Pai Natal.
Assustado, Tlim Tlim abriu os olhos.
- O que foi!? O que foi!? – perguntou ele, levantando-se.
- Todos estamos a trabalhar mas tu, preferes ressonar – disse o Pai Natal.
- Peço desculpa – disse Tlim Tlim.
- Como estamos no natal e sei que não fazes por mal, estás perdoado – disse o Pai Natal.
A partir desse dia, Tlim Tlim começou a ser mais responsável e aos poucos e poucos, começou a tratar do registo e do envio dos presentes.
















segunda-feira, 8 de abril de 2019

A Escolha De Simão


         Um novo dia estava a começar e, numa pequena casa de pedra e telhado de palha, morava Simão de 9 anos e os pais Luísa e Gustavo.
         Simão era muito feliz e adorava correr pela natureza e divertir-se com os animais.
         Depois de tomar o pequeno - almoço, Simão pegou numa pequena sacola de pano e na companhia do seu Fugas, saiu para a rua. Andou durante algum tempo e por fim, chegou à margem do lago Zipas e ficou parado a ver os peixes que por vezes saltavam.
         Feliz, Simão correu atrás de algumas borboletas e subiu a um pequeno monte coberto de flores. Enquanto observava a natureza, viu um carro parar ao pé da rocha azul. Viu também sair um homem e um rapaz que, parecia ser da sua idade.
         Curioso, Simão desceu o monte e tentando não fazer barulho, foi-se aproximando. Escondido atrás de um pinheirinho, ouviu:
         - Estás a ver!? Aqui só vemos árvores e ervas – disse o homem.
         - Onde estão os carros e os prédios? – perguntou o rapaz.
         - Filho. Aqui não há carros nem casas – respondeu o pai.
         Nesse momento, Simão que continuava atrás do pinheirinho, calcou uns galhos secos e eles partiram-se, provocando uns estalidos. Ouvindo aquilo, o rapaz escondeu-se atrás do pai.
         - O que foi este barulho? – perguntou o rapaz.
         - Não sei. Mas, não deve ser nada de mau – respondeu o pai.
         - E se for algum bicho? – perguntou o rapaz.
         - Pedro. De certeza que foi só o vento a agitar os ramos das árvores – respondeu o pai, aproximando-se do pinheirinho.
         Foi então que viu Simão que, não se mexeu nem um palmo.
         - Olá – disse o homem.
         - O… O… Olá – disse Simão.
         - Olá – disse Pedro.
         - Como te chamas? – perguntou o homem.
         - Chamo-me Simão – respondeu ele.
         - Eu sou o Edgar e ele é o meu filho Pedro – apresentou-se Edgar.
         - Como se chama este sitio? – perguntou Pedro.
         - Aqui é o Monte Naturalmente – respondeu Simão.
         - Moras aqui? – perguntou Edgar.
         - Moro perto da nascente deste riacho – respondeu Simão.
         - E os teus pais? – perguntou Edgar.
         - Também cá moram – respondeu Simão.
         - Como é que podes viver aqui, no meio da floresta? – perguntou Pedro.
         - Sempre aqui vivi e gosto muito – respondeu Simão.
         - Vês muita televisão? – perguntou Pedro.
         - O que é isso? – perguntou Simão.
         - Não sabes o que é uma televisão? – perguntou Edgar.
         - Não – respondeu Simão.
         - A televisão é um aparelho onde vemos o que se passa no mundo e outras coisas – explicou Edgar.
         - Ahhh! – exclamou Simão..
         Enquanto isso, começou a soar do bolso de Pedro, uma música.
         - Que barulho é este? – perguntou Simão, olhando para todos os lados.
         - É o meu telemóvel – respondeu Pedro, atendendo a chamada.
         Terminado o telefonema, Simão continuou com o olhar fixo no telemóvel.
         - O que é isso? – perguntou ele.
         - É o meu telemóvel. É novo e é espetacular – respondeu Pedro.
         - Para que serve? – perguntou Simão.
         - Serve para falar com outras pessoas, para tirar fotos, jogar jogos e ir à internet – respondeu Pedro.
         - Onde é a internet? – perguntou Simão.
