quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A Casa Roxa

Era uma vez um grupo de amigos, que adorava explorar locais abandonados e nunca antes investigados.
         Este grupo de amigos era constituído pela Sara, o Tomás, a Catarina, o Bruno, a Patricia, o Tó, a Cristiana e o André, que habitavam numa aldeia chamada Pedreta.
         Na Pedreta existiam muitas casas abandonadas e nunca antes exploradas. Num dia de reunião a Cristiana disse:
         - Podíamos ir explorar a casa velha da Rua da Quelha, o que acham?
         - Em qual casa estás a pensar? – perguntou o Tomás.
         - Estou a pensar na casa roxa, que sempre me despertou atenção – respondeu a Cristiana.
         -Vamos! – gritaram todos em uníssono.
         Saíram em direcção à casa e depois de andarem um bocado, chegaram. Aproximaram-se da porta de entrada e viram que apesar de velha, estava trancada.
         Começaram a circular à volta da casa, até que viram uma janela, sem vidros.
         O Bruno subiu a janela, mas para sua infelicidade ouviu o sino bater as 19:00. Depois de lamentarem ter de ir para casa, os amigos combinaram que no dia seguinte iriam continuar a exploração.
         No dia seguinte, encontraram-se na casa roxa e um a um entraram pela janela.
         Já dentro da casa, começaram a distribuir as tarefas.
         - Tomás, tu e a Catarina vão ver onde deve ter sido a sala. André e Patricia, vão ver os quartos. Tó e Cristiana, vocês vão ver o sótão. Eu e o Bruno, vamos ver a cozinha – disse a Sara.
         Começaram todos a explorar até que o Tomás disse:
         - Catarina, ajuda-me a abrir estas gavetas.
         Abriram as gavetas e depois de encontrarem muito pó, saíram sem terem nada de interessante.
         Nos quartos, o André e a Patricia não encontraram nada. Depois de vasculharem o sótão, o Tó e a Cristiana também não tinham encontrado nada. Na cozinha, a Sara e o Bruno só encontraram formigas.
         Os amigos reuniram-se novamente e depois de verem que não tinham descoberto nada de interessante, saíram para a rua e observaram melhor a casa. Contaram o total de janelas e portas e viram uma pequena janela, encostada ao chão, que estava escondida por uns arbustos. Começaram a comentar:
         - Vamos espreitar pela janela, para tentarmos ver alguma coisa – disse a Patricia.
         Espreitaram todos e por fim o André disse:
         - Venham ver! Há uma porta ali ao fundo.
         Foram todos ver e decidiram:
         - Vamos entrar na casa a ver se encontramos essa porta – disse a Catarina.
         Entraram na casa e começaram a procurar a porta, não a encontrando.
         Decidiram dividir a equipa em grupos e cada um começou a explorar uma parte da casa. Procuraram nos quartos, na sala, na cozinha, no sótão e nada.
Já fartos de procurar o que não aparecia, os amigos viram na cozinha um armário de madeira de forma esquisita e unido à parede.
Resolveram abri-lo e com pontapés e murros, conseguiram que a porta caísse e assim entraram no armário esquisito. No seu interior, viram um longo corredor que instantaneamente decidiram percorrer.
         Andaram uns metros e chegaram a uma porta, que depois de aberta mostrava a sala onde existia a tal janela. Entraram e viram que lá existiam muitas arcas e baús. Começaram a abri-las e onde só pensavam encontrar pó, encontraram umas folhas de um papel estranho. Pegaram em algumas e foram ao museu da Pedreta.
         Lá chegados, pediram para falar com o Sr. Paulo, o director do museu e mostraram-lhe as folhas. O Sr. Paulo espantado perguntou-lhes:
         - Onde arranjaram isto!? Estas folhas são de papiro.
         A Cristiana depois de olhar para os amigos, disse:
         - Encontrámo-las numa casa em ruínas.
         - Têm de me levar lá – disse o Sr. Paulo.
         Dirigiram-se à Rua Pirilampo e mostraram a casa roxa ao Sr. Paulo.
         Entraram todos na casa e dirigiram-se a um armário existente na sala. Depois de observar o armário, o Sr. Paulo disse:
         -Isto tem aqui livros que datam do século XVI. Vamos ver alguns, mas amanhã pois hoje já é tarde.
         Regressaram todos a casa e no dia seguinte encontraram-se novamente.
         Começaram a folhear os livros lá existentes e a Catarina exclamou:
         - Pessoal! Está aqui um texto muito interessante que diz:
“Esta casa pertencente a Tibúrcio III é oferecida a Maria Marcolina, como prenda de seu aniversário”
Com alegria, os amigos pegaram no livro e dirigiram-se à biblioteca. Lá, começaram a procurar informações em livros da História de Portugal, mas não encontraram nada. Lembraram-se então de procurar na História da Pedreta.
Começaram pelos seus habitantes, mas não encontraram nada. De seguida, foram à Internet ver se os nomes Tibúrcio III e Maria Marcolina existiam lá. Procuraram e descobriram que Tibúrcio III e Maria Marcolina tinham sido uns nobres.
