quinta-feira, 5 de abril de 2018

O Pequeno Veado





         Um novo dia começava e os primeiros raios de sol furavam as nuvens.
         Lentamente, toda a aldeia Cascudo despertava e começava o seu ritmo habitual.
         Numa modesta casa da rua Xilofrasco, os irmãos Dânia de 10 anos e Daniel de 12, tomavam o pequeno-almoço. Enquanto isso, a mãe Clarice aproximou-se, sorrindo.
         - Bom dia, filhos – disse ela.
         - Bom dia – responderam os irmãos.
         - O que vão fazer hoje? – perguntou a mãe.
         - Vamos brincar – respondeu Daniel.
         - A tia Anita telefonou a convidar-vos para irem brincar com o Carlitos – disse a mãe.
         - Que bom – disseram os irmãos.
         Depois de se prepararem, correram até à casa da tia Anita.
         Lá, com a companhia de Carlitos, correram, brincaram e divertiram-se muito.
         A meio da tarde, quando já não sabiam como se divertir, foram ver televisão.
Minutos depois, Carlitos sorriu.
         - Já sei o que podemos fazer – disse ele.
         - O quê!? – perguntaram os irmãos.
         - Podemos ir ao bosque ver os esquilos. Já devem ter nascido mais e eles, são tão bonitos – respondeu Carlitos.
         - Está bem – responderam os irmãos.
         Rapidamente prepararam-se e saíram de casa. Ao longo do caminho, as brincadeiras e as risadas eram muitas.
         Minutos depois, chegaram à margem do lago Póni e aproximaram-se de umas árvores com os troncos muito grossos.
         Enquanto observavam os esquilos a entrar e sair das suas tocas, Dânia olhou para um arbusto e viu-o abanar.
         - Daniel! Carlitos! Olhem para aquele arbusto – disse ela.
         Ao olharem, também eles o viram abanar rapidamente.
         - Vamos lá ver – disse Daniel, começando a correr.
         Já ao pé do arbusto, viram um pequeno veado deitado a mexer-se muito e, com um pouco de medo, aproximaram-se. Enquanto o observavam, só conseguiam pensar em qual seria a razão para toda aquela agitação mas, continuaram a observá-lo.
         - Olhem ali! – exclamou Dânia, apontando para uma das patas do veado.
Ao olharem, Daniel e Carlitos viram que a pata estava suja de sangue. Agora, Já com o veado deitado, aproximaram-se mais um pouco e, enquanto Carlitos lhe fazia festas, Dânia e Daniel observavam melhor a pata ferida.
Após alguns segundos, Carlitos levantou-se.
- Vou a casa, buscar o estojo dos primeiros - socorros – disse ele, afastando-se a correr.
Enquanto esperavam, Dânia e Daniel continuaram a tocar no veado.
         Algum tempo depois, Carlitos regressou e, com muito cuidado, desinfetaram- - lhe a pata e depois de a terem coberto com mercúrio, envolveram-na com uma ligadura.
         De regresso a casa da tia Anita, os irmos estavam muito contentes.
         Nos dias que se seguiram, os irmão e Carlitos continuaram a ir tratar do veado e, aos poucos e poucos a pata ia ficando curada.
         Uma manhã, enquanto brincavam um pouco nos arredores da casa, viram o pequeno veado a observá-los.
         Depois de se aproximarem, o veado deu uns pulitos e levantou uma das patas.
         - Que giro – disse Daniel.
         - Acho que está a mostrar que já está bom – disse Dânia.
         - Só pode ser isso – concordou Daniel.
         - E veio cá mostra-nos – disse Dânia.
         Sorridentes, os irmãos brincaram com o veado que, pulava feliz.
         - Temos que lhe dar um nome – disse Daniel.
         - Pois temos. Mas, tem que ser um nome bonito como ele – disse Dânia.
         - O que achas de Boli? – sugeriu Daniel
         - É bonito – disse Dânia.
         - E tu? Gostas? – perguntou Daniel, olhando para o veado.
         O veado, abanou o rabo e levantou uma das patas.
         - Parece que ele também gosta – disse Dânia.
         - Então está decidido. É o nosso Boli – disse Daniel.
         Continuando a brincar com Boli, os irmãos divertiram-se muito.
         A partir desse dia, as visitas de Carlitos eram frequentes e assim, a amizade que os unia era cada vez maior.