terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Festa Do Halloween

         A manhã começava e cheios de energia, os irmãos David e Cláudia de 11 e 9 anos preparavam-se para mais um dia.
         Enquanto viam televisão, a mãe Lúcia aproximou-se.
         - Filhos. Tenho aqui um envelope muito colorido para vocês – disse ela.
      Pegando no envelope, Cláudia abriu-o e leu:
"O Clube Recreativo convida todas as crianças a participarem na noite de Halloween do próximo sábado. É proibido não vir mascarado e não trazer boa disposição. Assinado: Clube Recreativo"
          Sorridentes, os irmãos começaram logo a pensar no que iriam usar como disfarce.

         - Já sei do que me vou mascarar – disse Cláudia.
         - Eu também. Vou ser um drácula assustador – disse David.
         - Eu vou ser uma bruxa muito, muito feia – disse Cláudia.
         Entretanto, o pai Tadeu aproximou-se.
         - Bom dia. Está tudo bem? – perguntou ele.
         - Sim – respondeu David.
         - Pai! Olha o convite que nos enviaram – disse Cláudia, mostrando-o ao pai.
         Depois de o ler, Tadeu olhou sorridente para os filhos.
         - Quando era pequeno, não existia halloween. Mas, sempre que podíamos, fingia-mos ser outras pessoas – disse o pai.
         - Eu vou ser uma bruxa – disse Cláudia.
         - E eu, um drácula – disse David.
         - Vou procurar as roupas para o disfarce – disse Cláudia, afastando-se.
         - E eu também – disse David.
         Minutos depois, voltaram a reunir-se.
         - Já tenho quase tudo – disse Cláudia.
         - Eu também. Só falta a capa – disse David.
         - A mim, falta o chapéu pontiagudo – disse Cláudia. 
         Segundos depois, a mãe aproximou-se.
         - O que estão a fazer? – perguntou ela.
         - Estamos a preparar os nossos disfarces para a noite das bruxas – respondeu David.
         - E já têm o que precisam? – perguntou Lúcia.
         - Só nos falta a capa de drácula e o chapéu de bruxa – respondeu Cláudia.     
- Isso é muito fácil de arranjar – disse Lúcia.
- Como? – perguntou David.
- Para a capa, podem cortar um saco preto e, com uma cartolina preta podem fazer o chapéu – respondeu a mãe.
- Podemos ir comprar a cartolina? – perguntou Cláudia.
- Claro que sim – respondeu Lúcia, entregando-lhes duas moedas.
Felizes, os irmãos saíram de casa e a correr, foram à papelaria da esquina comprar a cartolina.
De regresso a casa, cada um começou a trabalhar no seu disfarce.
Cuidadosamente, David cortava o saco em forma triangular e Cláudia dava forma ao seu chapéu. Depois de decorarem os seus disfarces com imagens assustadoras de aranhas maquiavélicas, os irmãos vestiram os disfarces e aproximaram-se dos pais.
- Uiii!!! Que susto! – exclamou a mãe.
- Que medo! Parecem mesmo verdadeiros – exclamou o pai.
- Para eu ser uma bruxa perfeita, só me falta a vassoura – disse Cláudia.
- E a mim, o dente pontiagudo – disse David.
- A vassoura é fácil de arranjar e o dente também – disse a mãe.
- Eu vou buscar a vassoura velha que está no alpendre – disse Cláudia, afastando-se.
- E como arranjo o dente? – perguntou David.
- Não precisas arranjar nada. Com a ajuda da maquilhagem, eu preparo-te – respondeu a mãe, começando a preparar David.
Seguiu-se Cláudia que, com tons escuros nos olhos, estava assustadora.
Depois da transformação estar terminada, os irmãos estavam felicíssimos com o resultado.
Já na companhia dos amigos, começaram a percorrer as ruas e ao pararem em frente às casas, cantavam:
                “Bolinhos e bolinhos
         Para ti e para nós
         Para dar aos finados
         Que estão mortos e enterrados”
Desta maneira, quando os donos das casas lhes ofereciam doces, agradeciam cantando:
         “Esta casa cheira a broa
         Aqui mora gente boa”
Quando pelo contrário, não lhes ofereciam nada, cantavam:
         “Esta casa cheira a alho
         Aqui mora um espantalho”
Depois de percorrerem as ruas da aldeia, regressaram a casa e viram tudo o que tinham conseguido. Entre bolos, bolachas, guloseimas e outras coisas, os irmãos sentiam-se muito felizes e nunca esqueceram aquele Halloween, fantástico e único.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O Hospital Dos Brinquedos

           Felizes e incansáveis, os irmãos Bruno de 10 anos e Daniela de 9, adoravam brincar.
            Uma manhã enquanto viam televisão, a mãe Clara apareceu.
            - Recebi um convite para irmos visitar o hospital dos brinquedos – disse ela.
            - Onde é isso? – perguntou o Bruno.
            - É na antiga fábrica dos apitos, perto dos baloiços – respondeu a mãe.
