sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

A força do Natal

 

    O relógio do Pólo Norte começou a bater e o Pai Natal estava muito feliz na cozinha, a preparar umas deliciosas rabanadas. Nesse momento, a rena Trovão aproximou-se:

          - Pai Natal! Aconteceu um acidente! – exclamou ela.

          - Quente! Pois, as rabanadas ainda estão quentes – disse o Pai Natal que, já não ouvia muito bem.

          - Não é isso! Aconteceu mesmo um acidente – disse a Trovão.

          - Ah! Estás a dizer que fazem mal aos dentes. Não fazem muito bem mas, se não abusarmos, o problema não é assim tão grande – disse o Pai Natal.

          - Vamos à oficina – disse a Trovão.

          - Vamos lá então – disse o Pai Natal.

          Ao chegarem à oficina dos brinquedos, o Pai Natal viu que a rena Corredora estava caída no chão e que, o Rudolfo e a Raposa estavam a pousar um grande embrulho no trenó.

          - O que aconteceu? – perguntou o Pai Natal aproximando-se da Corredora.

          - Ai, Pai Natal – gemeu ela.

          - O que se passa? Porque estás assim no chão? – perguntou o Pai Natal.

          - Aquele embrulho pesado, caiu em cima das minhas patas dianteiras – respondeu a Corredora.

          - Como é que isso aconteceu? – perguntou o Pai Natal.

          - Eu e a Empinadora estávamos a arrumar aqueles presentes e, de um momento para o outro, só ouvi alguém gritar “Cuidado Corredora” e, senti alguma coisa a cair em cima das minhas patas – respondeu a Corredora.

          - Quando vi a Corredora no chão, corri até cá e, com a ajuda do Rudolfo tirámos o caixote de cima das patas dela – disse a rena Raposa.

          - Qual foi o caixote? – perguntou o Pai Natal.

          - Foi aquele que tem as pistas de carros – respondeu a Trovão.

          - Logo esse que é um dos mais pesados. Mas, vamos lá ver como ficaram as tuas patas – disse o Pai Natal.

          Com alguma dificuldade, Corredora sentou-se no cadeirão do Pai Natal e mostrou-lhe as patas.

          - Pelo que estou a ver, por pouco não se partiram as unhas o que, era muito doloroso. Mas, as patas já estão a inchar e vão ficar bem pisadas – disse o Pai Natal.

          - E como faço para irmos entregar os presentes? – perguntou a Corredora.

          - Se calhar, não podes ir – respondeu o Pai Natal.

          - Mas eu quero ir – disse a Corredora, a chorar.

          - Vou ver se consigo resolver o problema – disse o Pai Natal.

          Depois de pensar durante alguns minutos, sorriu.

          - Já sei! Dançarina, vai chamar o duende Shinny Upatree – disse ele.

          - O Shinny Upatree já está tão velhote. O que é que ele pode fazer? – perguntou a Dançarina.

          - Por ele ser o duende mais velho, pode saber alguma coisa – disse o Pai Natal.

          A correr, Dançarina foi até à casa dos duendes e, viu Shinny Upatree muito quieto a ver os outros duendes a brincar. Então, sem fazer barulho, aproximou-se e, no momento em que ia falar, Shinny levantou-se.

          - O que se passa? – perguntou ele.

          - A Corredora está com um problema que, pode complicar em muito a entrega dos presentes na noite de Natal – respondeu a Dançarina.

          - Então!? – perguntou Shinny.

          - Enquanto estávamos a arrumar os presentes que já estão prontos, um caixote pesado, caiu em cima das patas da Corredora e, ela está com muitas dores. Então, o Pai Natal mandou-me aqui, perguntar-te se sabes alguma magia para que ela, amanhã possa ir connosco entregar as prendas – respondeu a Dançarina.

          - Espera um pouco – disse Shinny, afastando-se.

          Alguns minutos depois, regressou com um pacote pequeno na mão.

          - Vamos lá – disse ele.

          De regresso á oficina do Pai Natal, Shinny foi até à Corredora e, tirou um pó de dentro do pacote. Enquanto o largava por cima da pata da Corredora, dizia:

“Pó dos pezinhos

E unhas entaladas

Não demores muito

A deixar as patas curadas”

Depois de repetir aquelas palavras três vezes, Shinny olhou para a Corredora.

          - Já podes levantar-te e andar – disse Shinny.

          Devagar, a Corredora levantou-se e começou a andar. Feliz, aproximou-se das outras renas que, pulavam contentes.

          - Estou boa! – exclamava ela.

          - Ainda bem – disse a Empinadora.

          Enquanto as renas pulavam de alegria, Shinny aproximou-se do Pai Natal.

          - Obrigado por salvares o Natal – disse o Pai Natal.

          - Mas, eu não salvei o natal – disse Shinny.

          - Salvas-te sim. Ao curares a pata da Corredora, a entrega dos presentes está garantida – disse o Pai Natal.

          - O que te vou contar tem que ficar em segredo – disse Shinny.

          - Comigo, segredo é sempre segredo – disse o Pai Natal.

          - Então, aqui vai. Eu não sei nenhuma magia para as patas e, o pó que deixei cair na pata da Corredora, é orvalho – disse Shinny.

          - Mas, como é que o orvalho corou a Corredora? – perguntou o Pai Natal.

          - Não foi o orvalho. Foi sim o desejo da Corredora em fazer as crianças felizes – explicou Shinny.

          - Oh Shinny! Não sei o que teria feito sem a tua ajuda – disse o Pai Natal.

          - O natal é mágico e, todos temos que ser felizes – disse Shinny saindo e acenando adeus.

          Feliz, o Pai Natal fechou a porta e, com um enorme sorriso foi até à oficina e desejou a todos

 

 

 

Feliz Natal