quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Menina Matilde


Numa manhã de céu coberto de nuvens cinzentas, os irmãos Dânia de 8 anos e João de 10, brincavam felizes na sala da sua casa.
Enquanto isso, a mãe Clara aproximou-se e disse:
- Filhos. Preciso que vão a casa da dona Rute, na rua Xilofone e que me tragam umas roupas para arranjar.
Animados, os irmãos saíram e entre saltos e corridas chegaram a casa da dona Rute. Lá, depois de esperarem um pouco, Rute abriu a porta e disse:
- Olá.
        Sorrindo, João respondeu:
        - Olá. A nossa mãe mandou-nos vir buscar umas roupas para arranjar.
        Rute disse:
        - Esperem só um bocadinho que vou ao quarto buscá-las.
        Poucos segundos depois, ouviram uma voz chamar:
        - Mãe! Caiu-me um livro.
        Pouco depois, Rute saiu do quarto e apressada, disse:
        - Desculpem. Vou só à minha filha, apanhar o livro que ela deixou cair.
        Minutos depois, Rute regressou e não conseguindo aguentar a curiosidade, João perguntou:
        - Porque é que a sua filha não apanhou o livro sozinha?
        Séria, Rute respondeu:
        - A minha filha está numa cadeira de rodas e não se consegue mexer muito. Por isso é que tive que ir    apanhar o que ela deixou cair.
        Depois de uns segundos de silêncio, João perguntou:
        - Podemos ir vê-la?
        Olhando para os irmãos, Rute respondeu:
        - Claro que podem.
        Conduzindo-os até ao quarto, Rute bateu à porta e perguntou:
        - Filha, tenho aqui duas pessoas que te querem conhecer. Posso entrar?
        Do outro lado, uma voz respondeu:
        - Podes.
       Abrindo a porta, Rute entrou e apresentou os irmãos.
       - A Dânia e o João são dois irmãos que gostavam de falar contigo.
       Sentindo-se um pouco insegura, Matilde disse:
       - Olá.
       Não sabendo ao certo o que respondeu, Dânia respondeu:
       - Olá.
       Mostrando um sorriso, João perguntou:
       - Como te chamas?
       Ainda envergonhada, Matilde respondeu:
       - Chamo-me Matilde.
       Querendo saber mais, Dânia perguntou:
       - Quantos anos tens?
       Matilde olhou para a mãe e respondeu:
       - Tenho 8 anos.
       Sorrindo, Dânia disse:
       - Eu também tenho 8 anos mas o meu irmão já tem 10.
       Enquanto todos conversavam, Rute observava tudo e ao ver a filha a sorrir não conseguiu evitar uma lágrima de felicidade.
       Continuando o diálogo, João perguntou:
       - Porque tens que andar na cadeira de rodas?
       Matilde respondeu:
       - Eu não me consigo mexer como vocês e só com a cadeira de rodas é que posso sair de casa.
       Ouvindo tudo com a máxima atenção, Dânia olhou para Rute e perguntou:
       - Podemos levar a Matilde até ao parque?
       Olhando para a filha e vendo o seu sorriso, Rute respondeu:
       - Se ela quiser, podem.
       Imediatamente, Matilde disse:
       - Claro que quero ir.
       Depois de se prepararem, Dânia e João foram empurrando a cadeira e Matilde até ao parque.
       Lá, pararam perto do lago e Matilde viu os peixes e os patos lá existentes.
       De seguida, foram até ao grande plátano e abrigados do sol, ouviram o bonito cantar dos pássaros.              Enquanto João mostrava uma joaninha a Matilde, Dânia afastou-se um pouco e apanhou algumas flores.
       Ao regressar para junto deles, Dãnia ofereceu as flores a Matilde e disse:
       - Toma este ramo que fiz para ti.
       Ainda mais feliz, Matilde segurou as flores e disse:
       - Obrigado. São lindas.
       De regresso a casa, Matilde sentia-se mais feliz do que nunca. Ao vê-la tão sorridente, Rute perguntou:
       - Então, gostaste?
       Matilde respondeu:
       - Sim. Fomos ao jardim e vi o lago e ouvi os pássaros a cantar.
       Feliz pela alegria da filha, Rute disse:
       - Que bom que gostaste.
       Sem conseguir esconder o que também sentia, Dânia disse:
       - Foi muito bom.
       Após alguns segundos de silêncio, João aproximou-se de Matilde e disse:
       - Agora, eu e a Dânia vamos embora mas, sempre que pudermos viemos cá visitar-te.
       De regresso a casa, os irmãos contaram o que tinha acontecido e a mãe Clara, sentindo-se orgulhosa dos filhos disse:
       - É muito bom saber que já aprenderam o que é mesmo a amizade.
A partir desse dia, Dânia e João tornaram-se os melhores amigos de Matilde e juntos, partilharam e viveram momentos inesquecíveis.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A Fábrica de Chupa-Chupas