            Entusiasmados com a ideia, Bruno e Daniela prepararam-se rapidamente. Já no carro, andaram alguns minutos e chegaram perto dos baloiços. Então, saíram do carro e olharam para todos os lados.
            Viram então a antiga fábrica que parecia mesmo estar em ruínas e aproximaram-se. Lá, Clara bateu à porta e segundos depois, um anão abriu a porta.
            - Bom dia – disse o anão.
            - Bom dia – respondeu Clara.
            - O que se passa? – perguntou o anão.
            - Enviaram-nos este convite – disse Clara, entregando-o.
            - Já sei do que se trata. Entrem – disse o anão.
            Atravessando a porta, viram vários anões que os olhavam, silenciosos.
            - Sou o Pulitos – disse um.
            - Eu sou o Bruno – disse ele.
            - E eu sou a Daniela – disse a irmã.
            Nesse momento, alguns dos outros anões começaram a aproximar-se.
            - Sou o Susto – disse um.
            - Eu sou o Faísca – disse outro.
            - Eu sou o Bongas – disse um outro.
            - E eu, sou o Atchim – disse o último.
            - Vocês moram aqui? – perguntou Daniela.
            - Sim – respondeu Bongas.
            - Porquê!? – perguntou Bruno, espantado.
            - Tem que estar sempre aqui alguém – respondeu Bongas.
            - Mas, porquê!? – perguntou Daniela.
            - Aqui é o hospital dos brinquedos e temos que estar sempre alerta – respondeu Pulitos.
            - Como é que isto é um hospital? – perguntou Bruno.
            - Não são só vocês que têm hospitais. Nós aqui, tratamos de todo o tipo de brinquedos. Podem ser bonecos, carros ou outras coisas – respondeu Faísca.
            - Mas, o que é que vocês fazem? – perguntou Daniela.
            - Fiquem aqui e já vêm o nosso trabalho – respondeu Bongas.
            - Podemos ficar aqui? – perguntaram os irmãos à mãe.
            - Podem. Mas, tenham cuidado – respondeu Clara.
            Depois de se despedirem da mãe, Bruno e Daniela seguiram Bongas até uma sala onde estavam mais anões a trabalhar. Então, aproximaram-se de uma bancada onde viram vários brinquedos.
            - Que estás a fazer, Brocas? – perguntou Bongas.
            - Estou a curar esta Barbie que caiu e, partiu uma unha do pé – respondeu Brocas.
            - E tu, Iacas? – perguntou Bongas.
            - Eu estou a tentar descobrir porque é que este carro não apita – respondeu Iacas.
            Nesse momento, ouviu-se um grande estrondo.
“Trapum!!!”
            - Que barulho foi este? – perguntou Bongas.
            - Foi o Atchim que deixou cair um caixote de bonecas – respondeu Cafum.
            A correr, Bongas foi até ao pé de Atchim que olhava fixamente para as bonecas caídas.
            - O que aconteceu? – perguntou Bongas.
            - O Tolas assustou-me e eu deixei cair as bonecas – respondeu Atchim.
            - As bonecas já estão prontas? – perguntou Bongas.
            - Não. Elas têm problemas difíceis – respondeu Atchim.
            - Quais problemas? – perguntou Iacas que se tinha aproximado.
            - Uma tem a unha do pé encravada, outra tem uma borbulha no joelho que parece uma montanha e outra, perdeu a ponta do nariz – respondeu Atchim.
            Ao ouvirem aquilo, os irmãos aproximaram-se mais.
            - Podemos ajudar? – perguntou Daniela.
            - Sim – respondeu Atchim.
            Olhando para o joelho da boneca, Daniela fez-lhe um pequeno curativo enquanto o irmão, tratava da unha encravada da outra boneca.
            Já com as tarefas terminadas, Bruno e Daniela viram que o nariz da última boneca e ficaram uns segundos a pensar numa solução.
            - Já sei! – exclamou Bruno.
            - Então!? – perguntaram os anões.
            - Podíamos usar uma massa e fazer-lhe uma nova ponta para o nariz – respondeu Bruno.
            - É isso. Vou à despensa, procurar a massa – disse Bongas, afastando-se.
            Minutos depois, Bongas regressou com o creme e com cuidado, moldaram uma nova ponta para o nariz da boneca. Depois de pronta, ajustaram-na e colocaram-na no local. A correr, a boneca aproximou-se do espelho e ao ver que o seu nariz estava perfeito, sorriu feliz.
            - Está perfeito. Nunca esteve tão bonito – disse a boneca.
            Nesse momento, Bongas aproximou-se apressado.
            -Venham comigo! – exclamou ele.
            - Que se passa? – perguntou Faísca.
            - O Rodinhas só consegue andar de marcha atrás – respondeu Bongas.
            - Então, é melhor chamar o mecânico para resolver o problema – disse Faísca, afastando-se.
            Minutos depois, Faísca regressou e com ele vinha o mecânico, o anão Buzinas.
            - Aqui está o Rodinhas à espera que o ajudes – disse Faísca.
            - Qual é o problema? – perguntou Buzinas.
            - Só ando de marcha atrás e não consigo descobrir qual é o problema – respondeu Rodinhas.