         - A internet não é nenhum sítio – respondeu Pedro.
         Confuso, Simão ficou calado.
         Pouco depois, Edgar chamou o filho e segredou-lhe algo.
         Ao regressar para perto de Simão, Pedro sorriu-lhe.
         - Simão! Queres vir comigo, conhecer a cidade? – perguntou ele.
         - Eu gostava – respondeu Simão.
         - Então, anda – disse Edgar.
         - Primeiro, tenho que pedir à minha mãe – disse Simão.
         - Então, vai – disse Pedro.
         A correr, Simão chegou à sua casa e aproximou-se da mãe Luísa.
         - Mãe! Posso ir à cidade? – perguntou ele.
         - Ir onde!? – perguntou a mãe.
         - À cidade – respondeu Simão.
         - Como é que vais à cidade? – perguntou a mãe.
         - Vou com o Pedro e com o pai – respondeu Simão.
         - Quem são? – perguntou a mãe.
         - O Pedro é um menino que conheci perto do lago – respondeu Simão.
         - E porque queres ir à cidade? – perguntou a mãe.
         - Quero ver como é – respondeu Simão.
         - Então, está bem. Podes ir mas, tem cuidado – disse a mãe.
         De regresso à margem do lago, Simão estava muito sorridente.
         - A minha mãe deixa-me ir – disse ele.
         - Então, vamos – disse Pedro.
         Já dentro do carro, Simão ia muito calado a olhar para o exterior.
         Ao chegarem à cidade, Simão começou a ver muitas pessoas e carros que, ao apitarem, faziam muito barulho. Um pouco mais à frente, Edgar parou o carro perto de um grande edifício.
         - Chegámos – disse Pedro.
         - Onde? - perguntou Simão.
         - Eu moro neste prédio – respondeu Pedro, aproximando-se da entrada.
         - É uma casa muito grande – disse Simão.
         - Eu não moro no prédio todo. Aqui moram também outras famílias – tentou explicar Pedro.
         Confuso, Simão ficou calado.
         - Vamos entrar – disse Pedro.
         Já lá dentro, Pedro aproximou-se do elevador e carregou no botão para o chamar. Segundos depois, a porta abriu.
         - Entra e vamos subir até ao oitavo andar – disse Pedro.
         Com algum medo, Simão entrou no elevador que, começou a subir os andares.
         Chegado ao oitavo andar, o elevador parou e logo que a porta abriu, Simão saiu a correr.
         - Onde estamos? – perguntou ele.
         - Estamos ao pé da minha casa – respondeu Pedro.
         Continuando confuso, Simão seguiu Pedro que entrou em casa e o levou até ao seu quarto.
         - Aqui é o meu quarto onde, tenho as minhas coisas – disse Pedro.
         Simão olhou para todo o quarto com muita atenção e, ao olhar para umas réplicas de carros antigos que estavam numa prateleira, aproximou-se.
         - Tão bonitos! – exclamou ele.
         Nesse momento, o telemóvel de Pedro tocou e ele afastou-se para atender. Ao regressar para perto do amigo, viu-o à janela a olhar para a rua onde os carros apitavam e circulavam.
         - Tu moras num sítio muito barulhento. Em minha casa, o único barulho que ouvimos é o cantar dos pássaros – disse Simão.
         - Mas, não queres ficar uns dias em minha casa e viver na cidade? – perguntou Pedro.
         - Não. Eu quero voltar para minha casa e viver com a natureza – respondeu Simão.
         - Está bem. Vou dizer ao meu pai para te levar – disse Pedro.
         Afastando-se, Pedro foi falar com o pai que, pouco depois se aproximou de Simão.
         - Queres ir para casa? – perguntou Edgar.
         - Sim. A cidade é muito diferente do Monte Naturalmente – respondeu Simão.
         - Então. Entra no carro que, vamos-te levar – disse Edgar.
Ao longo do percurso, Simão ia sorridente.
- Não gostaste da cidade? – perguntou Edgar.
- Não. É muito diferente de onde vivo e, tem muita confusão – respondeu Simão.
Algum tempo depois, chegaram ao Monte e, depois de sair do carro, Simão despediu-se.
