sábado, 16 de agosto de 2014

A Festa Das Cores


         Numa manhã de verão, preparados para mais um dia de diversão os amigos Cátia, João e Vanessa reuniram-se na praça da aldeia e felizes começaram a planear o que iriam fazer.
            Cátia sorriu e disse:
            - Podíamos ir à loja de animais ver se os gatinhos já nasceram.
            Sério, João perguntou:
            - Podemos ir mas, o que fazemos depois?
            Vanessa perguntou:
            - Porque não vamos ao parque Papoila, ver as flores?
            Aceitando a ideia, os amigos disseram:
            - Vamos.
            Animados, correram até ao parque e ao chegarem viram uma mesa e várias pessoas a mexer em tecidos coloridos.
            Curiosos, os amigos aproximaram-se e perguntaram:
            - Para que é isto?
            A senhora Lídia que estava a costurar, respondeu:
            -Isto é para a festa das cores.
            Sem saber que festa era essa, João perguntou:
            - O que é a festa das cores?
            Lídia respondeu:
            - É uma festa onde tudo tem muita cor e a alegria é grande.
            Não satisfeita com a resposta, Cátia perguntou:
            - Mas, como é essa festa?
            Lídia explicou:
            - Nesta festa, é proibido as pessoas usarem roupas escuras e todas as actividades são muito coloridas.
            Entusiasmada com o tema, Vanessa perguntou:
            - Quando é a festa? Podemos vir?
            Lídia respondeu:
            - A festa é amanhã o dia todo e estão convidados para vir.
            Rapidamente, João disse:
            - Vou fazer os possíveis para vir.
            Ao regressarem às suas casas, os amigos começaram a escolher as roupas que iam levar.
            No dia seguinte, ansiosos com a festa os amigos vestiram-se com roupas coloridas e encontraram-se no parque, preparados para a diversão. Lá, viram várias pessoas reunidas e curiosos aproximaram-se.
            Viram então, algumas pessoas pintadas com várias e coloridas cores e outras, com divertidas perucas semelhantes ás dos palhaços.
            Enquanto observavam toda aquela azáfama, uma rapariga aproximou-se e perguntou:
            - Querem ser pintados?
            Sorrindo, os amigos exclamaram:
            - Sim!!!
            Um a um, todos foram pintados e felizes estavam preparados para o que pudesse acontecer a seguir.
            Pouco depois, apareceram dois palhaços com muitos balões coloridos que diziam:
            - Com cores e alegria vamos animar o dia.
            Enquanto falavam, os palhaços faziam brincadeiras e animavam os visitantes.
            Pouco depois, apareceu um menino muito triste que, sozinho se sentou na beira do jardim.
            Observando-o, os amigos aproximaram-se e disseram:
            - Olá.
Olhando para o chão, o menino disse:
            - Olá.
            Curiosos, os amigos perguntaram:
            - Como te chamas?
            O menino respondeu:
            - Eu sou o Vasco.
            Um a um, os amigos apresentaram-se:
            - Eu sou a Cátia.
            - Eu sou o João.
            - E eu, sou a Vanessa.
            Ao observarem-no melhor, os amigos viram que Vasco vestia umas roupas rotas e sujas.
            Depois de se aproximarem mais, Vanessa perguntou:
            - Vens participar na festa das cores?
            Vasco respondeu:
            - Não. Eu não posso ir à festa.
            Sorrindo, João perguntou:
            - Porquê!?
            Vasco respondeu:
            - Eu sou muito pobre e só tenho roupas sujas e rotas.
            Ouvindo aquilo, Cátia disse:
            - Nesta festa, não interessa se as tuas roupas estão rotas ou sujas.
            Sem dar tempo para Vasco falar, Cátia conduziu-o até onde todos estavam a ser pintados.

            Pouco depois, também Vasco estava colorido e assim, pronto para se divertir com os outros.