            - Levanta o capot que, eu vejo já isso – disse Buzinas.
            Segundos depois, Buzinas começou a mexer em algumas peças.
            - Ai! Ai! – queixou-se Rodinhas.
            - Desculpa. Tinhas uns cabos trocados e eram tantas teias de aranha que parecia uma casa abandonada – disse Buzinas.
            - Já está pronto? – perguntou Rodinhas.
            - Sim. Podes ir – respondeu Buzinas.
            Pronto, Rodinhas começou a andar bem e deu uma apitadela, agradecendo a Buzinas e, ao regressar para junto dos amigos, a sua cor brilhava como as estrelas.
            - Agora já estou bem – disse ele.
            - Isto é mesmo como um hospital – disse Bruno.
            Pouco depois, um barulho parecido com o de uma sirene, tocou e rapidamente, Bongas e Atchim abriram a porta. Então, viram uma carrinha de onde saíram dois enfermeiros também anões.
            - O que se passa? – perguntou Atchim.
            - Temos aqui um bebé careca que quer ter cabelo como os nenucos – respondeu um dos enfermeiros.
            - Levem-no para o consultório do psicólogo Tolas – disse Bongas.
            Atentos, Bruno e Daniela observavam todos os passos dos anões.
            Minutos depois, o bebé careca saiu do consultório.
            - Então!? O que é que o psicólogo te disse? – perguntou Atchim.
            - Disse-me que eu nasci bebé careca e que por isso, não posso ter cabelo como os nenucos – respondeu o bebé.
            - Pois é. Já imaginaste que, se fosses igual aos nenucos não podias ser o nosso bebé careca? – perguntou Bongas.
            - Tens razão. Assim, sou diferente deles – respondeu o bebé careca.
            - Exatamente – disse Atchim.
            Um pouco depois, Daniela olhou para um canto da fábrica e viu lá, um pequeno boneco a chorar. Com muito cuidado, aproximou-se dele e tocou-lhe calmamente.
            - Porque choras? – perguntou ela.
            - Sou o Malicas, um velho e feio boneco de madeira e por isso, sinto-me muito triste – respondeu o boneco.
            Entretanto, Bruno aproximou-se.
            - O que estás a fazer? – perguntou ele.
            - Estou a conversar com o Malicas – respondeu Daniela.
            - Olá – disse Bruno.
            - Olá – respondeu Malicas em voz baixa.
            - Ele estava-me a contar que se sente triste – disse Daniela.
            - Porquê!? – perguntou Bruno.
            - Sou feio e já estou velho – respondeu Malicas.
            Enquanto o irmão conversava com o boneco, Daniela estava muito pensativa.
            - Já sei! – exclamou ela.
            - Já sabes o quê!? – perguntou Bruno.
            - Já sei como o ajudar – respondeu Daniela, pegando no boneco.
            - Como!? – perguntou Bruno.
            - Em primeiro lugar, temos que lhe arranjar a madeira. Podes ir ao pé do Faísca buscar verniz e eu, vou arranjar-lhe umas roupas – respondeu Daniela.
            Segundos depois, Bruno começou a envernizar Malicas com muito cuidado.
            Minutos depois, quando o verniz já estava seco, Daniela apareceu com algumas roupas.
            - Agora já o podemos acabar de preparar – disse Daniela.
            Depois de estar vestido e calçado, Malicas ficou muito bonito.
            - Estou lindo! – exclamou ele.
            - Pois estás – concordaram os amigos.
            Nesse momento, Pulitos aproximou-se.
            - Quem és tu? – perguntou-lhe.
            - Sou o Malicas – respondeu ele.
            - Estás muito diferente. Já não pareces aquele velho e triste boneco – disse Pulitos.
            - O Bruno e a Daniela é que me ajudaram – disse Malicas.
            - Então, vem para ao pé de nós – disse Pulitos.
            Segundos depois, já todos reunidos, sentaram-se no chão.
            - Este hospital é fantástico – disse Daniela.
            - Eu, que não gosto nada de hospitais, adorei estar aqui – disse Bruno.
            - Aqui é diferente – disse Brocas.
            - Pois é – concordaram os irmãos.
            - Como vocês, os brinquedos também precisam de cuidados e nós estamos aqui para os ajudar – disse Cafum.
            - Este hospital é muito divertido – disse Bruno.
            - Quando quiserem, podem vir ajudar-nos – disse Atchim, soltando um espirro.
            - Nós voltamos – disse Daniela.

            De regresso a casa, os irmãos contaram tudo o que tinham feito e sempre que queriam e podiam, regressavam ao hospital dos brinquedos onde se divertiam, ajudando os anões.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A Quinta Pedagógica

         Felizes com a chegada das férias, os irmãos André e Dânia estavam ansiosos pela diversão. Com 12 anos, André adorava saltar à corda enquanto a sua irmã com 10 anos, preferia correr e apanhar flores.
         Naquela manhã, o sol estava brilhante e depois de se equiparem com bonés e óculos de sol, os irmãos foram brincar para o jardim. Lá, depois de se divertirem um bocado, regressaram a casa onde encontraram a avó Custódia que logo os abraçou.