- Adeus. Quando quiseres, podes vir visitar-me – disse Simão.
- Adeus – despediu-se Pedro.
Ao chegar a casa, a mãe Luísa abraçou o filho.
- Então filho! Como é a cidade? – perguntou a mãe.
- É esquisita. Tem muito barulho e não tem natureza. Não quero lá voltar – disse Simão.
- O mundo não é todo igual e, as pessoas também não. Umas preferem a cidade e outras, a natureza – disse a mãe.
- Eu quero viver aqui e poder ser livre – disse Simão.
A partir daí, Simão sentia-se sempre ainda mais feliz por viver no Monte e por ser livre na natureza.

quarta-feira, 6 de março de 2019

O Piquenique No Bosque


         A manhã começava com os raios de sol a furar as nuvens e lentamente, a aldeia Balelas começava a ganhar agitação.
         Numa casa da rua Corridinhas, Pedro de 8 anos e a irmã Cátia de 7, prepararam-se e foram para a escola. Durante as aulas, sempre com muita atenção, faziam os possíveis para aprender o que a professora ensinava.
         Terminadas as aulas, ao atravessarem os portões da escola, pararam a observar o bosque que lá existia.
         - Qualquer dia, temos que ir ver se os esquilos ainda estão no grande pinheiro – disse Pedro.
         - Boa ideia. E também podíamos dizer a alguns dos nossos amigos para irem connosco – disse Cátia sorridente.
         Ao chegarem a casa, aproximaram-se da mãe Filomena e do pai Xavier que, arrumavam a garagem. Ao verem os filhos tão felizes, sorriram-lhes também.
         - Olá meninos – disse Xavier.
         - A avó Joaquina telefonou a pedir para vocês irem a casa dela – disse Filomena.
         Rapidamente, largaram as mochilas e saíram para a rua, felizes.
A correr, chegaram a casa da avó e viram em cima da mesa da cozinha, um bolo de chocolate decorado com pintarolas coloridas.
         - Olá avó – disse Cátia.
         - Olá meninos – disse a avó.
         - A nossa mãe disse que ligaste a pedir para aqui virmos – disse Pedro.
         - Sim. Pedi para aqui virem, pois fiz este bolo e vocês têm que o provar em primeiro – disse a avó.
         - É muito bonito – disse Cátia.
         - Faltam-lhe alguns frutos mas, como não os pude ir buscar usei pintarolas – disse a avó.
         - Queres que os vamos apanhar? – perguntou Pedro.
         - Se pudessem, faziam-me um grande favor. Assim, podia congelar alguns para usar na próxima vez – respondeu a avó.
         - Vamos já – disse Pedro.
         Depois de cada um pegar num cestinho, saíram para a rua, felizes.
         Ao chegarem ao pinhal, começaram a apanhar pinhões e depois de andarem mais um bocado, ouviram uns estalidos.
         Curiosos, começaram a procurar a origem daqueles ruídos.
         Pouco depois, viram atrás de umas ervas altas, alguns animais que em conjunto, limpavam o espaço de pedras e ervas incómodas. Em silêncio, aproximaram-se um pouco mais e ficaram a observá-los.
         Alguns segundos depois, um esquilo aproximou-se e, ao tropeçar numas pedras, caiu, espalhando as nozes que levava consigo. Juntando-as uma a uma, foi então para junto dos outros animais.
         Entretanto, a abelha rainha pousou lá e, começou a bater as suas asas.
         - Porque estás tão agitada? – perguntou o esquilo.
         - Vocês não viram mas, estão ali, duas crianças a observar-vos – respondeu a abelha.
         Instantaneamente, os animais olharam para os irmãos e sorriram-lhes.
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         - Olá – disseram os esquilos.
         - Olá – responderam os irmãos.
         - Querem participar no nosso piquenique? – perguntou um castor.
         - Gostávamos mas, o piquenique é vosso – respondeu o Pedro.
         - Não é nosso. É de todos – disse a abelha.
         - Então, está bem. Mas, temos que ir levar estes cestos à nossa avó – disse a Cátia.
         - Vão lá e depois voltem – disse o castor.
         Sorridentes, Cátia e Pedro foram a correr deixar os cestos com a avó e, voltaram para junto dos animais.
