Numa manhã de céu coberto de nuvens cinzentas, os irmãos Dânia de 8 anos e João de 10, brincavam felizes na sala da sua casa.
Enquanto isso, a mãe Clara aproximou-se e disse:
- Filhos. Preciso que vão a casa da dona Rute, na rua Xilofone e que me tragam umas roupas para arranjar.
Animados, os irmãos saíram e entre saltos e corridas chegaram a casa da dona Rute. Lá, depois de esperarem um pouco, Rute abriu a porta e disse:
- Olá.
Sorrindo, João respondeu:
- Olá. A nossa mãe mandou-nos vir buscar umas roupas para arranjar.
Rute disse:
- Esperem só um bocadinho que vou ao quarto buscá-las.
Poucos segundos depois, ouviram uma voz chamar:
- Mãe! Caiu-me um livro.
Pouco depois, Rute saiu do quarto e apressada, disse:
- Desculpem. Vou só à minha filha, apanhar o livro que ela deixou cair.
Minutos depois, Rute regressou e não conseguindo aguentar a curiosidade, João perguntou:
- Porque é que a sua filha não apanhou o livro sozinha?
Séria, Rute respondeu:
- A minha filha está numa cadeira de rodas e não se consegue mexer muito. Por isso é que tive que ir apanhar o que ela deixou cair.
Depois de uns segundos de silêncio, João perguntou:
- Podemos ir vê-la?
Olhando para os irmãos, Rute respondeu:
- Claro que podem.
Conduzindo-os até ao quarto, Rute bateu à porta e perguntou:
- Filha, tenho aqui duas pessoas que te querem conhecer. Posso entrar?
Do outro lado, uma voz respondeu:
- Podes.
Abrindo a porta, Rute entrou e apresentou os irmãos.
- A Dânia e o João são dois irmãos que gostavam de falar contigo.
Sentindo-se um pouco insegura, Matilde disse:
- Olá.
Não sabendo ao certo o que respondeu, Dânia respondeu:
- Olá.
Mostrando um sorriso, João perguntou:
- Como te chamas?
Ainda envergonhada, Matilde respondeu:
- Chamo-me Matilde.
Querendo saber mais, Dânia perguntou:
- Quantos anos tens?
Matilde olhou para a mãe e respondeu:
- Tenho 8 anos.
Sorrindo, Dânia disse:
- Eu também tenho 8 anos mas o meu irmão já tem 10.
Enquanto todos conversavam, Rute observava tudo e ao ver a filha a sorrir não conseguiu evitar uma lágrima de felicidade.
Continuando o diálogo, João perguntou:
- Porque tens que andar na cadeira de rodas?
Matilde respondeu:
- Eu não me consigo mexer como vocês e só com a cadeira de rodas é que posso sair de casa.
Ouvindo tudo com a máxima atenção, Dânia olhou para Rute e perguntou:
- Podemos levar a Matilde até ao parque?
Olhando para a filha e vendo o seu sorriso, Rute respondeu:
- Se ela quiser, podem.
Imediatamente, Matilde disse:
- Claro que quero ir.
Depois de se prepararem, Dânia e João foram empurrando a cadeira e Matilde até ao parque.
Lá, pararam perto do lago e Matilde viu os peixes e os patos lá existentes.
De seguida, foram até ao grande plátano e abrigados do sol, ouviram o bonito cantar dos pássaros. Enquanto João mostrava uma joaninha a Matilde, Dânia afastou-se um pouco e apanhou algumas flores.
Ao regressar para junto deles, Dãnia ofereceu as flores a Matilde e disse:
- Toma este ramo que fiz para ti.
Ainda mais feliz, Matilde segurou as flores e disse:
- Obrigado. São lindas.
De regresso a casa, Matilde sentia-se mais feliz do que nunca. Ao vê-la tão sorridente, Rute perguntou:
- Então, gostaste?
Matilde respondeu:
- Sim. Fomos ao jardim e vi o lago e ouvi os pássaros a cantar.
Feliz pela alegria da filha, Rute disse:
- Que bom que gostaste.
Sem conseguir esconder o que também sentia, Dânia disse:
- Foi muito bom.
Após alguns segundos de silêncio, João aproximou-se de Matilde e disse:
- Agora, eu e a Dânia vamos embora mas, sempre que pudermos viemos cá visitar-te.
De regresso a casa, os irmãos contaram o que tinha acontecido e a mãe Clara, sentindo-se orgulhosa dos filhos disse:
- É muito bom saber que já aprenderam o que é mesmo a amizade.
A partir desse dia, Dânia e João tornaram-se os melhores amigos de Matilde e juntos, partilharam e viveram momentos inesquecíveis.
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