         - Tão crescidos que vocês estão – disse ela.
         - Que bom que a avó nos veio visitar – disse André.
         - Já tinha saudades – disse Dânia.
         - Eu também. E, como já estão de férias vim fazer-vos um convite – disse a avó.
         - Que convite? – perguntaram os irmãos.
         - Querem ir uns dias para minha casa? – perguntou a avó.
         - Sim!!! – responderam os irmãos.
         - Então, vão preparar o que querem levar – disse a mãe Letícia.
         A correr, os irmãos foram para os quartos e escolheram algumas roupas. Já prontos, viram a mãe e a avó aproximarem-se com dois sacos.
         - Que é isso? – perguntou André.
         - É o calçado de que vão precisar – respondeu a avó.
         Depois das despedidas, entraram no carro da avó e felizes, começaram o percurso. Alguns minutos depois, chegaram à casa e correram até junto do avô Chico que silencioso, lia o jornal.
         - Olá, avô – disseram os irmãos.
         - Olá netos – disse o avô.
         - Como te tinha dito, eles aceitaram logo o convite – disse a avó.
         - Ainda bem. Quando virem o que preparámos, vão adorar – disse o avô.
         - Tenho a certeza que sim – disse a avó.
         Segundos depois, a empregada Francelina apareceu e trazia consigo uma travessa cheia de bolinhos coloridos.
         - Trago-vos uma prenda para adoçarem a boca – disse Francelina, pousando a travessa em cima da mesa.
         - Obrigado – responderam os irmãos.
         Entre brincadeiras e palhaçadas, comeram alguns e durante o resto do dia, divertiram-se nos baloiços e a brincar com outras crianças.
         Durante o jantar, Francelina aproximou-se.
         - Já está tudo pronto para amanhã – segredou, a Custódia.
         - Ainda bem. Obrigado – agradeceu Custódia.
         - O que vai acontecer amanhã? – perguntou André.
         - Vai ser surpresa – respondeu a avó.
         - Vá lá. Conta – pediu André.
         - Nada disso. Aguentem a curiosidade – disse a avó.
         Algum tempo depois já no quarto, os irmãos conversavam.
         - O que achas que vai ser a surpresa? – perguntou Dânia.
         - Não faço ideia. Mas, com tanto mistério espero que seja alguma coisa de que gostemos – respondeu André.
         - Então, vamos dormir – disse Dânia.
         Na manhã seguinte ao acordarem, os irmãos prepararam-se e foram para junto dos avós.
         - Bom dia, dorminhocos – disse Custódia.
         - Bom dia - disseram os irmãos.
         - Estão preparados para o dia de hoje? – perguntou o avô.
         - Sim! – responderam os irmãos.
         - Então, tomem o pequeno almoço – disse a avó.
         Apressados, beberam o leite e pouco depois, já esperavam pela avó que apareceu equipada com botas de borracha.
         - Onde vamos? – perguntou André.
         - Primeiro, calcem as botas e ponham os chapéus – disse a avó.
         - Já está – disseram ambos, depois de calçados.
         - Agora, vamos para o carro – disse a avó.
         A correr, entraram no carro com a curiosidade cada vez a aumentar mais.
         - Avó! Para onde vamos? – perguntou, mais uma vez André.
         - Vamos visitar uma quinta pedagógica – respondeu a avó.
         - O que é uma quinta pedagógica? – perguntou Dânia.
         - Uma quinta pedagógica é um espaço onde podemos passear, ver os animais e ainda, experimentar a vida no campo – respondeu a avó.
         - E o que vamos lá fazer? – perguntou André.
         - Vamos conhecer o local e fazer outras atividades – respondeu a avó.
         Minutos depois, chegaram ao portão da quinta onde, duas estátuas com a forma de flamingo pareciam guardar o local.
         - Chegámos à Quinta dos Flamingos – disse Custódia.
         Alguns metros depois, o carro parou perto de um repuxo e viram uma senhora aproximar-se.
         - Bom dia, Custódia – disse a senhora.
         - Bom dia, Teresa – disse Custódia.
         - Então!? Vens fazer-me uma visita? – perguntou Teresa.
         - Vim mostrar aos meus netos o que é uma quinta pedagógica e como funciona – respondeu Custódia.
         - Fizeste bem. De certeza que eles vão adorar – disse Teresa.
         - Será que nos orientar na visita? – perguntou Custódia.
         - Claro que sim – respondeu Teresa.
         - Boa!!! – exclamaram os irmãos.
         - Vamos começar por visitar o Malaquias – disse Teresa.
         - Quem é o Malaquias? – perguntou André.
         - O Malaquias é o burro aqui da quinta – respondeu Teresa.
         - Nunca vi um burro – disse Dânia.
         - Então, venham comigo – disse Teresa.
         Depois de andarem um bocado, chegaram a uma cerca onde viram Malaquias deitado.
         - Está doente? – perguntou André.