         Depois de se sentarem na erva, os irmãos olharam para o coelho e viram-no muito impaciente a olhar para todos os lados.
         - O que se passa? Estás à procura de alguma coisa? – perguntou o castor.
         - O Jika está a demorar muito – respondeu o coelho.
         - Quem é o Jika? – perguntou a Cátia.
         - É o meu irmão. Ele ficou lá atrás a apanhar amoras e, está a demorar muito – respondeu o coelho.
         - Vou ver se o encontro – disse o Pedro.
         Minutos depois, ao passar ao lado de umas ervas altas, ouviu uns estalidos e curioso, afastou-as para espreitar. Então, viu o Jika caído no chão a tentar desembaraçar-se de umas ervas.
         - Precisas de ajuda? – perguntou Pedro.
         - Preciso. Não me consigo libertar destas ervas. Parece que não querem que leve as amoras – respondeu o Jika.
         - Eu ajudo-te – disse o Pedro.
         Com calma, Pedro começou a afastar as ervas e aos poucos, libertou Jika que, sorridente apanhou as amoras.
         Já na companhia dos outros animais, a festa continuou e todos se divertiram muito.
         A partir desse dia, sempre que tinham possibilidade, os irmãos iam até ao bosque e divertiam-se com os animais.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

O Cavalinho Mágico


   A manhã começava com o sol a tentar furar as nuvens e toda a aldeia Pirraça despertava.
   Numa pequena casa da rua Rodinhas, Daniel de 9 anos acordou e, preparou-se para ir para a escola. Um pouco mais à frente, encontrou o amigo João e foram juntos, o resto do caminho.
   Durante as aulas, Daniel esteve o mais atento que conseguiu.
   Ao regressar a casa, a mãe Letícia e o pai Gustavo aproximaram-se com um saco azul, decorado com um bonito laço vermelho.
   - O que é isso? – perguntou Daniel.
   - É uma prenda que a tia Clarabela enviou para ti – respondeu Letícia.
   Feliz, Daniel abriu rapidamente a prenda e viu um bonito cavalinho de baloiço branco com algumas estrelas douradas. Maravilhado, Daniel sentou-se e começou a baloiçar-se. Segundos depois, apareceu uma nuvem muito bonita e brilhante.
   Instantaneamente, Daniel esfregou os olhos e quando os voltou a abrir, viu o cavalinho de baloiço em pé e de carne e osso.
   - Olá Daniel – disse o cavalinho.
   - Olá – disse Daniel.
   - Queres vir comigo ao Mundo Encantado? – perguntou o cavalinho.
   - Eu não posso. Tenho que fazer os trabalhos da escola – respondeu Daniel.
   - Então, vai fazê-los depressa – disse o cavalinho.
   - Vou já – disse Daniel, correndo para casa.
   Algum tempo depois, Daniel regressou para ao pé do cavalinho.
   - Já fiz tudo – disse Daniel.
   - Então, podemos ir – disse o cavalinho.
   Nesse momento, a nuvem brilhante voltou a aparecer e envolveu Daniel e o cavalo, transportando-os para a margem de um lago.
   Depois de olhar para os arredores, Daniel viu o cavalinho caído no chão e a correr, aproximou-se.
   - Estás bem? – perguntou ele.
   - Sim – respondeu o cavalinho.
   - Onde estamos? – perguntou Daniel.
   - Estamos no mundo encantado. Aqui, a magia anda no ar e a alegria está sempre presente – respondeu o cavalinho.
   - Quem é que aqui vive? – perguntou Daniel.
   - Aqui, vivem todas as personagens das histórias encantadas – respondeu o cavalinho.
   - As personagens das histórias!? – perguntou Daniel.
   - Sim. Se olhares para o lago, vês ali ao fundo o patinho feio e, atrás daquele monte estão as casas dos três porquinhos – respondeu o cavalinho.
   - Posso ir ver? – perguntou Daniel.
   - Claro que sim. Vamos – respondeu o cavalinho.
   Começaram então a andar e enquanto subiam o monte, viram cinco anões a apanhar flores.
   - Olá amigos – disse o cavalinho.