         Numa manhã chuvosa e fria, os irmãos Sónia e Salvador de 8 e 10 anos viam atentos os desenhos animados que estavam a dar na televisão.
         Algum tempo depois, a mãe Teresa aproximou-se e perguntou:
         - Filhos, tenho que ir á fábrica onde o pai trabalha para lhe entregar uns documentos de que se esqueceu. Ficam cá em casa ou querem ir comigo?
         Rapidamente, Salvador respondeu:
         - Eu quero ir.
         Logo de seguida, Sónia disse:
         - Eu também.
         Sorrindo, Teresa disse-lhes:
         - Então, vamos vestir os casacos e podemos ir.
         Apressados, Sónia e Salvador foram preparar-se e pouco depois já estavam prontos dentro do carro.
         Ao chegarem à fábrica, os irmãos sentiram o cheiro a chocolate e Salvador exclamou:
         - Que cheiro tão bom!
         Concordando, o pai Raúl disse:
         - Sim, cheira muito bem. Agora, vamos procurar o senhor Filipe que é o cozinheiro.
         Depois de atravessarem uma sala onde viram vários fornos, chegaram a uma outra onde estavam algumas pessoas a trabalhar, inclusive o senhor Filipe. Ao se aproximarem, Raúl disse:
         - Olá Filipe.
         Filipe ao ver Raúl com os filhos, disse:
         - Olá!
         Sorrindo, Raúl disse:
         - Os meus filhos nunca visitaram uma fábrica e como trabalho nesta, gostava que eles vissem como é.
         Simpático, Filipe respondeu:
         - Por mim, podem ver o que quiserem. Só lhes peço é para não mexerem nas máquinas.
Feliz, Salvador disse:
- Nós não mexemos em nada.
Guiados pelo pai, Sónia e Salvador começaram por visitar o armazém onde viram inúmeros sacos com diversos ingredientes. De seguida, foram a uma sala onde várias pessoas preparavam os chupa-chupas e os distribuíam por longos e largos tabuleiros.
Enquanto os irmãos observavam atentamente toda aquela azáfama, Filipe aproximou - - se e perguntou:
- Querem aprender a fazer chupa-chupas?
Felizes os irmãos responderam:
- Sim!
Sorrindo, foram para uma banca e com a ajuda e as indicações de Filipe, colocaram a manteiga e o chocolate num tacho e Salvador ficou a mexer os ingredientes.
Enquanto isso, Sónia untou uma folha de papel vegetal com manteiga e distribuiu os pauzinhos.
Também Raúl colaborava, cortando as avelãs e as sultanas.
Pouco depois, quando o chocolate começou a ferver, Filipe e Raúl distribuiram-no pelos pauzinhos fazendo círculos. A seguir, Salvador e Sónia salpicaram os círculos com avelãs, sultanas e algum côco ralado.
Terminada a tarefa, Raúl e Filipe transportaram o tabuleiro para outra bancada e Sónia e Salvador para além de estarem contentes, estavam também ansiosos por ver como iriam ficar os chupa-chupas.
Percebendo a ânsia dos filhos, Raúl disse-lhes:
- Filhos, agora que os chupa-chupas estão a solidificar, vamos para casa.
Rapidamente, Salvador perguntou:
- Então não os vamos ver quando ficarem prontos!?
Sorrindo, Raúl disse:
- Só amanhã é que eles ficam prontos.
Agora um pouco desanimada, Sónia exclamou:
- Oh!
Percebendo a tristeza das crianças, Filipe disse:
- Não se preocupem que eu vou deixá-los no tabuleiro para que sejam vocês a tirá-los.
Já um pouco mais felizes, Sónia e Salvador foram para casa ansiosos pelo próximo dia.
No dia seguinte, logo ao acordarem os irmãos perguntaram à mãe:
- Podemos ir à fábrica?
Sorrindo, Teresa disse:
- Claro que sim.
Felizes, Sónia e Salvador foram à fábica e com muito cuidado retiraram os chupa-chupas do tabuleiro.
Ao observarem-nos agora com atenção, os irmãos viram como estavam bonitos e com um cheiro tão bom.
Depois de tudo terminado, Filipe aproximou-se dos irmãos e com um grande sorriso, disse:
- Os chupa-chupas que fizeram estão muito bonitos e pelo que os nossos provadores disseram, estão muito bons.
Sorrindo, Sónia e Salvador exclamaram:
- Boa!
Percebendo a alegria dos irmãos, Filipe disse:
- Como sei que adoraram fazer os chupa-chupas, quero que saibam que podem cá vir sempre que quiserem. Quero também que levem alguns dos chupa-chupas para mostrarem em casa.
Feliz, Salvador disse:
- Eu vou cá voltar sempre que puder.
Com um grande e bonito sorriso, Sónia disse:
- Eu também. Quero fazer muitos chupa-chupas.
De regresso a casa, os irmãos contaram à mãe o que tinha acontecido e mostraram-lhe os chupa-chupas que tinham feito.
Sorrindo, a mãe disse:
- Estou a ver que vão ser dois doceiros espetaculares.
Contentes com as palavras da mãe, os irmãos abraçaram-na e disseram:
- Vamos ser os doceiros da familia.

Depois de tudo isto, o dia terminou e muito felizes, Sónia e Salvador recordaram para sempre aquele dia.