quinta-feira, 6 de junho de 2013

A costureira


            Numa tarde de primavera, as amigas Inês e Miriam de oito anos passeavam pelo parque Preguiça, espantados com tanta beleza.

            No caminho de regresso, as amigas passaram pela praça Codorniz e ao olharem para uma casa antiga, viram alguns vestidos atrás de uma janela. Curiosas, foram até lá e espreitaram para dentro da casa.

            Lá, viram uma senhora sentada ao pé de uma máquina de costura e muitos tecidos espalhados pelo chão. Com uma grande vontade de visitar tudo aquilo, Inês disse:

            - Podíamos lá ir e pedir para ver os vestidos.

            Miriam olhou para a amiga e disse:

            - Será que a senhora não se importa? Os vestidos parecem de princesas.

            Sem esperar mais, Inês bateu à porta e alguns segundos depois a senhora abriu-a e disse:

            - Olá!

            Inês respondeu:

            - Olá!

            Envergonhada, Miriam disse:

            - Estávamos a passar aqui e vimos que, ao pé da janela estão uns vestidos muito bonitos.

            A senhora sorriu e disse:

            - Eu sou a costureira Cremilde e aqueles são os vestidos que faço. Entrem e venham vê-los!

            Felizes pelo convite, Inês e Miriam entraram e viram vestidos parecidos com os de princesa.

            No dia seguinte, as amigas foram novamente a casa de Cremilde que, andava muito inquieta a procurar uns botões cor-de-rosa. Querendo ajudar, Miriam disse:

            - Vamos procurar também.

            Depois de procurarem em vários sítios, Inês disse:

            - Miriam! Vamos ver debaixo destes tecidos.

            Começaram a levantá-los e ao verem um baú, Miriam disse:

            - Não estarão aqui dentro!? Se calhar estão cá guardados.

            Vendo que as amigas talvez tivessem razão, Cremilde disse:

            - Podem abri-lo.

            Miriam e Inês abriram-na e espantadas, viram lá dentro frascos cheios de uns pós de várias cores. Curiosas, perguntaram:

            - Que pós são estes!?

            Cremilde respondeu:

            - Estes pós são aquilo que faz os vestidos tão brilhantes e bonitos. São pós mágicos.

            Depois de algum tempo, Miriam disse:

            - Estão aqui uns botões cor-de-rosa.

            Vendo-os, Cremilde disse:

            - Eram mesmo estes que andava à procura. Pensei que eles tinham mesmo desaparecido e que não podia acabar o vestido da bebé.

            Outro dia, enquanto as amigas ajudavam Cremilde a medir um tecido, uma menina com um vestido muito sujo e roto passou na rua e ficou quase hipnotizada a olhar os vestidos. Inês viu-a e disse para Cremilde:

            -Aquela menina tem as roupas tão estragadas.

            Bondosa, Cremilde disse:

            - Chamem-na. Pode ser que lhe arranje um vestido melhor.

            Miriam e Inês chamaram-na e mesmo envergonhada, a menina entrou.

Cremilde aproximou-se e disse:

            - Olá!

            Com uma voz muito baixa, a menina disse:

            - Olá.

            Miriam perguntou-lhe:

            - Como te chamas?

            Ainda envergonhada, a menina respondeu:

            - Eu sou a Tânia.

            Inês perguntou:

            - Quantos anos tens?

            Tânia respondeu:

            - Tenho oito.

            Sorrindo, Miriam disse:

            - Eu sou a Miriam e também tenho oito anos.

            Inês disse:

            - E eu sou a Inês e também tenho oito anos.

            Cremilde tirou um vestido cor-de-rosa de um cabide e levou-o à máquina de costura. Lá, fez alguns ajustes e cozeu um lindo e brilhante laço.

            Enquanto isso, Miriam, Inês e Tânia viam as outras roupas.

            Quando Cremilde acabou de preparar o vestido, chamou Tânia e disse-lhe:

            - Tânia, veste este vestido e diz se gostas.

            Tânia experimentou o vestido e, ao ver-se ao espelho disse:

            - Que bonito!

            Miriam disse:

            - Pareces uma princesa.

            Inês aproximou-se e disse:

            - Uma princesa de encantar.

            Sorrindo, Tânia só conseguiu dizer:

            - Obrigado!

            Feliz por ver Tânia contente, Cremilde olhou para Miriam e para Inês e disse:

            - Venham comigo! Também tenho ali uns vestidos que vos vão transformar numas princesas.

            Contentes, as amigas seguiram-na e numa grande sala, viram muitas roupas bonitas. Depois de vestirem os vestidos, as amigas ficaram ainda mais felizes.

            A partir daí, Miriam e Inês ficaram amigas de Tânia e, sempre que podiam iam visitar Cremilde, ajudando-a a criar vestidos ainda mais fascinantes.

           

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