quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A Oficina Dos Brinquedos



          Com o natal a aproximar-se rapidamente, o Pai Natal e os duendes Madeirinha, Despistado, Brincalhão, Rebelde, Resmungão e Rezinga não paravam de receber cartas.
          Pacientes, cada um lia uma e anotava no grande quadro as prendas pedidas. Enquanto lia uma, o duende Rezinga aproximou-se dos colegas.
          - Lá vou eu ter que fazer mais uma pista de carros – disse Rezinga, começando a trabalhar.
          - Pois eu, vou fazer um castelo de princesas – disse Brincalhão.
          - Eu, não sei o que está escrito nesta carta – disse Despistado.
          - Porquê!? – perguntou Madeirinha.
          - As letras são tão tortas que não consigo perceber a maioria das palavras – respondeu Despistado.
          Olhando para a carta, Rebelde sorriu.
          - As letras estão perfeitas – disse Rebelde.
          - Não estão nada – disse Despistado.
          - Experimenta pôr os óculos e vais ver como tudo melhora – disse Rebelde.
          Atrapalhado, Despistado pôs os óculos.
          - Tens razão, Afinal, as letras são até muito bonitas – disse Despistado.
          - Tu és mesmo um despistado que anda sempre com a cabeça na lua – disse Rebelde.
          - Muito bem. Esta menina pede uma Barbie e um cavalo de baloiço – leu Despistado, começando a trabalhar.
          - Eu vou fazer um carro de corrida – disse Brincalhão.
          - E eu, tenho que ir fazer uma fábrica de pipocas – disse Resmungão.
          - A fábrica de pipocas é fácil de fazer. Só tens de ir ao armazém buscar as peças – disse Brincalhão.
          Apressado, Resmungão foi para o armazém e alguns minutos depois, ouviu-se um grande estrondo parecido com uma explosão.
          Percebendo que alguma coisa tinha acontecido, os restantes duendes correram até lá. Ao entrarem, viram espalhados pelo chão, vários caixotes e Resmungão olhava para a confusão com cara de poucos amigos.
          - Só a mim é que isto acontece – disse Resmungão.
          - Que aconteceu? – perguntou Madeirinha.
          - Ando á procura de uma peça e caiu tudo – respondeu Resmungão.
          - Que peça? – perguntou Rezinga.
          - Falta-me o parafuso torcido para o depósito – respondeu Resmungão.
          - Já viste na gaveta do material com defeitos? – perguntou Brincalhão.
          - Acho que vi em todos os sítios, menos aí – respondeu Resmungão.
          Apressado, Resmungão abriu a gaveta e começou a procurar o parafuso que lhe faltava. Alguns minutos depois, ainda sem encontrar o que procurava, Resmungão fechou a gaveta com violência e alguns parafusos caíram, entre eles um dos que eram procurados.
          Feliz, Resmungão apanhou-o e regressou à construção da fábrica de pipocas.
          Segundos depois, Crucas o pombo mensageiro entrou na oficina muito apressado.
          - Rápido! Rápido! – berrava ele.
          - Que aconteceu? – perguntou Madeirinha.
          - Encontrei várias cartas de pedidos que, deviam ter aqui chegado mas, ficaram caídas perto do marco do correio – respondeu Crucas.
          - Vamos lê-las e tratar dos pedidos – disse Brincalhão.
          Depois de distribuídas, cada um leu a sua e recomeçou o trabalho. Concentrados, os duendes não viram a pequena rena Sóri entrar e, só quando esta se aproximou mais é que perceberam a sua presença.
          - Olá – disse Madeirinha.
          - Olá – respondeu Sóri.
          - Estás preparada para o natal? - perguntou Despistado.
          - Estou – respondeu Sóri, desanimada.
          - Nós não paramos de fazer prendas – disse Rebelde.
          - Eu nunca recebi nenhuma prenda – disse Sóri.
          Ao ouvirem as palavras de Sóri, os duendes olharam uns para os outros e tiveram uma ideia.
          No dia seguinte, encontrando-se na oficina, os duendes reuniram folhas de azevinho, pinhas, bolotas e pequenos ramos de pinheirinhos e fizeram uma linda coroa de natal. Felizes, embrulharam-na num papel muito colorido e alegre e guardaram-na muito bem escondida.
Alguns dias depois, Sóri entrou na oficina e não viu nenhum dos duendes.
          De um momento para o outro, todas as luzes se apagaram.
          Então, uma árvore de natal iluminou-se e, à suas volta os duendes cantavam:
“Para a Sóri é esta prenda, para que não se arrependa.”
          Emocionada, Sóri correu até aos duendes e abraçou-os cheia de felicidade.
          Segurando a coroa, Madeirinha e Rezinga colocaram-na no pescoço de Sóri que sorriu feliz.
          No fim, todos de mãos dadas, cantaram ao redor de Sóri.
                                       “A Todos Um Bom Natal”


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