terça-feira, 16 de junho de 2015

O Talento de Yasmim


         Dividindo o seu tempo entre o emprego e a diversão, Yasmim de 19 anos é muito feliz e sente que todo o mundo é quase perfeito.
        Uma tarde, ao regressar da escola, Yasmim foi para o seu quarto e lá, começou a fazer o que mais gostava, desenhar. À noite, ao arrumar uns apontamentos, Yasmim olhou para uma revista que tinha em cima da secretária e viu lá, pessoas famosas com lindíssimos vestidos.
        Sentindo uma vontade esquisita, Yasmim pegou numa folha e começou a desenhar uma paisagem. No entanto, apesar de todo o cuidado, o desenho não ficou como era desejado e amassando o papel, Yasmim atirou-o para o lixo, assim como outros rascunhos.
        Parando um pouco, Yasmim ligou a televisão e viu um desfile de moda onde existiam belos e maravilhosos vestidos. Nesse instante, pegou novamente no seu material de desenho e começou o esboço de um vestido. Algum tempo depois terminou e ao ver o desenho concluído, viu como estava bonito e pensou como gostava de um dia, o ver a ser utilizado num desfile. Enquanto pensava nisso, a mãe Magali entrou no quarto e ficou a observar a filha que olhava feliz para o desenho.
        - Posso ver o desenho? – perguntou Magali.
        - Não – respondeu Yasmim gradando o desenho.
        - Está bem. Não precisas de o esconder – disse Magali.
        - Não quero que ninguém o veja ainda – disse Yasmim.
        - Tu é que sabes. Venho perguntar se podes ir à loja da dona Cremilde comprar 2 quilos de farinha. Podes? – perguntou Magali.
        - Posso. Mas, não mexas nos meus desenhos – disse Yasmim.
        Saindo do quarto e fechando-o à chave, Yasmim foi comprar o que a mãe lhe tinha pedido e, durante o caminho só conseguiu pensar no que iria desenhar a seguir.
        De regresso a casa, Yasmim foi para o quarto e recomeçou a desenhar. Várias folhas depois, mais um desenho nasceu e, a pouco e pouco com alguns ajustes, ficou terminado.
        No dia seguinte, durante o pequeno-almoço, o pai Saul não parava de olhar para o relógio.
        - Que se passa, para estares sempre a ver as horas? – perguntou Magali.
        - Tenho uma reunião com o meu patrão e, pela voz dele não vai ser nenhum assunto bom – respondeu Saul.
        - Eu hoje vou chegar mais tarde. Tenho que ir resolver uns assuntos e, vão demorar – disse Magali.
        - Posso trazer a minha amiga Luana cá a casa? - perguntou Yasmim.
        - Podes – respondeu Magali.
        Durante a escola, Yasmim fez o habitual e acabadas as aulas, levou Luana para a sua casa. Lá, foram para o quarto e depois de fazerem os trabalhos escolares, sentaram-se na cama a conversar.
        - Tenho andado a pensar no meu futuro – disse Yasmim.
        - Então!? – perguntou Luana.
        - Eu sempre gostei de desenhar mas, tudo o que faço fica mal. Um dia destes, vi na televisão um desfile de moda e, experimentei desenhar alguns vestidos – disse Yasmim.
        Abrindo a caixa onde tinha guardado os desenhos, Yasmim mostrou-os a Luana.
        - Uau!!! São espetaculares! – exclamou Luana.
        - São assim, assim – disse Yasmim.
        - Já os mostraste a alguém? – perguntou Luana.
        - A ninguém. São só uns desenhos sem jeito – respondeu Yasmim.
        - Sem jeito, não. São muito bonitos – disse Luana.
        - Achas que são bonitos para as pessoas verem? – perguntou Yasmim.
        - Eu acho que sim. Porque não os envias para aqueles concursos de talentos? – perguntou Luana.
        - Não sei como fazer isso – respondeu Yasmim.
        - Vamos á internet ver como temos que fazer – disse Luana.
        No computador, as amigas procuraram as informações que precisavam e depois, anotaram-nas num papel.
        - Agora só tens que escolher os desenhos que achas que estão melhor e enviá-los – disse Luana.
        Nesse momento, a mãe chegou a casa e dirigiu-se ao quarto da filha.
        - Olá meninas – disse Magali.
        - Olá – responderam as amigas.
        - Que estão a fazer? – perguntou Magali.
        - Estamos a ver e a escolher uns desenhos - respondeu Luana.
        - A Yasmim não me deixa vê-los, por isso não posso ajudar – disse Magali.
        - Não é preciso ajuda – disse Yasmim pegando nos desenhos.
        Saindo do quarto, Magali deixou as amigas sozinhas, livres para continuar o que estavam a fazer.
        - Porque não mostras os desenhos à tua mãe? – perguntou Luana.
        - Não quero que ela comece a ter ideias – respondeu Yasmim.