   - Olá – responderam todos em coro.
   - Este é o Daniel e estou-lhe a mostrar o nosso mundo encantado – disse o cavalinho.
   - Nós somos os sete anões, o Zangado, o Mestre, o Feliz, o Atchim, o Dunga, o Dengoso e eu e estamos a apanhar flores para a Branca de Neve – disse Soneca.
   - Onde está a Branca de Neve? – perguntou o Daniel.
   - Está em casa a preparar um bolo para o aniversário do Atchim – respondeu o Soneca.
   - Quantos anos é que ele faz? – perguntou o Daniel.
   - Não sabemos ao certo. Acho que faz cento e muitos – respondeu o Dunga.
   - Já é muito velho – disse Daniel.
   - Neste mundo, a idade não tem importância – disse o Mestre.
   - O Capuchinho Vermelho continua a ser uma criança mas, já deve ter quase 100 anos – disse o Atchim.
   - E o lobo mau!? – perguntou o Daniel.
   - Esse nunca nos diz a idade mas, já é tão velho que não tem dentes – respondeu o Soneca.                                                                                               
   - Este mundo é fantástico. Ninguém fica velho – disse o Daniel.
   - Pois não – concordou o Soneca.
  Nesse momento, uma menina aproximou-se a correr.
   - O meu irmão está com muitas dores de barriga – disse ela.
   - Onde é que ele está, Gretel? – perguntou o Dunga.
   - O Hansel está atrás do Grande Plátano – respondeu Gretel.
   - Vamos lá – disse Soneca.
   Alguns minutos depois, ao chegarem ao Grande Plátano, viram Hansel a chorar.
   - Como estás? – perguntou o Dunga.
   - Estou com muitas dores de barriga – respondeu o Hansel.
   - O que comeste? – perguntou o Soneca.
   - Comi um bocado da casa de chocolate – respondeu Hansel.
   - A casa de chocolate já é muito velha e por isso, faz mal à barriga – disse o Mestre.
   - Tens que ser menos guloso – disse Gretel.
   - Vou tentar – disse Hansel.
   Enquanto isso, viram homem a fugir de uma multidão de homens. Assustado, Daniel olhou para o amigo cavalinho.                 
   - O que se passa? – perguntou ele.
   - É o Ali-Babá que está a fugir dos 40 ladrões – respondeu o cavalinho.
   Felizes, andaram mais um pouco e viram em cima de umas ervas, um bonito e brilhante sapato. 
   - Algo me diz que o sapato é da Cinderela – disse o cavalinho.
   - Como é que ela o perdeu? - perguntou Daniel.
   - Ela é muito distraída e deve ter estado aqui a brincar no lago até que, deve ter ido com tanta pressa para casa que, se esqueceu – respondeu Soneca.
   - Por sorte não passou aqui o Gato das Botas senão, já o tinha roubado – disse o cavalinho.
   Depois de andarem mais uns metros, viram uma grande caixa de vidro vazia, rodeada de flores.
   - O que é isto? – perguntou o Daniel.
   - Foi aqui que a Bela Adormecida esteve deitada antes do príncipe a acordar – respondeu Feliz.
   Enquanto olhavam para a caixa, ouviram:
   “ Pára!!! Pára!!!”
   Poucos segundos depois, ouviram também:                                      
   “ Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?”
   - A Carochinha continua à espera do noivo – disse o Atchim.
   - Todos os dias são a mesma coisa. Ela chama, chama mas, põe defeitos em tudo e por isso, não arranja noivo – disse o Dengoso.
   - Qualquer dia encontra alguém – disse Daniel.
   - Ela queria o Patinho Feio que agora está muito bonito mas, ele não quer nada com ela – disse o Dengoso.
   Feliz, Daniel viu que se tinha formado um arco-íris.
  - Tão bonito – disse ele.
  - Está na hora de regressarmos a casa – disse o cavalinho.
  Instantaneamente, a nuvem brilhante reapareceu e, depois de envolver os amigos, levou-os para o quarto de Daniel, largando-os lá.
   Ao abrir os olhos e vendo que já estava no seu quarto, Daniel olhou para o cavalinho de madeira que lhe piscou o olho enquanto ainda baloiçava.