         - Não. O Malaquias é muito preguiçoso e não gosta de se levantar. Às vezes, até come deitado – disse Teresa.
         - Vou chamar-lhe Malaquias Preguiçoso – disse André.
         - E eu também – disse Dânia.
         - Fazem bem. Pode ser que ele assim perceba que tem que mudar – disse Teresa.
         Um pouquito mais à frente, viram também numa cerca, dois lindos póneis dourados que saltavam felizes.
         - Tão bonitos! – exclamou a Dânia.
         - Querem dar uma volta, montados neles? – perguntou Teresa.
         - Sim!!! – exclamaram os irmãos.
         Já no interior da cerca, subiram para os póneis e o passeio começou. Felizes, sentiam-se livres e capazes de voar. Terminado o passeio, pulavam de alegria.
         - Foi espetacular – disse André.
         - Pois foi – concordou Dânia.
         - Eu pensava que os póneis só existiam nas histórias – disse Dânia.
         - Mas, não. Os póneis existem e são muito carinhosos – disse Teresa.
         - E são muito bonitos – disse André.
         Momentos depois, aproximou-se uma senhora com um colorido avental.
         - Dona Teresa, o que preparo para o almoço? – perguntou a senhora.
         - Francelina. Hoje temos visitas e por isso, prepara o que achares mais indicado – respondeu Teresa.
         - Então, vou preparar uma salada fresca e colorida – disse Francelina.
         - Podemos ajudar? – perguntou Dânia.
         - Claro que sim. Se quiserem, podem ir à horta comigo – respondeu Francelina.
         Ao chegarem à horta, os irmãos olharam surpreendidos para as variadas plantas e as suas cores.
         Equipada com um cesto, Francelina começou a apanhar tomates, pepinos, cenouras e por fim alfaces. De regresso à cozinha, lavaram os vegetais e começaram a trabalhar. Cortaram a alface, alguns tomates e dois pepinos e orgulhosos, olhavam para o que tinham ajudado a fazer.
         - Para ficar mesmo perfeito, faltam algumas nozes e amendoins – disse Francelina ao entrar na cozinha.
         De regresso à cozinha, pousou os frutos secos em cima da mesa e começaram todos a prepará-los. Terminada a salada, arrumaram a cozinha.
         Nesse momento, entrou na cozinha um senhor com um grande chapéu de palha na cabeça que, trazia consigo um cesto com variadas frutas.
         - E para acompanhara salada, vamos fazer um batido de frutas – disse Teresa.
         - Boa! – exclamaram os irmãos.
         Seguindo as indicações de Francelina, picaram algumas maçãs, bananas, pêssegos e morangos e juntamente com água, colocaram tudo no liquidificador. Acrescentando um pouquito de açúcar, ligaram-no. Depois do batido estar pronto, distribuíram-no por copos e acrescentaram algum gelo.
         De seguida, Teresa aproximou-se.
         - Venham comigo pois, o almoço está pronto – disse ela.
         Já no alpendre, viram em cima de uma mesa os batidos e a salada que tinham ajudado a fazer e sentiam-se muito felizes.
         Enquanto almoçavam, um gato castanho aproximou-se.
         - Tão bonito! Parece um peluche – disse Dânia.
         - O Tobias é o gato cá da quinta – disse Teresa.
         - Eu não gosto muito de gatos mas, ele é tão bonito que já gosto dele – disse André.
         - Todos gostam do Tobias. Com o pêlo felpudo e aquelas orelhas arrebitadas, é impossível não gostar dele – disse Teresa.
         Terminado o almoço, Custódia ajudou a arrumar tudo e os irmãos aproveitaram para brincar com Tobias que parecia desafiá-los.
         - André e Dânia. Venham aqui – disse Custódia.
         - Que foi avó? – perguntou André.
         - Querem ir à estufa? – perguntou Teresa.
         - Sim – responderam os irmãos.
         A caminho da estufa, viram um senhor a regar umas alfaces.
         - Boa tarde, Simplório – disse Teresa.
         - Muito boa tarde – respondeu ele.
         - Como vai a horta? – perguntou Teresa.
         - Está a precisar de muita rega. O calor é muito e as plantas precisam de água para crescer – disse Simplório, recomeçando a regar as alfaces.
         - Eu gosto muito de alface – disse Dânia.
         - E fazes muito bem. A alface tem muitas vitaminas e nutrientes que ajudam o nosso corpo – disse Simplório.
         - A alface e outras verduras – disse André.
         - Sim. Como já aprendemos, elas ocupam um grande espaço na Roda dos Alimentos e devemos respeitar isso – disse Teresa.
         - E os frutos também – disse Dânia.
         - Exatamente. Os frutos têm muitas vitaminas e são muito, muito importantes – disse Simplório.
         - Eu gosto muito de fruta – disse Dânia,
         - Eu também. Mas, não gosto nada de espinafres – disse André.
         - Porquê!? Os espinafres são tão bons – disse Simplório.
         - Quando era pequeno, via o Popeye e os espinafres davam-lhe músculos e força. Por isso, estava sempre a chatear a minha mãe para mos dar – respondeu André.