        - Tu é que sabes. Mas, acho que os devias mostrar. Assim, sempre tinhas mais uma opinião – disse Luana.
        Escolhidos os desenhos, Yasmim fechou-os num envelope e depois de o endereçar, foi com Luana colocá-lo num marco do correio.
        De regresso ao seu quarto, Yasmim ficou a pensar no que tinha feito e na possibilidade de algum dos seus desenhos ser escolhido.
        Ao longo dos dias, Yasmim continuou a desenhar e agora, já com vários dossiers cheios das suas criações, sentia-se muito feliz.
        Então, numa tarde após regressar da escola, Yasmim viu uma carta para si, vinda do local para onde tinha enviado os desenhos. Abrindo-a rapidamente, leu:
        “Após a análise dos desenhos que enviou, a organização do concurso quer felicitá-la pois é a vencedora. Dentro de dias, irá receber um telefonema com as informações necessárias para receber o prémio,”
        Muito feliz com o que acabara de ler, Yasmim telefonou a Luana.
        - Luana! Ganhei o concurso! – exclamou ela.
        - Parabéns! Eu sabia que ias ganhar – disse Luana.
        Sentindo-se muito feliz, Yasmim foi surpreendida pela mãe que, ouvindo barulho foi ver o que estava a acontecer.
        - Que aconteceu Yasmim? – perguntou Magali.
        - Ganhei! Ganhei o concurso! – exclamou Yasmim.
        - Que concurso? – perguntou Magali.
        - À semanas, enviei alguns dos meus desenhos para um concurso e hoje, recebi a noticia de que ganhei – respondeu Yasmim.
        - Posso ver o desenho? – perguntou Magali.
        Tirando uma cópia do dossier, Yasmim mostrou-a á mãe.
        - É lindo! – exclamou Magali.
        - Obrigado – agradeceu Magali.
        Nesse momento, Saul chegou a casa e vendo tanta agitação olhou Magali.
        - Que se passa? – perguntou Saul.
        - A Yasmim que te conte – disse Magali.
        - Pai. Ganhei um concurso com um vestido que desenhei – disse Yasmim.
        - Parabéns filha! – exclamou Saul.
        Poucos dias depois, Yasmim chegou casa e o telefone tocou.
        - Sim – disse Yasmim.
        - Boa tarde. Daqui fala Carlota, da organização do concurso em que participou – disse uma voz.
        - Boa tarde – disse Yasmim.
        - Estou a ligar para a informar de que irá chegar-lhe a informação de que já pode levantar o prémio no posto de correios da sua área de residência – disse Carlota.
        - Obrigado – agradeceu Yasmim.
        - E também a quero informar de que, a estilista Débora Riogrande irá contactá-la – disse Carlota.
        - Fico à espera – disse Yasmim, terminando o telefonema.
        No dia seguinte, enquanto Yasmim desenhava mais uns vestidos, o telefone tocou.
        - Sim – disse Yasmim.
        - Aqui fala Débora Riogrande. Seria possível falar com a senhora Yasmim? – perguntou a estilista.
        - É a própria – respondeu Yasmim.
        - Muito prazer. Como já deve saber, graças ao concurso a que concorreu pude conhecer os seus desenhos e tenho que felicitá-la – disse Débora.
        - Obrigado – agradeceu Yasmim.
        - Como a minha profissão é criar roupas e estilos diferentes, adorei os seus desenhos e gostava de os usar na minha próxima coleção – disse Débora.
        Yasmim ficou em silêncio, sem conseguir falar.
        - Se me der autorização para isso, tenho a certeza que vai ser um êxito - disse Débora.
        - Claro que dou autorização – disse Yasmim.
        Alguns meses depois, Yasmim recebeu um convite onde podia ler:
“No próximo dia 14 ás 19:00, irá realizar-se no centro de exposições um desfile onde serão apresentadas as mais recentes criações da estilista Débora Riogrande. Por este motivo, convidamo-la a assistir a esse evento.”
        Feliz, Yasmim mostrou o convite à mãe.
        - Se calhar, vão apresentar os vestidos que desenhei – disse Yasmim.
        - Talvez – disse Magali.
        Os dias foram passando e, no dia 14, quando o relógio marcava as 18:30, Yasmim chegou ao centro de exposições, ansiosa com o desfile.
        À hora marcada, os modelos começaram a percorrer o palco e Yasmim viu alguns dos seus desenhos tornados reais.
        No fim, Débora aproximou-se de Yasmim que sorria muito feliz.
        - Quero convidá-la a criar mais modelos e, em conjunto podemos dar um passo muito importante no mundo da moda – disse Débora.
        - Eu aceito – disse Yasmim.
        A partir desse dia, todos os momentos livres de Yasmim eram ocupados a criar e a desenhar novas roupas.

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