segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A Princesa Samira

        Na longínqua montanha Trivada, o castelo Dourado mostrava toda a sua imponência.
Com uma beleza encantadora, a princesa Samira adorava passear pelos jardins e apanhar flores.
Uma manhã, enquanto Samira olhava as tulipas, o jardineiro David apareceu a começou a arrancar as ervas que estragavam a beleza dos jardins.
- Porque estás a estragar as flores? – perguntou Samira.
- Eu não as estou a estragar. Estou sim a arrancar as ervas más – respondeu David.
- Como sabes que são ervas más? – perguntou Samira.
- Só tenho que ver as suas formas e, em alguns casos as cores – respondeu David.
- Eu adoro flores – disse Samira.
Alguns dias depois, Samira voltou ao jardim e de um momento para o outro começou a chover. Procurando um refúgio, a princesa viu a estufa das flores e correu até lá. Já protegida, viu que também David se tinha lá abrigado.
- Olá – disse Samira.
- Olá – respondeu David.
- Vim para aqui proteger-me da chuva – disse Samira.
- Eu também. Estava a cuidar das flores e também tive que me vir abrigar- disse David.
Olhando para as flores lá existentes, Samira começou a percorrer os corredores da estufa. Aproximando-se, David apanhou uma rosa vermelha como o sangue e entregou-a à princesa.
- Uma pequena flor para a princesa mais bela de sempre – disse David.
- Obrigado – disse Samira, pegando carinhosamente na rosa.
Depois de alguns minutos em silêncio, David começou a regar as flores e a princesa observava-o atenta.
- Posso ajudar? – perguntou Samira.
- Sim – respondeu David.
- O que faço? – perguntou novamente Samira.
- As violetas e as petúnias precisam ser regadas. Se a princesa quiser, pode fazer isso – respondeu David.
Não conhecendo as flores pelos seus nomes, Samira olhou David que percebeu rapidamente o que a princesa estava a pensar.
- Vamos começar pelas violetas – disse David, segurando a mão de Samira.
Já em frente às violetas, Samira regou-as e feliz sorriu para David que a conduziu até às petúnias.
Terminada a tarefa e vendo que a chuva tinha parado, Samira regressou a casa muito sorridente.
- Então, filha!? Onde estiveste? – perguntou a rainha Isabel.
- Estive na estufa a ver as flores – respondeu Samira.
No dia seguinte, Samira voltou à estufa e encontrou-se novamente com David.
Os dias foram passando e durante um jantar, o rei Artur estava muito feliz.
- Tenho uma notícia para vos dar. Amanhã vamos ter cá um baile e, vou pedir para que tudo seja perfeito – disse o rei.
- Que bom! – exclamou Samira.
No dia seguinte, Samira regressou à estufa e viu que David estava muito ocupado.
- Que estás a fazer? – perguntou ela.
- Estou a preparar as flores para o baile do palácio – respondeu David.
- Também vais? – perguntou Samira.
- Não. Eu sou apenas um empregado – respondeu David.
- Vou falar com os meus pais para que também possas ir – disse Samira.
Já durante a tarde, Samira falou com os pais e conseguiu que estes autorizassem a presença de David no baile.
A noite chegou e, aos poucos os convidados foram chegando e o baile começou.
No momento em que começou a ser ouvida uma valsa, a porta do salão de baile abriu-se e entrou um homem vestido de branco que, segurava uma rosa vermelha, igual às da estufa.
Aproximando-se de Samira, o homem deu-lhe a rosa e começaram a dançar. As danças continuaram e, no final do baile, o homem misterioso puxou Samira para um recanto.
- Quem és? – perguntou ela.
- Tenta descobrir – respondeu ele.
Olhando-o fixamente, Samira reconheceu os olhos de David.
- David – disse ela.
- Sim. Sou eu – confirmou ele.
No dia seguinte quando acordou, Samira viu um lindíssimo ramo de rosas vermelhas na sua mesa de cabeceira.
Feliz, foi até à estufa e lá, viu David que pensativo olhava para as rosas.
- Olá – disse Samira.
- Olá – respondeu David, surpreendido.
- O ramo é lindo – disse ela, sorridente.
- A princesa é mais do que todas as flores juntas – disse David.
Sem saber o que dizer, Samira pegou num pequeno malmequer e ficou a olhá- lo.
Em silêncio, David abraçou-a e o primeiro beijo aconteceu. Surpresa e sem saber o que fazer, Samira afastou-se e regressou ao seu quarto onde, ficou a pensar no que tinha acontecido.
Nos dias que se seguiram, Samira não foi à estufa o que entristeceu David.
Numa manhã, David decidiu que tinha que falar com a princesa e, depois de pensar numa maneira para tal, foi até à estufa e apanhou variadas pétalas de flores. De seguida, foi para o jardim mais próximo do quarto da princesa e cuidadosamente, distribuiu-as com a forma do nome Samira.
Terminada essa tarefa, escreveu uma pequena mensagem e foi falar com a aia da princesa, pedindo-lhe para o colocar na mesa de cabeceira.
Mais tarde, quando Samira viu o papel, leu:
“Da janela do quarto, veja as flores ganharem sentido”
Samira foi até à janela e viu o seu nome escrito com flores. Sorridente, saiu a correr do quarto e ao chegar ao jardim, procurou David que estava junto ao repuxo.
- É lindo! – exclamou Samira.
Sem falar, David abraçou a princesa e ofereceu-lhe outra rosa vermelha brilhante.
Dias depois, Samira e David casaram-se e foram felizes para sempre

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