         - E eles deram-te músculos? – perguntou Simplório.
         - Não. Mas, só depois de comer muitos é que percebi que aquilo só acontecia nos bonecos – respondeu André.
         - Os espinafres podem não te ter dado os músculos como os do Popeye mas, deram-te vitaminas e nutrientes que são necessários – disse Teresa.
         - Pois é – concordou André.
         - Netos. Está na hora de regressarmos a casa – disse Custódia.
         - Já!? – perguntaram os irmãos.
         - Sim – respondeu a avó.
         - Amanhã podemos voltar? – perguntou Dânia.
         - Claro que sim – respondeu Teresa.
         De regresso a casa, Dânia e André estavam muito felizes.
         - Adorei passear no pónei – disse Dânia.
         - Eu também – disse André.
         - A quinta é muito diferente do sítio onde vivemos – disse Dânia.
         - Pois. Na quinta não estão sempre a passar carros, não á barulho e até o ar parece que é mais leve – concordou André.
         No dia seguinte, os irmãos acordaram cedo, ansiosos com o regresso à quinta. Ao chegarem, viram Simplório a mexer em palha e em algumas roupas velhas.
         - Que está a fazer? – perguntou André.
         - Estou a fazer um espantalho para afastar os pássaros – respondeu Simplório.
         - Podemos ajudar? – perguntou Dânia.
- Claro que sim – respondeu Simplório.
Depois de arranjarem as roupas, começaram a enchê-lo com palha e a
pouco e pouco, o espantalho ia ganhando forma. Terminado o trabalho,
olharam-no e começaram a rir.
         - Está tão giro – disse André.
         - Pois está. Parece mesmo uma pessoa – concordou Dânia.
         Pegando nele, Simplório levou-o para o campo de milho e prendeu-o bem alto.
         - Espero que agora os pássaros deixem o milho crescer – disse Simplório.
         Segundos depois, Teresa aproximou-se.
         - Que bom que o espantalho já está pronto – disse ela.
         - Se não fosse a ajuda destes meninos, ainda não tinha conseguido – disse Simplório.
         - Então, tenho que agradecer. Obrigado André. Obrigado Dânia – disse Teresa.
         - Não é preciso agradecer. Foi muito giro e adorámos – disse André.
         - Estou a ver que, quando o Simplório precisar de ajuda, só tenho que vos chamar – disse Teresa.
         - E nós ajudamos – disse Dânia.
         Durante o resto do dia, os irmãos correram, subiram montes e árvores e terminaram com passeios de pónei.
         Nos dias seguintes, Dânia e André iam visitar a quinta sempre que podiam e de cada vez gostavam mais.
         Numa manhã, ao chegarem á quinta, viram uma carrinha branca, parada em frente ao barracão onde estava o Malaquias e, vendo Simplório lá dentro, aproximaram-se.
         - Que se passa? – perguntou André.
         - O Malaquias está doente e o veterinário está a examiná-lo – respondeu Simplório.
         Nesse momento, o veterinário saiu.
         - Então!? O que é que o Malaquias tem? – perguntou Simplório.
         - O Malaquias deve ter comido demais e por isso ficou mal disposto – respondeu o veterinário.
         - Mas, vai ficar bom? – perguntou Dânia.
         - Vai. Já lhe dei uma injeção e agora, é só esperar que faça efeito – respondeu o veterinário, indo-se embora.
         A correr, Dânia e André foram até ao pé de Malaquias e encontraram-no deitado.
         - Então, Malaquias!? Estás melhor? – perguntou André.
         Malaquias soltou um zurro e com esforço, olhou para André.
         - Espero que a injeção faça efeito depressa – disse Dânia.
         Durante a manhã, os irmãos estiveram sempre perto de Malaquias, à espera que ficasse melhor. À tardinha, Malaquias conseguiu levantar-se e Dânia deu-lhe algumas folhas que ele comeu vagarosamente.
         Já em casa, contaram à avó tudo o que tinham feito e sentiam-se muito felizes.
         Nos dias que se seguiram, os irmãos iam sempre visitar Malaquias e aos poucos e poucos, viram-no ficar mesmo bem.
         Numa tarde, Custódia e Teresa aproximaram-se dos irmãos.
         - A Teresa fez-me um convite que penso que vão adorar – disse a avó.
         - O que é? – perguntou Dânia.
         - Como estão quase a regressar para a vossa casa, lembrei-me de vos convidar para irem acampar uma noite perto do lago aqui da quinta – respondeu Teresa.
         - Boa! – exclamaram os irmãos.
         - À noite, o lago parece que fica mágico e tenho a certeza de que vão adorar – disse Teresa.
         - Então, fica combinado que amanhã, vamos acampar – disse Carlota.
         No dia seguinte, os irmãos pegaram nas coisas que tinham planeado e foram a correr, ajudar Teresa e a avó Custódia a prepararem o material que iriam utilizar.
         Minutos depois, já na beira do lago, Dânia e André viram alguns peixes a nadar e sorriam felizes. À noitinha, observaram as estrelas que pareciam formar flores.
