segunda-feira, 29 de junho de 2015

O Farol Misterioso

Numa manhã de sol brilhante, toda a aldeia Sapegato despertava para mais um dia de verão.
         Na rua Balelas, moravam os irmãos Mili de 10 anos e Edu de 11 que, enquanto ajudavam a mãe Tânia, viram o pai Gustavo aproximar-se.
         - A tia Laura acabou de nos convidar para irmos duas semanas para casa dela. Como sabe que vocês adoram praia, lembrou-se que iam adorar – disse Gustavo.
         - Boa!!! – exclamaram os irmãos.
         - Então, temos que preparar os sacos para levar-mos – disse Tânia.
         Depois de estar tudo pronto, Mili e Edu ficaram muito ansiosos com a viagem e com tudo o que podia acontecer.
         Na manhã seguinte durante a viagem, Mili adorou as paisagens que viu e algum tempo depois, chegaram a casa da tia Laura.
         - Olá sobrinhos. Como estão? – perguntou Laura.
         - Estamos bem – respondeu Mili.
         - Espero que gostem e que se divirtam. Já preparei os quartos e os meus sobrinhos preferidos vão ficar no quarto perto do farol abandonado e que tem o beliche – disse Laura.
         - Que bom. Nunca dormimos num beliche – disse Edu.
         Então, Laura mostrou-lhes o quarto que, para além de grande, era também muito colorido.
         - Como sei que a cama de cima é sempre a preferida, vão lá dormir á vez – disse Laura.
         Depois de prepararem tudo, Mili e Edu foram à praia que era muito pertinho e lá, brincaram muito. Já cansados, começaram a apanhar conchas e assim, chegaram perto de um pescador.
         - Boa tarde – disse Mili.
         - Boa tarde – disse o pescador.
         - Eu sou o Edu e ela é a minha irmã Mili – apresentou-se Edu.
         - Eu sou o pescador Carlos – apresentou-se ele.
         - Gosta de ser pescador? – perguntou Mili.
         - Sim. Adoro o mar e nesta profissão posso estar pertinho dele – respondeu Carlos.
         - Eu não gosto nada de peixe – disse Edu.
         - Eu também não – disse Mili.
         - Muitas pessoas não gostam – disse Carlos.
         - Ser pescador deve ser uma profissão chata – disse Edu.
         - É um bocado. Mas, para quem gosta, não importa – disse Carlos.
         - Eu, quando for grande quero ser professora – disse Mili.
         - E eu quero ser piloto de fórmula 1 – disse Edu.
         - Muito bem – disse Carlos.
         - Temos que ir embora. Adeus – disse Mili.
         - Adeus – disse Carlos.
         De regresso a casa, mostraram as conchas que tinham apanhado.
         - Também conhecemos o pescador Carlos – disse Edu.
         - O Carlos é muito simpático e adora crianças – disse Laura.
         À noite, quando estavam a tentar adormecer, uma luz forte invadiu o quarto e desapareceu. Poucos segundos depois, a luz voltou e assim sucessivamente.
         Curiosos e ao mesmo tempos assustados, Mili e Edu aproximaram-se da janela e ao verem que a luz vinha do farol abandonado, correram a esconder-se debaixo dos lençóis.
         No dia seguinte ao acordarem, recordaram o que tinha acontecido mas, decidiram não contar a ninguém.
         À noite, aconteceu a mesma coisa o que os deixou desejosos de descobrir porque é que aquilo acontecia.
         Logo de manhãzinha, Mili e Edu foram até ao farol e viram que a porta estava fechada com um cadeado. Desiludidos, afastaram-se e regressaram a casa onde viram televisão.
         No dia seguinte, regressaram lá e depois de percorrerem diversas vezes a base do farol, viram uma pequena janela onde uma gaivota descansava.
         Depois de a afastarem, Edu espreitou e viu lá diversos caixotes.
         - O que têm? – perguntou Mili.
         - Não consigo ver – respondeu Edu.
         - Temos que tentar descobrir - disse Mili.
         - Vamos ver se conseguimos entrar de alguma maneira – disse Edu.
         Em frente à porta que continuava trancada, os irmãos começaram a procurar pistas e, ao levantarem uma pedra encontraram lá uma chave. Pegaram-lhe rapidamente e regressaram à porta, onde conseguiram abrir o cadeado.