Excitados correram para casa e contaram tudo aos familiares, que não acreditaram.
No dia seguinte, tiraram fotografias ao interior e exterior da casa, com o fim de juntamente com a história da descoberta, enviar tudo para um jornal que editasse a notícia.
Passados uns dias, os amigos foram contactados por um canal televisivo, que interessados na história os entrevistaram transmitindo a história.
No dia seguinte, receberam o convite de uma editora que tornou a aventura em livro.
Cada vez mais felizes, os amigos ocupavam os tempos livres a relembrar a aventura.
Contentes e orgulhosos pela descoberta, todos os dias visitavam a casa roxa, esperando sempre por mais uma aventura.
Numa manhã em que percorriam a Rua Pomba Branca, o Tó disse:
- Temos de voltar à Biblioteca Pedretense. Nas enciclopédias da História da Pedreta devem existir mais informações sobre Tibúrcio III e Maria Marcolina.
-Para quê!? – perguntaram os amigos.
- Algo me diz que a nossa aventura ainda não acabou – respondeu o Tó.
Depois de aceitarem a ideia, os amigos dirigiram-se à biblioteca onde começaram a procurar informações. Folhearam enciclopédias e manuais e depois de muita procura, encontraram um livro onde leram:
“No decorrer de 1551, inúmeros objectos pertencentes à nobre família de Tibúrcio III desapareceram. Valiosas arqueologicamente, as peças desaparecidas, com o passar dos anos continuam a dar origem a muita procura.”
Os amigos, depois de lerem a informação olharam uns para os outros e segundos depois o André disse:
-Já imaginaram o que seria se encontrássemos as peças desaparecidas?
- Podemos tentar – disse a Patricia.
- Começamos a procurar onde? – perguntou o Bruno.
- Vamos começar por ir à casa roxa – disse a Cristiana.
Os amigos aceitaram a ideia, dirigindo-se para a casa roxa. Ao chegarem, entraram pela janela sem vidros e foram para a sala. Lá, aproximaram-se de uma estante com livros muito antigos. A Sara começou a folhear um e os amigos seguiram-lhe o exemplo. Todos procuravam alguma coisa, sem saberem ao certo o quê.
Depois de folhearem os livros sem encontrarem nada, o Tomás disse:
- O que acham de irmos à loja de antiguidades que tem alguns objectos que pertenceram à classe nobre? Pode ser que encontremos alguma coisa.
Dirigiram-se à loja e ao entrarem disseram ao senhor Canário:
- Gostávamos de saber se tem aqui na loja algumas antiguidades que pertenceram à classe nobre.
- Pois então amigos, venham – disse o senhor Canário.
Ansiosos passaram por algumas prateleiras, chegando a uma estante cheia de louças antigas. Chateados por só terem aquilo, a Sara chamou os amigos a um canto e disse:
- Aqui não há nada que nos interesse. Temos que tentar de outra maneira.
Os amigos ficaram a pensar no assunto, enquanto a Sara se aproximou do senhor Canário e disse:
-Precisamos de fotografar diversas peças da nobreza. Mas, estas só não chegam.
- Então se precisam de mais, vão a casa da Claudete. Ela tem lá peças antigas, que vocês vão gostar de ver – disse o senhor Canário.
Dirigiram-se à casa da senhora Claudete e observaram as peças de loiça e os quadros lá existentes.
Em alguns dos quadros viram campos e bosques, noutros viram moinhos e por último viram um onde estava desenhada uma fonte romana. Ao observarem a imagem, a Cristiana disse:
- Essa fonte não me é estranha. Parece-me que já a vi.
- Então temos que ir visitar as fontes que conhecemos - disse o Bruno.
Animados dirigiram-se à Fonte Transparente, não encontrando nada. De seguida, foram à Fonte Porto Largo, onde também não encontraram nada. Por último decidiram ir à Fonte Cintilante, situada no Largo Tulipa.                                                Ao chegarem, viram que a fonte era a mesma da imagem. Aproximaram-se e começaram a observá-la atentamente, prestando especial atenção às pedras que formavam a sua base. Enquanto olhavam concentrados para as pedras, a Catarina disse:
-Olhem para aqui! Esta pedra tem uma cor diferente das outras.
Os amigos aproximaram-se, olhando a pedra com muita atenção. Segundos depois o Tó disse:
- Olhem! A pedra tem aqui um símbolo esquisito!
A Patrícia, aproximou-se e curiosa tocou no símbolo. Ao ser pressionado, este moveu-se para o interior da pedra, provocando um “clic”. Uma outra pedra começou a mover-se, deslocando-se para o lado esquerdo. Depois de aberta, os amigos olharam para o interior da pedra e viram lá guardadas, as peças desaparecidas.
Com o assunto terminado, os amigos felizes relataram a aventura a uma editora que a publicou, tornando a Pedreta um local de visita.



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