         - As estrelas são muito bonitas – disse André.
         - Pois são. Às vezes só apetece apanhar algumas e guardá-las – disse Dânia.
         - A mim também – disse André.
         - Mas, se todas as pessoas as apanhassem para guardar, não acham que a noite ia ficar muito escura? – perguntou a avó.
         - Pois ia – respondeu Dânia.
         - Então, ainda bem que ninguém as consegue apanhar – disse a avó.
         - Tens razão, avó – disse André.
         - Agora, vamos dormir para recuperar energias – disse a avó.
         Ao acordarem no dia seguinte, André e Dânia ouviram os pássaros cantar. Felizes, saíram da tenda e olharam para o lago que parecia feito de cristais.
         - Tão bonito! – exclamou Dânia.
         Nesse momento, Teresa e Custódia aproximaram-se.
         - Bom dia – disse Teresa.
         - Bom dia – responderam os irmãos.
         - Então!? Como foi a noite? – perguntou a avó.
         - Foi ótima – responderam os irmãos.
         Nesse momento, Tobias apareceu e começou a miar.
         - O Tobias está a dar-vos os bons dias – disse Teresa.
         - Bom dia, Tobias – disseram os irmãos.
         “Miau” – respondeu ele.
         Com cuidado, Dânia pegou-lhe ao colo e feliz, Tobias encostou o focinho ao seu braço.
         Segundos depois, Francelina aproximou-se e trazia consigo dois cestos de palha.
         - Vou à horta apanhar alguns legumes. Querem vir comigo? – perguntou Francelina.
         - Sim – responderam os irmãos.
         Ao chegarem à horta, viram muitos géneros de legumes diferentes e viram também Simplório que regava algumas alfaces.
         - Bom dia – disseram os irmãos.
         - Bom dia – disse Simplório.
         - As alfaces precisam mesmo de ser regadas – disse André.
         - Pois é. Está muito calor e se não tiverem água, as alfaces secam – disse Simplório.
         - Podemos ajudar? – perguntou Dânia.
         - Claro que sim – respondeu Simplório.
         - O que fazemos? – perguntou André.
         - Como as alfaces já estão regadas, podem ir ali à frente regar as flores que lá estão – respondeu Simplório.
         Equipados com os regadores, os irmãos regaram as flores e terminada a tarefa, regressaram para junto de Simplório.
         - As flores estão muito bonitas – disse Dânia.
         - As flores são como as pessoas. Se as tratarmos com cuidado e carinho, elas mostram-nos o seu lado mais bonito mas, se não as cuidarem, elas nem sequer sobrevivem – disse Simplório.
         - Eu gosto muito de rosas cor-de-rosa – disse Dânia.
         - Eu gosto mais de umas que são cor de laranja e que parecem uns animais – disse André.
         - Deves estar a falar das estrelícias – disse Simplório.
         - Não sei o nome delas – disse André.
         - Venham comigo – disse Simplório.
         Acompanhando Simplório, os irmãos chegaram perto de uma grande estufa e ao entrarem, viram muitas flores.
         - Vamos até ali – disse Simplório, começando a andar.
         Chegados às últimas flores da estufa, André viu as flores de que mais gostava.
         - São estas – disse André.
         - Exatamente. Essas flores são as estrelícias - disse Simplório.
         - São mesmo muito bonitas – disse Dânia.
         - Eu sei – disse André.
         Saindo da estufa, os irmãos sorriam de felicidade e Tobias que os esperava, soltou um mio.
         - Parece que o Tobias gosta de vocês – disse Simplório.
         - Pois é – disse André.
         Pouco depois, Francelina aproximou-se.
         - Se quiserem, venham comigo até ali atrás encher uns cestos – disse ela.
         Rapidamente, os irmãos acompanharam Francelina e ajudaram-na com os cestos.
         De regresso à cozinha, viram em cima da mesa um legume roxo, parecido com um pino de bowling.
         - O que é isto? – perguntou Dânia.
         - Isto são beringelas – respondeu Teresa.
         - Para que servem? – perguntou André.
         - As beringelas podem servir para fazer várias receitas e também batidos – respondeu Teresa.
         - Para batidos!? – perguntou Dânia, admirada.
         - Sim. Venham até aqui que eu vou preparar um com beringela e laranja – respondeu Francelina.
         Então, seguindo as orientações de Teresa, descascaram duas laranjas e cortaram-na em pedaços. A seguir, lavaram uma beringela e depois de a cortarem também em pedaços, colocaram-na no liquidificador e juntaram água. De seguida, ligaram-na e depois de pronto, colocaram o batido no frigorífico.
         Nesse momento, Simplório entrou apressado na cozinha.
         - Senhora Teresa! Nasceram os filhotes da Cornélia – disse ela.
         - Que bom! – exclamou Teresa.
         - Quem é a Cornélia? – perguntou André.
         - A Cornélia é uma das ovelhas que temos aqui na quinta – respondeu Teresa.
         - Podemos ver? – perguntou Dânia.
         - Claro que sim – respondeu Teresa.