         Após entrarem, abriram um caixote e viram lá dentro muitas peças de metal e vários livros.
         - Joca, tens que ter muito cuidado. Não te podes esquecer da porta aberta – disse uma voz.
         Ouvindo aquelas palavras, Mili e Edu esconderam-se e em silêncio, esperaram por novos acontecimentos.
         - Mas, Rodolfo. Eu não deixei a porta aberta – disse Joca.
         - Então só pode ter sido obra do outro mundo – disse Rodolfo.
         - Eu não fui de certeza – disse Joca.
         - É melhor nos despacharmos pois estou com um pressentimento esquisito – disse Rodolfo.
         - Eu vou buscar a carrinha e tu, leva as caixas vazias pequenas para perto da porta – disse Joca.
         - Ok – disse Rodolfo.
         Continuando em silêncio absoluto, Mili e Edu viram Rodolfo transportar as caixas para a entrada. Segundos depois, Joca regressou ao farol onde desligou uma chamada.
         - O Chico ligou a dizer que já tem mais produtos para irmos buscar – disse Joca.
         - Ele devia começar a pensar em como nos vamos desfazer do material sem levantar suspeitas – disse Rodolfo.
         - Já o ouvi dizer que conseguiu um possível comprador – disse Joca.
         - Só espero é que ele não se esqueça que, quem fez o trabalho sujo fomos nós. Não me apetece ficar sem nada, depois de nos termos arriscado tanto durante os assaltos – disse Rodolfo.
         - Pois. Nós é que nos arriscámos – disse Joca.
         - Vamos carregar as caixas para irmos buscar o resto do material – disse Rodolfo.
         Depois de carregarem as caixas, Joca e Rodolfo saíram na carrinha e Mili e Edu puderam também sair do esconderijo.
         - E agora!? Como vamos sair daqui? – perguntou Mili.
         - Vamos até à janela onde está a gaivota. Ela não é muito alta e, depois de partirmos o vidro, saímos e vamos a correr contar tudo á policia – disse Edu.
         Ao chegarem à janela, partiram-na com a ajuda de uma pedra e felizes saltaram para a rua e correram até ao posto da polícia. Lá, aproximaram-se de um dos agentes.
         - Sr. Agente. O farol está a ser utilizado para esconder materiais roubados – disse Mili.
         - O quê!? – perguntou o agente Sebastião.
         - É isso. Estamos em casa da tia Laura e vimos que, à noite uns homens vão para lá – respondeu Edu.
         - Na noite passada, ouvimo-los dizer que iam buscar mais material – disse Mili.
         - Estou a perceber que temos que planear uma armadilha para os apanhar – disse Sebastião.
         Depois de ter chamado e informado outros agentes, estes entraram nos carros patrulha e levando Mili e Edu, foram para o farol.
         Surpreendidos pelos agentes, os ladrões não resistiram e foram capturados.
         No momento em que estavam a ser algemados, o telemóvel de Joca tocou e o agente Sebastião pegou nele, colocando-o em alta voz.
         “-Então!? Já descarregaram tudo? – perguntou Chico.”
         - Diga ao seu amigo que precisa da sua ajuda – sussurrou Sebastião a Joca.
         - Estamos com problemas e precisamos de ajuda – disse Joca.
         “- São uns incompetentes! Vou já para aí, resolver a situação – disse Chico.”
         Terminada a chamada, ficaram à espera e pouco tempo depois, viram outro carro aproximar-se.  
         Utilizando o elemento surpresa, algemaram Chico que se tentava libertar de todas as maneiras.
         - Que estão a fazer!? Larguem-me! – berrou Chico.
         - O seu plano terminou – disse Sebastião.
         Ao ver Joca e Rodolfo já sentados no carro patrulha, Chico calou-se e em silêncio sentou-se junto dos comparsas.
         Já na esquadra, depois de confessarem o que tinham planeado, foram todos presos sem exceção.

         Dias depois, os materiais roubados foram entregues aos seus verdadeiros donos e tudo terminou bem.

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