terça-feira, 3 de março de 2020

A birra da Fá


         A manhã começava com o sol a romper as nuvens e o País da Música acordava lentamente.
         Na rua Sólidó, a Dó e a Mi tomavam o pequeno-almoço e conversavam:
         - O dia hoje está fantástico para passear – disse a Dó.
         - Podíamos telefonar aos nossos amigos e irmos ao bosque visitar os passarinhos – disse a Mi.
         - Boa ideia. Vamos já – disse a Dó.
         Saíram então de casa e depois de andarem um bocado, chegaram a casa da Lá que, aceitou feliz o convite.
         - Agora vamos chamar o Ré e o Sol – disse o Mi.
         Alguns metros depois, encontraram o Ré e o Sol que brincavam com as borboletas.
         - Querem ir connosco ao bosque? – perguntou a Lá.
         - Sim – responderam eles.
         - Falta a Si e a Fá – disse o Mi.
         - Vamos ao parque porque, a esta hora a Si deve estar a dar comer aos patos – disse a Sol. 
         - Então, vamos lá – disse a Lá.
         Durante o caminho, o policia Quarteto viu-os e sorriu.
         - Bom dia, amigas notas – disse ele.
         - Bom dia – responderam as notas, continuando a andar.
         Ao chegarem ao parque, as notas musicais viram a amiga Si que, tal como tinham pensado, estava a alimentar os patos.
         - Si, nós vamos ao bosque. Queres vir? – perguntou o Sol.
         - Sim. Vou só arrumar o cesto do comer dos patos – respondeu o Si.
         - Só falta a Fá – disse a Ré.
         - Ela deve estar em casa – disse a Mi.
         - Então, vamos lá chamá-la – disse a Lá.
         Depois de andarem um bocado, chegaram a casa da amiga e bateram à porta mas, não apareceu ninguém. Voltaram a bater mas, continuou a não aparecer ninguém.
         Momentos depois, a clave de sol apareceu.
         - Estão à espera de alguém? – perguntou ela.
         - Sim. Queríamos falar com o Fá mas, ele não abre a porta – respondeu o Dó.
         - Eu ainda não o vi hoje mas, vou perguntar á Colcheia que, sabe sempre por onde andamos – disse a Clave de Sol.
         - Espero que ela saiba – disse o Lá.
         Enquanto procurava a Colcheia, a Lá passou ao lado da Semibreve que trocava segredinhos com a Semiminima.
         - Não viram a Fá? – perguntou a Lá.
         - Ouvi dizer que ela está de castigo – disse a Semiminima.
         - Pois. Acho que ela fez asneiras – disse a Semibreve.
         - Nós vamos ver o que aconteceu – disse o Lá.
         Ao chegarem a casa da Fá, as amigas bateram à porta e, só depois de algum tempo é que a porta foi aberta. Então, apareceu a mãe Fá Maior.
         - Bom dia – disse ela.
         - Bom dia. A Fá está em casa? – perguntou a Lá.
         - Está sim – respondeu a Fá Maior.
         - Podemos chamá-lo para ir connosco ao bosque? – perguntou a Ré.
         - Poder podem. Mas, ela hoje está difícil de aturar – respondeu a Fá Maior.
         Ao chegarem ao quarto do amigo, bateram à porta e pouco depois, Fá abriu-a.
         - Olá Fá – disse o Mi.
         - Olá – respondeu o Fá a olhar para o chão.
         - Queres vir connosco ao bosque? – perguntou o Si.
         - Não! Hoje não vou sair do quarto – respondeu o Fá.
         - Porquê!? – perguntou o Sol.
         - Estou chateado com os outros – respondeu o Fá.
         - Mas, estás chateado porquê!? – perguntou o Ré.
         - A Mínima e a Semicolcheia estiveram a gozar comigo – respondeu o Fá.
         - Gozaram contigo? – perguntou o Mi.
         - Sim. Ontem, quando estava a ensaiar, o som foi muito, muito grave e a partir daí, elas começaram a gozar comigo – disse a Fá.
         - Já falaste com elas? – perguntou a Si.
         - Não – respondeu a Fá.
         - Então, vamos todos falar com elas – disse o Sol.
         Depois de andarem um bocado, encontraram a Mínima e a Semicolcheia ao pé da Breve.
         - Porque é que gozaram com a Fá? – perguntou a Mi.
         - Porque nos apeteceu – respondeu a Mínima.
         - Então, agora vão pedir-lhe desculpa pois nós, as notas musicais não se podem separar nem chatear – disse a Mi.
         Apesar de um pouco contrariadas, a Mínima e a Semicolcheia aproximaram-se.
         - Desculpa Fá – disseram elas.
         Depois de aceitar as desculpas, a Fá sorriu e abraçou todas as outras notas musicais.