         Ao chegarem ao local onde estavam os animais, os irmãos olharam para os cordeiros bebés.
         - Tão queridos – disse Dânia.
         - Parecem uns peluches – disse André.
         Nesse momento, Cornélia olhou para Dânia e para André e rapidamente escondeu os filhotes debaixo de si.
         - A Cornélia pensa que vocês querem tirar-lhe os filhos e por isso está a protegê-los – disse Simplório.
         - Mas nós não lhos queremos tirar – disse Dânia.
         - Eu sei que não. Mas, ela pensa que sim – disse Teresa.
         Alguns minutos depois, Francelina aproximou-se.
         - Dona Teresa. A sua filha Berta está ao telefone e pediu para falar consigo – disse ela.
         - Vou já – disse Teresa, afastando-se.
         - Enquanto isso, os irmãos continuavam à espera do momento em que Cornélia deixasse ver os filhotes, o que não aconteceu.
         - A quinta vai receber mais animais – disse Teresa, aproximando-se.
         - Quais animais? – perguntou André.
         - Dois cisnes – respondeu Teresa.
         - Nunca vi cisnes – disse Dânia.
         - Eles devem chagar esta noite e por isso, amanhã já os podem ver – disse Teresa.
         - Que bom! – exclamou Dânia.
         Durante o resto do dia, os irmãos ajudaram Simplório a apanhar várias frutas, alimentaram alguns animais e ainda ajudaram Francelina a preparar uma sobremesa.
         Terminado mais um dia, Dânia e André regressaram para casa da avó cansados mas felizes.
         - Estou a ver que estão muito cansados. O que fizeram? – perguntou a avó.
         - Hoje, ajudámos a apanhar legumes, fizemos batidos, tentámos ver os filhotes da Cornélia e também apanhámos frutas – respondeu André.
         - E também demos o comer a alguns animais e ajudámos a Francelina – disse Dânia.
         - Quem é a Cornélia? – perguntou Custódia.
         - É a ovelha lá da quinta – respondeu André.
         - E gostaram do dia? – perguntou Custódia.
         - Sim. Foi muito divertido – respondeu Dânia.
         - Então, vamos jantar que amanhã espera-nos um novo dia – disse Custódia.
         Depois de jantarem, os irmãos tomaram banho e foram dormir.
         Na manhã seguinte, depois de se prepararem, tomaram o pequeno-almoço juntamente com a avó.
         - Avó! Podemos ir outra vez à quinta? – perguntou André.
         - Claro que sim – respondeu a avó.
         - Que bom. Aquilo é tão giro – disse Dânia, pegando rapidamente no boné.
         Durante a viagem até à quinta, os irmãos iam muito felizes e ao atravessarem o portão principal, viram Simplório.
         - Bom dia – disseram os irmãos.
         - Bom dia – disse Simplório.
         Entretanto, também Teresa se aproximou.
         - Bom dia meninos – disse Teresa.
         - Bom dia – respondera eles.
         - Hoje vamos ter um dia diferente – disse Teresa.
         - Porquê!? – perguntou André.
         - Vai ser diferente pois daqui a pouco, vai chegar uma carrinha com crianças que nos vêem visitar – respondeu Teresa.
         Minutos depois, a carrinha chegou com as crianças que, depois de organizadas em pequenos grupos, começaram a visita.
         Acompanhando um dos grupos, os irmãos sentiam-se pessoas crescidas e tentavam ajudar ao máximo.
         À noitinha, já em casa da avó, os irmãos recordaram a aventura desse dia e adormeceram felizes.
         Nos dias que se seguiram, Dânia e André visitavam regularmente a quinta e continuavam felizes.
         No entanto, a véspera de regresso chegou a ela, a tristeza.
         Não querendo ir embora sem se despedirem das pessoas que tinham conhecido na quinta, os irmãos foram até lá uma última vez e ao verem Teresa, aproximaram-se.
         - Olá. Amanhã temos que ir embora e viemos despedir-nos – disse Custódia.
         - Que pena. Isso quer dizer que vou deixar de ter a vossa ajuda - disse Teresa.
         - Pois é – confirmou Dânia.
         - Mas, sempre que quiserem vir fazer-nos uma visita, vamos receber-vos com alegria – disse Teresa.
         Depois de se despedirem de Teresa, de Francelina e de Simplório foram para casa da avó e começaram a preparar as malas para o regresso a casa.
         No dia seguinte, durante a viagem, Dânia e André só conseguiam recordar a diversão que tinham tido.
         De regresso a casa, quando se preparavam para contar à mãe tudo o que tinham feito, Custódia aproximou-se.
         - Netos. A Teresa pediu para vos entregar duas pequenas recordações – disse a avó entregando-lhes dois pequenos embrulhos.
         Curiosos, os irmãos abriram-nos rapidamente e encontraram lá, dois lindíssimos azulejos com a imagem da quinta, gravada.
         - São fantásticos! – exclamou André.
         - São mesmo – concordou Dânia.
         Depois de se despedirem da avó, os irmãos contaram pormenorizadamente o que tinham feito e sentido e ficaram desejosos de repetir a experiência.