O Boneco Tinoco


         Numa manhã de verão, enquanto o sol nascia feliz e brilhante toda a aldeia Vertigem despertava para mais um dia.
            Preparados para muita diversão, Gonçalo de 7 anos e Bruno de 9 estavam a ver televisão quando a mãe Sónia lhes disse:
            - Tenho que ir à mercearia comprar umas coisas. Fiquem cá e brinquem.
            Bruno sorriu e perguntou:
            - Podemos ir buscar uns jogos ao sótão?
            Sónia respondeu:
            - Claro que podem.
            Felizes, os irmãos subiram ao sótão e começaram a escolher os seus jogos preferidos. Enquanto mexiam e remexiam nos vários brinquedos, encontraram uma saca cheia de bonecos e de carros.
            Transportando o saco, os irmãos foram para o quarto e espalhando os brinquedos no tapete viram um boneco que só tinha a cabeça, um braço e uma perna. Ocupados com as brincadeiras, Bruno e Gonçalo divertiram-se e aproveitaram a tarde ao máximo.
            À noite, quando apagaram a luz para dormir ouviram uma voz dizer:
            - Parece que já não estou no velho sótão. Já não sinto o cheiro a pó e a mofo.
            Assustados com a voz, os irmãos acenderam rapidamente os seus candeeiros mas, não viram ninguém.
            Já sentados nas camas, Gonçalo perguntou:
            - Quem falou?
            A mesma voz respondeu:
            - Fui eu, o Tinoco.
            Ao olharem para o tapete, os irmãos viram que quem lhes estava a falar era o boneco. Espantado, Bruno perguntou:
            - Tu falas!?
            Tinoco respondeu:
            - Eu falo.
            Sem saber o que pensar, Gonçalo perguntou:
            - Mas, se és um boneco como é que podes falar?
            Tinoco respondeu:
            - Eu sou um boneco mas, sou muito diferente dos outros.
            Curioso, Bruno perguntou:
            - Diferente como?
            Tinoco explicou:
            - Como já viram, eu só tenho um braço e uma perna e é isso que me faz diferente.
            Querendo saber mais, Gonçalo perguntou:
            - Porque é que só tens um braço e uma perna?
            Tinoco respondeu:
            - Contaram-me que, quando estava a ser feito começou uma grande trovoada. Quando acabou, o homem que me estava a fazer voltou para continuar o trabalho mas, a minha perna e o meu braço já tinham desaparecido.
            Atento a tudo, Bruno perguntou:
            - E não sabes para onde foram?
            Tinoco respondeu:
            - Eu ainda perguntei aos outros bonecos se tinham visto alguma coisa mas, ninguém viu nada.
            Sério, Gonçalo perguntou:
            - E não fazes ideia de onde possam estar?
            Tinoco respondeu:
            - Uma vez, li um papel onde dizia que a sereia do parque é que sabe de tudo o que desaparece. Mas, como não posso ir ao parque nunca lhe pude perguntar.
            Olhando para o boneco, Bruno perguntou:
            - Queres que eu lá vá e pergunte?
            Tinoco respondeu:
            - Sim.
            Depois de pedir autorização à mãe, Bruno saiu de casa e a correr, chegou ao parque. Aproximando-se da estátua, perguntou:
            - Sereia bonita, sabes onde está o braço e a perna do Tinoco?
            Segundos depois, a sereia abanou a cauda e respondeu:
            - O que Tinoco procura está escondido na árvore Escarlate.
            Sem saber onde estava a árvore Escarlate, Tinoco perguntou:
            - Onde está essa árvore?
            Rapidamente, a sereia disse:
            - A Escarlate está ao lado do lago Ternura.
            Apressados, os irmãos correram até ao lago e depois de olharem a árvore, encontraram o que procuravam escondido numa abertura na raiz.
            Felizes, regressaram a casa e no quarto mostraram a Tinoco o que tinham encontrado.
            No instante em que sorria feliz, o quarto foi inundado por uma luz brilhante e por um aroma fantástico que durou alguns segundos.
            Depois disso, tudo voltou ao normal e quando os irmãos olharam para Tinoco, viram que o braço e a perna já estavam no lugar.

            A partir daí, Tinoco ficou muito feliz e risonho, tornando tudo maravilhoso.